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Nesta Quaresma devemos ver, sentir e cuidar

Nesta Quaresma devemos ver, sentir e cuidar

Vivemos o tempo litúrgico central da vida cristã. Durante a Quaresma nos preparamos, ainda mais, para celebrar o grande mistério

Vivemos o tempo litúrgico central da vida cristã. Durante a Quaresma nos preparamos, ainda mais, para celebrar o grande mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo. Desejamos fazer a mesma experiência que Jesus teve, no deserto do recolhimento, da oração, da penitência, da preparação, para fortalecer as grandes missões que é preciso assumir na vida.

 

A Campanha da Fraternidade, aberta há quase 60 anos no início da Quaresma, visa nos subsidiar na reflexão pessoal e comunitária. Ela visa nos conduzir para o compromisso concreto, para não cairmos no intimismo pessoal, para não nos fecharmos em nossos próprios interesses subjetivos, para ninguém achar que o itinerário cristão é feito sem vínculos, sem relações e sem compromisso com a comunidade e a sociedade.

 

Neste ano de 2020, a passagem bíblica que inspira a Campanha da Fraternidade é aquela parábola do bom samaritano. Por isso, o lema da Campanha traduz a disposição do samaritano diante daquele que estava machucado à beira do caminho: ele “viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34). Guardemos bem, nesta Quaresma, esses três verbos: ver, sentir e cuidar.

 

O olhar da terceira década do século XXI é indiferença para com o irmão que está machucado à beira dos caminhos por onde andamos, vítimas de violência, rejeição, desemprego, bullying, tráfego, enfermidades endêmicas, invisibilidade social, falta de teto e alimento, ódio e tantas outras formas de abandono da vida, que acometem desde a criança até o idoso. Exemplos de atos e descuidos criminosos, que destroem a natureza e ceifam vidas, são os que levam ao uso impróprio dos agrotóxicos, ao rompimento das barragens, às queimadas que destroem o Cerrado e os biomas brasileiros.

 

Mas, também, há olhares do bem, iguais ao do bom samaritano, semelhantes ao olhar de Jesus. Há grandes homens e mulheres que testemunharam a compaixão. Recordamos de São Camilo de Léllis, de Zilda Arns, do Pe. Pelágio Sauter, de Santa Dulce dos Pobres. Lembramo-nos também de tantos rostos conhecidos, que olham por nós, que nos telefonam, que se importam conosco, que cuidam, que amam. Lembramo-nos, ainda, do olhar de solidariedade das pastorais sociais, das obras sociais da Igreja, das milhares de iniciativas de caridade.

 

Vamos abrir os olhos! Com frequência, olhamos, mas não enxergamos; ou sabemos o que acontece, mas não sentimos compaixão, ou externamos votos de “solidariedade virtual” pelas redes sociais, mas não cuidamos do próximo.

 

Os relatos sobre a paixão e morte de Cristo nos revelam dois modos emblemáticos de usar uma bacia com água: um modo foi aquele de Pilatos, que lavou as mãos diante de uma injustiça; outro, foi aquele de Jesus, que lavou os pés dos seus discípulos. A Campanha da Fraternidade de 2020 deseja que lavemos os pés uns dos outros, numa disposição de serviço e de caridade.

 

 

Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia

Foto: Comunidade Shalom

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