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Os primeiros momentos do Sínodo para Amazônia

Os primeiros momentos do Sínodo para Amazônia

Do Vaticano, presidente da CNBB fala sobre os primeiros momentos do Sínodo para Amazônia

O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, concedeu uma entrevista ao vivo no Facebook ontem, 7 de outubro. O foco foi sobre os primeiros momentos do Sínodo para a Amazônia, que acontece no Vaticano até dia 27 de outubro. Dom Walmor falou sobre a importância da oração e de o Sínodo ser conduzido pelo Espírito Santo. “Estamos aqui sendo Igreja, abertos à ação do Espírito Santo de Deus”, disse.

 

O presidente da CNBB destaca que os primeiros momentos foram marcados pela fé, oração e abertura do coração ao horizonte que vai dirigir o caminho do Sínodo. “A nossa preocupação primeira e central é pastoral, com a evangelização e o anúncio de Jesus Cristo”, afirmou. Dom Walmor destacou também a necessidade, para a evangelização, de a Igreja inculturar-se na região como faz em outras regiões do mundo. Para o religioso, como compreender e viver a ecologia integral é uma preocupação importante e fundamental nas lições necessárias que “precisamos aprender a partir da Amazônia”. Os novos caminhos da presença da Igreja na região, segundo o presidente da CNBB, vão brotar a partir da escuta e ancorados na tradição da Igreja, nos valores do Evangelho e naquilo que é imutável.  Acompanhe a entrevista na íntegra.

 

Como foram os primeiros momentos?

Esses primeiros momentos estão marcados, em primeiro lugar, pela fé, oração e pela abertura de coração no horizonte que vai dirigir o nosso caminho. A nossa preocupação primeira e central é a pastoral, a evangelização, o anúncio de Jesus Cristo. Isso se desdobra iluminando a cultura, a necessidade de uma inculturação na Amazônia, assim como em outros lugares da Igreja presente no mundo. Uma preocupação importante e fundamental nas lições que precisamos aprender a partir da Amazônia: a ecologia integral.  Portanto, o horizonte nosso é esse, a evangelização, a cultura, o social e a ecologia. Nós vamos percorrer esse trabalho abertos a ação do Espírito Santo de Deus para uma resposta adequada que será também para nós exemplar em toda a Igreja amanhã.

 

O santo Padre na abertura, quando deu as boas-vindas aos padres sinodais, falou em alguns pontos importantes: o primeiro é a oração e a necessidade de que esse Sínodo deixe-se conduzir pelo Espírito Santo.

Na Igreja nada podemos fazer se não abertos à ação do Espírito Santo de Deus. E por isso mesmo é muito importante a oração que nos abre profundamente à ação do Espírito Santo de Deus. Aqui lembro Santa Terezinha que diz: “o apostolado da oração, isto é, a oração é superior e, na verdade, abre caminho para a evangelização”. Por isso, nós estamos aqui juntos numa experiência bonita de solidariedade, de fraternidade, de oração, ontem na abertura e hoje, assim marcando nossas vidas porque nós aqui estamos não como um parlamento, organização governamental ou não governamental, estamos aqui como Igreja, estamos aqui sendo igreja abertos à ação do Espírito Santo de Deus.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Muita polêmica suscitou o Instrumentum laboris (instrumento de trabalho). Eu creio que o cardeal Baldissere já na introdução falava que ele foi um documento “mártir”, um documento que nasce para morrer.

O Instrumento de trabalho inspirou reflexões, discussões e debates.  Ele não é a base daquilo que vai ser o resultado do caminho do Senhor. Por isso, precisamos de grande abertura, ação do Espírito Santo de Deus, a partir de agora. É um texto mártir, ele é um texto que sofreu muitas reflexões, muitos debates, busca de esclarecimentos apontando-se àquilo que nele faltava. Por isso, nós agora começamos um trabalho. Poderia dizer, de certo modo, do comecinho porque agora nós estamos juntos todos nesta experiência eclesial bonita de abertura à ação do Espírito Santo de Deus para construir esse novo caminho. Precisamos das orações de todos, da comunhão e muita escuta. Eu tenho certeza que Deus nos conduzirá nesse caminho e nós encontraremos as respostas novas que a Igreja precisa dar nesse tempo.

 

O papa falava no momento de oração, quer dizer, temos o primeiro elemento desse sínodo que é a oração, o segundo é a escuta, o diálogo, a fraternidade entre os padres sinodais.

Esta é uma experiência fundamental e determinante. A oração, escuta de Deus, a oração, escuta uns dos outros porque é assim que sempre faz na Igreja, por isso na Igreja e não da Igreja quando existe ataques, agressões, desmoralizações. Na Igreja se faz exatamente pela escuta para que as diferenças sejam construídas com grande riqueza.

 

Vimos dentro da plenária a participação dos padres sinodais brasileiros, em um número de 58. É uma presença muito forte, inclusive dom Cláudio, ele como relator-geral do sínodo, falou em português e para nós isso é um orgulho e uma grande conquista para nossa língua.

É muito importante essa presença de grande número de bispos brasileiros exatamente porque olhando a Pan-Amazônia, a maior parte está exatamente no Brasil e em nosso país temos uma população de 20 milhões de habitantes presentes ali na Amazônia. Portanto, uma presença importante. É a escuta desses padres sinodais que vivem seu dia a dia, sua missionariedade, a sua oferta bonita ao povo de Deus que ali se encontra.

 

Estamos apenas iniciando esses trabalhos, esse caminho, já que Sínodo deve ser caminhar juntos, o que o senhor espera para esses próximos dias?

Eu espero muita fraternidade, a força da ação do Espírito Santo de Deus, muita reflexão. Como disse o papa Francisco “é hora de, sobretudo, nos abrirmos a essa ação do Espírito Santo”. Não estamos chegando aqui arrazoados e tratados para fazer defesa, vamos nos colocar, compartilhar e assim abrindo o nosso coração, vivermos essa experiência bonita de encontrarmos o caminho que Deus quer nos mostrar. Portanto, é um momento de fraternidade, de oração, de alegria e de muita comunhão eclesial entre nós aqui, mas daqui com o coração de todo povo de Deus, particularmente, na Pan-Amazônia.

 

Todos os bispos do Brasil e o povo de Deus. Nós temos os bispos da Pan-Amazônia, temos os bispos que foram convocados como padres sinodais e o senhor como padre sinodal representa todos os nossos bispos do Brasil. O papa pediu: vamos rezar por esta assembleia, por este sínodo. O modo que podemos estar reunidos junto com os padres sinodais no nosso Brasil ou nos países lusófonos é através da oração.

É muito importante essa comunhão orante, esse coração aberto, esse desejo que a partir daqui nós possamos encontrar os caminhos novos que a Igreja precisa, novos caminhos exatamente ancorados na sua tradição, nos valores do Evangelho e naquilo que é imutável. Porque o mundo muda e precisamos de novas respostas. É hora muito importante, aproveito para convidar todos à comunhão. Essa é a nossa força como Igreja para darmos novas respostas e para abrimos novos caminhos. Deus nos ajude nessa experiência, que todos nós possamos estar muito unidos, confiantes e alegres nesse caminho.

 

O papa falava muito bem das realidades e da diversidade que nós temos dentro da Amazônia.

Quando nós falamos do Sínodo para Amazônia é para Amazônia, mas a partir da Amazônia para se chegar às indicações importantes para toda nossa Igreja. Temos a partir de um Sínodo que é para Amazônia oportunidades de sermos a Igreja que reaprende seus caminhos e dá novas respostas. Da Amazônia para a Igreja no Brasil e em todo mundo uma nova resposta. E eu tenho certeza que assim será e vamos fazer esse caminho com muita alegria e com muita simplicidade de coração e confiança incondicional depositada em nosso Deus.

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