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Semana Nacional da Família 2020

Semana Nacional da Família 2020

Tempo de pensar, falar e respirar sobre a família na presença de Deus

A Semana Nacional da Família, que integra o Mês Vocacional, foi realizada de 9 a 15 de agosto e teve programação especial na Arquidiocese de Goiânia, como acontece todos os anos. Dessa vez, porém, com a pandemia do coronavírus, a programação se estendeu também aos meios virtuais, já que não é possível ainda a aglomeração de pessoas.

 

Como acontece todos os anos, a Igreja no Brasil propõe uma temática e, neste caso, foi tirada do livro de Josué (24,15) “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”. Além das principais atividades propostas pela arquidiocese, aconteceram diversas iniciativas nas paróquias, tanto nos meios virtuais como presencialmente, seguindo todas as orientações sanitárias.

 

Abertura

Aconteceu na Paróquia Santo Hilário, no bairro de mesmo nome, com Santa Missa presidida por Dom Moacir Silva Arantes, bispo auxiliar de Goiânia e referencial para a Pastoral Familiar no Regional Centro-Oeste da CNBB.

 

A celebração contou com a participação de algumas pessoas, 30% da capacidade do templo, e foi transmitida ao vivo pelo Facebook da paróquia. Em sua homilia, o bispo destacou por que é fundamental a realização de uma semana especial às famílias. “Nós estamos iniciando a Semana Nacional da Família, cujo tempo proposto pela Igreja no Brasil é do domingo do Dia dos Pais até o sábado, 15. É verdade que nós somos família o tempo todo, é verdade que nós rezamos e vivemos como família, mas existem certos momentos que são especiais para que nós recordemos de quem somos como família e qual é a nossa missão a partir da família no mundo em que vivemos. Nós celebramos o dom da vida todos os dias porque vivemos todos os dias. Um casal vive e celebra o seu matrimônio diário, mas nós temos apenas um dia em que recordamos o nosso aniversário de nascimento. O casal tem um dia em que recorda o início do seu matrimônio na celebração sacramental. Assim, a Semana da Família é um tempo que a Igreja no Brasil escolheu para que, durante aquela semana, nós pensássemos, respirássemos, falássemos sobre a família na presença de Deus.”

 

O nosso estar no mundo é serviço

Dom Moacir também comentou a temática escolhida para este ano e explicou como deve ser vivida essa semana especial. “É uma semana para testemunharmos, através das redes sociais, por meio de reflexões e palestras, dos testemunhos e orações, o grande dom que Deus nos concedeu de não sermos pessoas soltas, sozinhas, isoladas no mundo, mas sermos pessoas vinculadas umas às outras pela fé, pelo afeto e pelos laços do sacramento, tanto do batismo, que nos torna uma só família, como do matrimônio, que origina uma família a partir do sacramento na vida de um casal. Neste ano, a palavra que nos é dada para refletirmos é tirada do livro de Josué (24,15) ‘Eu e a minha casa serviremos ao Senhor’. Serviremos ao Senhor e isso é importante para nós porque a nossa vida no mundo é um serviço. Havia até uma frase que eu ouvia tempos atrás, que diz: ‘Uma vida que não é para servir não serve para viver’. O nosso estar no mundo é serviço”. Ele ressaltou, porém, que é necessário entender o sentido do serviço proposto por Deus. “Nós estamos no mundo para servir e a pergunta é a quem nós vamos servir neste mundo porque nós podemos viver uma vida servida a nós mesmos e quando apenas nos servimos, os outros se tornam instrumentos para usarmos em nosso favor. Mas quando nós servimos a Deus, os outros se tornam objetivo no nosso serviço e a nossa vida se torna instrumento para amá-los através do cuidado com as pessoas que Deus coloca na nossa história, na nossa vida.”

 

Ele concluiu dizendo que a “Semana da Família é o tempo favorável para refletir à luz da Palavra de Deus, aprofundar o ensinamento da Igreja afim de que possamos servir conscientes e servir bem, servir ao bem, que é Deus.” Dom Moacir salientou que “tem gente que faz bem as coisas, o problema é que faz o mal tão bem que engana muita gente. Nós temos que fazer bem o bem, a vontade de Deus e isso traz provações e dificuldades”.

 

Jesus é o centro da Semana da Família

O bispo concluiu sua homilia dizendo que viver bem a Semana Nacional da Família e viver bem na família requer seguir a Cristo, o centro das nossas vidas. “Deus nos chama a viver essa semana especial com os olhos postos em Jesus. Cada um de nós tem as suas tempestades. Há casais que têm as tempestades no relacionamento conjugal, outros têm tempestades nas preocupações com os filhos, outros ainda na área do trabalho e em tantas outras áreas. Mas não importa quais sejam nossas tempestades, se nós tivermos os olhos fitos em Cristo, ele nos ajudará a vencê-las, nos ajudará a caminhar para além dos nossos problemas e acalmará o mar no qual nós e nossas famílias também precisamos navegar.”

 

 

Live: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24,15)

A programação da Semana Nacional da Família continuou, na Arquidiocese de Goiânia, com a live realizada na noite do dia 12 de agosto, pelo casal Luana e José Rodrigues, que são membros do Projeto “Família do Céu aqui na Terra” e paroquianos da Paróquia Santo Antônio, do Setor Pedro Ludovico. Eles falaram sobre o tema da semana proposto para este ano “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24,15). Casados há 16 anos, eles são professores e pais de sete filhos: Sara, Felipe, Maria Tereza, Miguel, José Henrique, Ester Maria e Clara Inês.

 

Na live, eles contaram sobre o desafio e a beleza de servir ao Senhor na prática. Quando casaram, Luana tinha 20 anos de idade e José, 24. Ela era católica e ele de uma igreja protestante. “O José tomou a decisão de ser católico e, no dia do nosso casamento, fez os sacramentos necessários para nos casarmos”, contou. O casal começou a família já com filhos, ela fazendo faculdade e ele recém-formado, assumindo três turnos de trabalho. Luana afirmou que eles não tiveram a formação cristã adequada para assumir tamanha responsabilidade. “A Igreja oferece a formação cristã que precisamos, mas nem todos conseguem caminhar conforme os ensinamentos e acabam não cumprindo uma vida sacramental autêntica.” Luana brincou dizendo que para se formar em uma faculdade, as pessoas estudam desde muito cedo até a vida adulta e para casar e formar uma família, que é para a vida toda, fazem um curso de fim de semana.

 

Em 2014, quando já tinham quatro filhos, eles começaram a conhecer com mais profundidade o que é viver a família e a paternidade responsável, por meio da formação que fizeram no Centro da Família Coração de Jesus. Até então, Luana usava os métodos contraceptivos que ofenderam muito sua saúde. “O anticoncepcional é capaz de matar um filho, uma alma no ventre da mãe que Deus tanto desejou. Ele pode trazer tranquilidade, mas traz uma dor espiritual porque ele mata uma alma, mata o amor de Deus em nosso coração. Mas, à medida que fomos conhecendo, estudando, o Senhor foi nos visitando e trazendo as verdades que ele queria condicionar em nossa família.”

 

Entre um filho e outro foram muitas as crises na família e em cada uma delas, segundo Luana, o Senhor vinha visitá-los. Eles começaram também a participar do Projeto “Família do Céu aqui na Terra”, quando Felipe tinha quase um ano de idade. Hoje, ele tem 13. “Fomos formados com os métodos da Igreja, começamos a estudar os métodos naturais e a abertura à vida.” Todos os filhos foram tidos através de cesariana e,

nas duas últimas gravidezes, os médicos já não queriam fazer o parto de Luana, por ser de muito risco. “A gravidez do Miguel foi cheia de enchentes e tempestades, mas não ruímos porque o Senhor estava à frente”, disse. Miguel hoje tem 10 anos e a mais nova, Maria Tereza, tem 10 meses. “O Miguel veio quase passando da hora de nascer, mas tivemos a intercessão de todos que rezaram por nós, a intercessão divina de São Miguel, e o Miguel chegou saudável; conseguimos espaçar bastante os filhos pelo método.” Para o casal que convive com famílias numerosas e passou a entender o valor dos filhos, não é um peso conforme a sociedade hoje prega. “O filho não é o peso que a sociedade coloca para nós, ele é bênção. Depois do Miguel, ela e José Rodrigues ficaram com muito medo de ter filho porque os médicos falaram que ela poderia morrer com uma nova gravidez. Mas ela encarou e conseguiram. “A nossa vida não seria a mesma sem Ester, Clara e Maria Tereza”. Após o Miguel, o médico ia fazer a cirurgia para Luana não ter mais filhos, mas ela começou a chorar muito e o médico não conseguiu prosseguir com a cirurgia e, então, vieram os outros filhos. Ela vê esse momento como obra de Deus na vida da família também.

 

Embora soubesse dos riscos, Luana disse, na live, que ela e José Rodrigues não quiseram tentar a Deus tendo os filhos, mas o fizeram por obediência. “Temos que transcender pela fé e eu quis confiar no Senhor”, justificou. Hoje sua família serve ao Senhor na Paróquia Santo Antônio, do Setor Pedro Ludovico. Alguns são acólitos, outros coroinhas. E eles participam do Projeto “Família do Céu aqui na Terra”. Com a pandemia, ela disse que toda a família está sofrendo longe da Igreja. Por fim, Luana comentou o sentido de sua casa e de sua família servirem ao Senhor. “Eu e minha casa serviremos ao Senhor é pedir a Deus que cuide dos nossos filhos e pedir que eles amem a Deus mais do que nós amamos. E se ele age em nossas vidas desde muito cedo é porque ele vai precisar dessas almas disponíveis. Quando a palavra diz: ‘Enviai, Senhor, operários para a vossa messe’, precisamos ouvir. Muitos pedem, mas será que todos estão disponíveis a doar seus filhos ao serviço de Deus, a enxergar a eternidade nos seus filhos? A paternidade responsável não é somente ter número de filhos, mas se responsabilizar pela santidade deles. A necessidade espiritual para um filho é mais importante.

 

Nossa família era pra ter dado errado, não tinha que acontecer bem, mas a graça da intercessão de Deus foi maior e isso me leva a confiar nas graças que o Senhor realiza há 2 mil anos de caminhada da Igreja. Mais do que nosso exemplo, nossos filhos têm 2 mil anos de história de pessoas que se entregaram totalmente a Deus”, concluiu.

 

 Encerramento

O encerramento da Semana da Família na arquidiocese, acontece neste domingo, 16 de agosto, com Santa Missa no Santuário Sagrada Família, presidida pelo padre Rodrigo de Castro, e com transmissão ao vivo pelo Facebook da Pastoral Familiar da Arquidiocese e pelo Facebook e Youtube do Santuário.

 

A família, como vai?

Nosso arcebispo, Dom Washington Cruz, publicou artigo no Jornal O Popular, no dia 10 de agosto, no qual ele reflete sobre os vários anos, ao longo dos seus 50 anos de sacerdócio, em que acompanha famílias. Em todos esses anos, ele pôde conhecer de perto o que é viver o amor em família, mas também pôde presenciar situações de disputas, brigas, separações.

 

Na situação de pandemia do coronavírus, segundo o arcebispo, ficou mais evidente “que a boa convivência é uma graça e uma bênção na vida, mas é preciso estarmos vigilantes. É quando permanecemos mais tempos juntos que as diferenças sobressaem”, enfatizou. Nesse período houve aumento dos conflitos familiares e espancamentos em mulheres e crianças. “É preciso evitar a violência, porque ela deixa estragos por toda a vida”, salientou.

 

Para viver e conviver na graça, sobretudo neste tempo de pandemia, Dom Washington ensina que é possível indo ao encontro da família de Jesus. Ele recordou também o ensinamento do papa Francisco para conviver bem em família, fazendo uso de três palavras: com licença, obrigado e desculpa. A catequese sobre esse tema foi proferida pelo Santo Padre em maio de 2015.

 

Fúlvio Costa

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