SEXTA-FEIRA DA 2ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Querida irmã, querido irmão. Nesta sexta-feira da segunda semana do tempo comum, a liturgia da Igreja toma como texto da primeira leitura mais um texto da Carta aos Hebreus, a saber 8,6-13. Nesta passagem, o autor da Carta aos Hebreus aprofunda a comparação entre a antiga e a nova aliança. Ele apresenta Jesus como o mediador de uma aliança superior, fundamentada em promessas melhores. A citação direta de Jeremias 31,31-34 reforça o contraste entre a incompletude da antiga aliança e a plenitude da nova, destacando seu caráter interno e transformador.
O autor começa apresentando Jesus, mediador de uma aliança superior (8,6). O texto afirma que Cristo recebeu um ministério muito mais excelente do que o sacerdócio levítico porque ele é o mediador de uma nova aliança, baseada em promessas superiores. Isso reflete a convicção de que o ministério de Jesus não apenas cumpre, mas transcende os elementos da antiga aliança, oferecendo um relacionamento direto e pleno com Deus.
Em seguida o texto apresenta a superioridade da Nova Aliança em relação à antiga aliança (8,7-9). A necessidade de uma nova aliança surge da falha em cumprir a antiga, resultando na incapacidade de conduzir o povo à fidelidade e à santidade desejadas por Deus. O autor cita Jeremias para mostrar que Deus, consciente das limitações da aliança mosaica, prometeu uma renovação radical: não uma mera reforma, mas uma Nova Aliança que superaria os problemas anteriores.
Na sequência, são apresentadas as características da Nova Aliança (8,10-12). A Nova Aliança é descrita como profundamente interna: Deus escreverá sua Lei no coração das pessoas e será conhecido diretamente por elas. Isso contrasta com a antiga aliança, marcada por um sistema de leis externas e mediadores humanos. Além disso, a Nova Aliança é caracterizada pelo perdão pleno e definitivo dos pecados, refletindo a graça de Deus.
Por fim, vê-se que a antiga aliança está ultrapassada (8,13). O autor conclui que, ao anunciar uma Nova Aliança, Deus tornou a antiga obsoleta. Essa afirmação não implica um desprezo pela antiga aliança, mas sua superação em Cristo. A antiga cumpriu seu propósito histórico, preparando o caminho para a nova, que é eterna e perfeita.
Em conclusão, o texto hoje proclamado destaca a centralidade de Jesus no plano salvífico de Deus. Como mediador da Nova Aliança, ele realiza uma transformação profunda no relacionamento humano com Deus. A antiga aliança, baseada em leis e rituais externos, é substituída por uma Aliança interior, na qual a Lei de Deus é inscrita no coração das pessoas. A Nova Aliança aponta para a universalidade e acessibilidade da salvação. Todos têm a oportunidade de conhecer a Deus diretamente, sem barreiras, graças ao sacrifício e à mediação de Cristo. Esse perdão definitivo dos pecados revela a graça infinita de Deus e seu desejo de restaurar a comunhão plena com a humanidade.
Este texto nos convida a viver a fé a partir de uma relação pessoal e interior com Deus. A Nova Aliança nos chama à transformação do coração, abandonando a mera observância externa de regras para abraçar uma vida moldada pelo amor e pela graça de Deus.