Iniciaremos hoje uma série de quatro capítulos que chamaremos: “Entendendo a Santa Missa”. Para começar, vamos falar sobre a Santa Missa de modo geral, qual o seu significado e as mudanças que aconteceram no decorrer do tempo. Nos capítulos seguintes falaremos sobre cada uma das três partes que compõem a Santa Missa (Ritos iniciais e finais, Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística).

O convite para você, que irá ler cada capítulo da nossa série, é contemplar a beleza da nossa Santa Igreja Católica, que ao longos dos séculos, com a ajuda do Espírito Santo, pôde se organizar e seguir as inspirações de Deus por meio das Sagradas Escrituras, Sagrada Tradição e Sagrado Magistério.

A Santa Missa, também chamada de Ação de Graças, ou ainda, de Eucaristia, não é uma mera representação ou simples lembrança do Sacrifício do Senhor, mas a sua atualização memorial. Com a celebração da Santa Missa, o mesmo e único sacrifício de Jesus na cruz, se torna presente, vivo e se faz verdadeira comida e verdadeira bebida. Não é uma repetição do sacrifício do Calvário, mas a sua consumação memorial no hoje da história.

A Missa é um culto de graças ao Pai, por Cristo, e na unidade do Espírito Santo, para agradecer os dons que recebemos. Nela, renovamos a reparação de nossos pecados e os do mundo inteiro. É também momento de apresentar a Deus as nossas necessidades e pedir a graça necessária para vencer as dificuldades que a vida nos oferece. Portanto, isso é o que significa a definição da Igreja: a Missa como o louvor a Deus e o exercício de santificação dos fiéis.

São João Paulo II, em sua encíclica Ecclesia de Eucharistia, publicada no dia 17 de abril de 2003, nos ajuda a compreender a Missa com as seguintes palavras: “No oferecimento eucarístico do pão e do vinho, são também apresentadas a Deus toda a riqueza e pobreza da humanidade inteira. Assim rezamos pelas necessidades de todos os homens espalhados pelo mundo inteiro, em particular pelos mais necessitados. Quando participamos da Santa Missa, ajudamos concreta e eficazmente os outros. De fato, a Santa Missa é fonte privilegiada de justiça, de partilha, de paz, de reconciliação e de perdão entre todos os povos. A Eucaristia sempre é celebrada sobre o altar do mundo. Une o céu e a terra”.

Por isso, a Missa não deve ser considerada simplesmente como uma oração devocional, nem como uma celebração a mais da Igreja. Ela é, ao contrário, o ato supremo da nossa fé.

Marcos e Equipe Canto e Liturgia da Arquidiocese de Goiânia