Os profissionais que já passaram pela Santa Casa de Goiânia e os 800 colaboradores, aproximadamente, de diversas áreas da instituição foram chamados de santos anônimos, durante a Santa Missa presidida pelo bispo auxiliar Dom Levi Bonatto, que também é vice-presidente da Santa Casa.

A celebração aconteceu no dia 1º de novembro e marcou o aniversário de 83 anos do hospital, considerado o maior da rede SUS do Centro-Oeste. Dom Levi também recordou como a arquidiocese passou a gerir a instituição e que, desde então, Dom Washington Cruz tem ajudado na administração do local, pois, “a Santa Casa é de Deus e se não fosse pela ação de gente apaixonada pelo que faz, já teria sido fechada”.

Na homilia, o bispo ressaltou o trabalho realizado pelos profissionais diariamente para atender os pacientes. “Todos nós podemos ser Santos porque a santidade se realiza nas coisas pequenas e não nas grandes. É fundamental o paciente chegar e encontrar um sorriso do médico. Isso é se santificar, se interessar pela pessoa. Muitas vezes o problema patológico vem de algum sintoma psicológico, um trauma, uma decepção”, disse Dom Levi.

Estiveram presentes representantes dos poderes Executivo e Legislativo municipal, estadual e federal. A ausência da superintendente geral, Irani Ribeiro, foi justificada em decorrência de luto em família, sendo representada pelo superintendente administrativo, Irondes Ribeiro e o superintendente técnico, Pedro Ivandosvick.

A Santa Casa de Goiânia oferece tratamento em mais de 34 especialidades médicas com números expressivos de consultas. De janeiro a agosto de 2019, foram realizadas 431 cirurgias cardíacas, número 81% superior se comparado ao mesmo período do ano anterior quando foram registradas 238. Ao todo, foram 3.698 cirurgias, 30.216 consultas, 309.100 exames e 6.858 internações.

De acordo com dados da instituição, 73% dos pacientes são de Goiânia, os demais vêm da região metropolitana e de outras cidades do estado. “Tem 60 dias que estou nesta casa e sou cuidada como se estivesse em um local particular. Quero agradecer a quem fundou esta instituição que atende todos os goianos”, contou a paciente Amélia Idalina Bento, de 76 anos, que veio de Itaberaí em busca de tratamento vascular e diabetes.

Situação Financeira

As dificuldades financeiras enfrentadas pela Santa Casa de Goiânia foram lembradas em diversos momentos, sempre seguidas pela observação da importância da instituição para o município e estado. O representante do governo, Fernando Lemes, lembrou que, antes mesmo do convênio que foi assinado recentemente, que destina R$ 24 milhões por ano, a Santa Casa já acolhia os goianos, pois sempre foi do povo. “A gente vê com bons olhos essa parceria.”

Diariamente, mais de mil pacientes ambulatoriais chegam ao hospital com diversos perfis, necessitando desde a assistência básica até atendimentos de alta complexidade, como transplantes e cirurgias. Os recursos que sustentam a Santa Casa são oriundos de 98% dos Sistema Único de Saúde, cuja tabela está defasada há 20 anos. Por isso, o superintendente técnico, Pedro Ivandosvick, ressalta a importância da ajuda de emendas parlamentares, da sociedade civil organizada e empresas. “Nenhuma Santa Casa tem sua vida financeira confortável. Nós temos o privilégio de termos assinado parceria com o governo do estado, mas ainda precisamos muito de auxílio para continuar com a Santa Casa aberta, atendendo a população que tanto necessita.”

História da Santa Casa

O hospital foi aberto, em 1º de novembro de 1936, pelo médico e político Pedro Ludovico Teixeira e a esposa, Dona Gercina Borges, uma das principais idealizadoras da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia.

O primeiro prédio foi instalado na região central da capital, onde funciona hoje o Centro de Convenções. Fruto do trabalho da Conferência de São Vicente de Paulo, com apoio das Irmãs Dominicanas e das Irmãs Vicentinas, além de autoridades políticas, empresários e profissionais liberais, a Santa Casa abraçou, de forma calorosa, a população goianense e de municípios vizinhos.

Simonny Santos
Assessora de Comunicação da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia