Prezada irmã, prezado irmão. Iniciamos hoje a leitura da Carta de São Paulo a Tito, um dos colaboradores mais próximos do apóstolo Paulo. Tito é mencionado nas cartas paulinas como um líder cristão que desempenhou um papel crucial na evangelização e na organização das comunidades cristãs. Ele é especialmente reconhecido por sua missão em Creta, onde foi encarregado por São Paulo de estabelecer uma liderança e instruir a Igreja local. A Carta de São Paulo a Tito, escrita para orientar e encorajar Tito em suas responsabilidades, é uma das Epístolas Pastorais que aborda questões de liderança e comportamento cristão.
O autor da Carta inicia afirmando sua identidade como apóstolo de Cristo e sua missão de proclamar a fé. Ele destaca a importância da verdade, que é fundamental para a vida cristã e para a formação da comunidade. O apóstolo é alguém que, além de mensageiro, está comprometido com a edificação da fé dos eleitos de Deus. Nesta edificação da fé, o tema da esperança da vida eterna, que é um tema central nos ensinamentos de Paulo, é apresentado como uma promessa de Deus que não pode falhar. A menção à eternidade reflete a natureza confiável da Palavra de Deus e a certeza da salvação, oferecendo aos crentes uma base sólida para sua fé e prática.
Em seguida o autor enfatiza que o Evangelho é um ato de revelação divina. O chamado ao ministério e à pregação do Evangelho não são iniciativas humanas, mas parte do plano soberano de Deus, sublinhando a importância do tempo e do contexto em que a mensagem é proclamada. Neste contexto, o autor se dirige a Tito como seu “verdadeiro filho na fé”, revelando um vínculo pessoal e espiritual entre eles. Ele menciona a missão de Tito em Creta, indicando a necessidade de estabelecer uma liderança adequada nas comunidades locais. Essa responsabilidade é de fundamental importância para a solidez espiritual da Igreja, refletindo o valor da supervisão pastoral. Por isso apresenta os critérios para a escolha de presbíteros, enfatizando a necessidade de um caráter exemplar.
Por fim, o autor continua a descrever as características do bispo, que deve ser um administrador de Deus. Ele deve ser sóbrio, hospitaleiro e apto para ensinar, além de capaz de refutar ensinamentos errôneos. Essa ênfase na doutrina e na correção é vital, pois a comunidade necessita de sucessores dos apóstolos que sejam firmes na verdade e capazes de orientar o povo em meio a falsos ensinamentos. Em conclusão, a carta a Tito destaca o valor da verdade, da integridade e da capacidade de ensino como essenciais para um ministério eficaz. Pressupõe uma comunidade aberta, que se deixa conduzir e orientar pela reta doutrina atestada pelos pastores.
+ Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo Metropolitano de Goiânia