Hoje, 8 de dezembro de 2025, celebram-se 60 anos da conclusão do 21º Concílio Ecumênico da Igreja: o Concílio Vaticano II. Anunciado, convocado e aberto pelo Papa São João XXIII, o Vaticano II, como ficou conhecido, teve quatro sessões, de 1962 a 1965; as últimas três foram presididas pelo Papa São Paulo VI.
Uma palavra-chave que traduz o espírito do Concílio é o termo italiano “aggiornamento”, que poderia ser traduzido como “atualização”. Gosto de enfatizar que o Concílio nos deixou um precioso legado para a ação evangelizadora a partir do irrenunciável estilo dialogal, da misericórdia como fio de ouro da ação da Igreja e do testemunho de uma Igreja sempre chamada a ser pobre e com os pobres.
É importante recordar que todos os papas do pós-concílio reafirmaram a validade e a autoridade dos documentos conciliares, como disse o Papa Bento XVI: “com o passar dos anos, os Documentos conciliares não perderam atualidade; ao contrário, os seus ensinamentos revelam-se particularmente pertinentes em relação às novas situações da Igreja e da atual sociedade globalizada” (Homilia na missa após a conclusão do conclave, 20/4/2005).
Registre-se a palavra de São João Paulo II, que participara do Concílio como jovem bispo, em sua Carta Apostólica Novo Millennium Ineunte, de janeiro de 2001: “Concluído o Jubileu [do ano 2000], sinto ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa”.
Fiel à recepção conciliar, o Papa Francisco recorda que “o Concílio Vaticano II apresentou a conversão eclesial como a abertura a uma reforma permanente de si mesma por fidelidade a Jesus Cristo: «Toda a renovação da Igreja consiste essencialmente numa maior fidelidade à própria vocação. […] A Igreja peregrina é chamada por Cristo a esta reforma perene. Como instituição humana e terrena, a Igreja necessita perpetuamente desta reforma»” (Evangelli gaudium 26).
Também o Papa Leão XIV, dois dias depois de sua eleição, em discurso aos membros do Colégio Cardinalício, exortou os presentes: “gostaria que hoje renovássemos juntos a nossa plena adesão a este caminho, que a Igreja universal percorre há décadas na esteira do Concílio Vaticano II”.
Para celebrar esta efeméride, a Arquidiocese de Goiânia, em parceria com a PUC Goiás e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, organizou, de 8 a 10 de dezembro, o Congresso Internacional: Concílio Vaticano II: 60 anos a caminho da esperança. As conferências serão realizadas à noite, no Centro de Pastoral Dom Fernando, e mesas-redondas pela manhã, em auditórios da PUC Goiás e do Ifiteg. O congresso oferece programação extensa, que pode ser conferida no endereço congressos.pucgoias.edu.br. Ainda é tempo de se inscrever. E se não conseguir se inscrever, venha assim mesmo. Todos são muito bem-vindos.
Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo de Goiânia e 1º Vice-Presidente da CNBB