Em Maria está a mais perfeita atuação do poder salvador de Cristo, ela assim o nomeia: “meu Salvador”. De fato, ela foi a primeira criatura a ser tomada plenamente pela obra da salvação que Deus, em seu desígnio de bondade, estabeleceu ante o pecado humano.
Do mesmo desígnio divino de que brota a Encarnação do Filho, brota também a eleição de Maria como Mãe do Verbo encarnado. Ela está, desde então, associada ao mistério da salvação, não como mera participante, mas como ativa colaboradora. É em virtude da vocação à maternidade divina que Maria foi revestida de toda sorte de graça, inclusive a graça por excelência que denominamos “graça santificante” ou, simplesmente, graça salvífica.
Ao proclamar a Imaculada Conceição de Maria, nós, cristãos, não estamos afirmando que a Virgem, por não ter pecado, não necessite da graça de Cristo, mas, ao contrário, afirmamos que o próprio Deus, ao criá-la “cheia de graça”, também a redimiu de modo perfeito, antecipando sobre ela o efeito da redenção, “pois para Deus nada é impossível”.
Assim, a Igreja professa solenemente aquilo que desde sempre foi matéria de fé e de culto litúrgico entre os cristãos: “Que a beatíssima Virgem Maria foi preservada imune de toda mancha da culpa original no primeiro instante de sua concepção por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em atenção aos méritos de Cristo Jesus Salvador do gênero humano” (Bula Ineffabilis Deus).
A concepção imaculada da Virgem Maria explicita o poder e a misericórdia de Deus. Professar a fé na Imaculada Conceição é dar a Deus uma glória que só a Ele é devida, pois nesse mistério se manifesta uma obra que só Ele pôde realizar.
Grande e maravilhoso é o mistério da Imaculada Conceição. Demos graças a Deus por tão grande dom que foi dado a Maria, mas que é aproveitado em favor de toda a humanidade.
Padre Arthur da Silva Freitas