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Terça-feira da 1ª Semana do Advento

Terça-feira da 1ª Semana do Advento

Minha cara irmã, meu caro irmão, acabamos de escutar o texto de Isaías 11,1-10, primeira leitura da liturgia desta terça-feira

Minha cara irmã, meu caro irmão, acabamos de escutar o texto de Isaías 11,1-10, primeira leitura da liturgia desta terça-feira da primeira semana do advento. Trata-se de uma das passagens mais ricas e profundas do profeta Isaías, que anuncia a vinda de um governante ideal, proveniente da linhagem de Jessé, pai de Davi. O texto descreve um reinado de justiça, paz e harmonia universal, no qual o Espírito de Deus se faz presente de forma completa. Essa visão messiânica tem sido amplamente interpretada no cristianismo como uma profecia sobre Cristo, o descendente de Davi que traz paz e reconciliação ao mundo.

 

O profeta Isaías começa dizendo: “Do tronco de Jessé sairá um ramo, e das suas raízes brotará um renovo”. O “tronco” de Jessé simboliza a dinastia davídica que parecia estar “cortada” ou em decadência. No entanto, o profeta promete que dela surgirá um “ramo” novo, representando a continuidade da promessa divina. Esse “ramo” aponta para o Messias, visto pelos cristãos como Jesus Cristo, que traz vida e esperança a partir do que parecia sem futuro.

 

Em seguida, o profeta descreve que o “Espírito do Senhor” repousará sobre esse descendente de Jessé, com qualidades específicas: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, conhecimento e temor do Senhor. Essas características expressam a plenitude do Espírito Santo, que capacita o Messias a governar com justiça e retidão. Esse governante ideal não julgará pelas aparências ou ouvirá apenas o que dizem, mas “com justiça julgará os pobres e com equidade decidirá em favor dos humildes”. Isaías enfatiza a justiça social e a retidão como marcas centrais do reinado messiânico.

 

A expressão “ferirá a terra com a vara de sua boca” sugere que seu poder estará em sua palavra, ou seja, a verdade e a justiça prevalecerão por meio de sua palavra. A “cintura com a justiça” e “com a lealdade” ilustram a integridade moral do Messias, cujo compromisso com a verdade e a compaixão é absoluto. Nos versículos 6 a 9, Isaías pinta uma imagem poética e utópica do reino de paz instaurado pelo Messias. Ele descreve animais que tradicionalmente são predadores e presas convivendo em harmonia (lobo com cordeiro, leopardo com cabrito…). Esta visão simboliza a paz universal e a ordem restaurada na criação. Para Isaías, o governo do Messias não trará apenas paz entre os povos, mas uma transformação radical da criação, onde não haverá mais destruição ou violência.

 

No final do trecho, Isaías afirma que o “renovo de Jessé” será “um sinal entre os povos” e as nações o buscarão. Isso indica que o reinado messiânico transcenderá Israel, envolvendo todas as nações. Assim, o texto de hoje revela a promessa de um governante perfeito e a restauração da harmonia na criação. A tradição cristã identifica esse texto com Cristo, que inaugura um novo Reino de justiça e paz. Para a vida cristã, o texto inspira a busca por paz, justiça social e reconciliação, valores que caracterizam o Reino messiânico. Nós cristãos somos desafiados a refletir esses valores em nossas vidas, promovendo a justiça e a paz como testemunhas do reinado de Cristo.

 

 

+ Dom João Justino de Medeiros Silva

Arcebispo Metropolitano de Goiânia

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