Bem Aventurada Virgem Maria Rainha, Memória
Minha prezada irmã, meu prezado irmão. Hoje é 22 de agosto e a Igreja celebra a memória da Bem Aventurada Virgem Maria como Rainha. Esta memória foi instituída pelo Papa Pio XII em 1955 e era celebrada no dia 31 de maio. Após o Concílio Vaticano II, foi fixada uma nova data, sete dias após a Assunção de Maria, com o intuito de sublinhas a relação entre a realeza de Maria com sua glorificação corporal, tal como ensina a constituição Lumen Gentium em seu parágrafo 59. Diz assim:
“Maria foi elevada à glória celeste e exaltada pelo Senhor como Rainha do universo para que fosse mais plenamente conformada a seu Filho”. Em algumas iconografias antigas, a partir do século IV, ao lado de Cristo Rei vê-se a Mãe. A imagem do Divino Pai Eterno do Santuário Basílica de Trindade, apresenta Maria no seio da Trindade sendo coroada Rainha. Para a missa de hoje há textos bíblicos próprios e orações próprias. Tudo converge para a compreensão de que Maria participa da glória celeste e intercede por todos nós a fim de que um dia também nós alcancemos a graça de participar definitivamente do Reino de Deus.
A primeira leitura da missa de hoje é tomada do livro da profecia de Isaías. Este mesmo texto é lido na missa da noite de Natal. É compreensível essa repetição. Pois se Maria é reconhecida como Rainha isso se deve à sua missão de ser mãe daquele que é Rei, seu filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. O profeta Isaías apresenta a lembrança da dura situação do exílio, totalmente transformada em razão da ação do libertador. Chegou o tempo da luz, da alegria e da felicidade. Escute comigo: “O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. Fizeste crescer a alegria, e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita, ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos”.
Elementos que lembravam a opressão são queimados, porque vigora a boa notícia aquele que chega para tudo transformar. Assim: “Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da Paz”. A realeza do menino é exaltada. E é dessa realeza que já participa Maria e um dia todos nós também participaremos.
Anuncia o profeta: “Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado, que ele irá consolidar e confirmar em justiça e santidade, a partir de agora e para todo o sempre. O amor zeloso do Senhor dos exércitos há de realizar estas coisas.” Ao rezarmos a Salve Rainha tenhamos presente que a Mãe do Verbo Encarnado aprendeu de seu próprio Filho, rei do Universo, que reinar é servir.
+ Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo Metropolitano de Goiânia