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Semana das Dores

Semana das Dores

Tanto na semana que antecede a Semana Santa, como nos primeiros dias da mesma, a tradição piedosa da Mãe Igreja

Tanto na semana que antecede a Semana Santa, como nos primeiros dias da mesma, a tradição piedosa da Mãe Igreja celebra a Semana das Dores. São sete dias de oração refletindo todo o sofrimento da mãe de Jesus, que o acompanhou no caminho do Calvário. Em muitas cidades o povo faz as “procissões do depósito”, quando, quase sempre as mulheres, levam a imagem de Nossa Senhora das Dores para um lugar, e a imagem do Senhor dos Passos, carregada pelos homens, é levada para outro local diametralmente oposto. Desses lugares saem as procissões. Normalmente, na terça-feira ou na quarta-feira da Semana Santa, há então a “procissão do encontro” das imagens de Jesus e de Maria, sua mãe. Em alguns lugares na quarta-feira santa é o dia da procissão de Nossa Senhora das Dores.

 

Sete são as dores de Nossa Senhora:

 

Primeira Dor – Profecia de Simeão: Simeão os abençoou e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser ocasião de queda e elevação de muitos em Israel e sinal de contradição. Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma (Lc 2,34-35).

 

Segunda Dor – Fuga para o Egito: O anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse: Levanta, toma o menino e a mãe, foge para o Egito e fica lá até que te avise. Pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo. Levantando-se, José tomou o menino e a mãe, e partiu para o Egito (Mt 2,13-14).

 

Terceira Dor – Maria procura Jesus em Jerusalém: Acabados os dias da festa da Páscoa, quando voltaram, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que os pais o percebessem. Pensando que estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia e o procuraram entre parentes e conhecidos. E, não o achando, voltaram a Jerusalém à procura dele (Lc 2,43b-45).

 

Quarta Dor – Jesus encontra a Sua Mãe no caminho do Calvário: Ao conduzir Jesus, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e o encarregaram de levar a cruz atrás de Jesus. Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres que batiam no peito e o lamentavam (Lc 23,26-27).

 

Quinta Dor – Maria ao pé da Cruz de Jesus: Junto à cruz de Jesus estava de pé sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Vendo a Mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse Jesus para a mãe: Mulher, eis aí o teu filho! Depois disse para o discípulo: Eis aí a tua Mãe! (Jo 19,15-27a).

 

Sexta Dor – Maria recebe Jesus descido da Cruz: Chegada a tarde, porque era o dia da Preparação, isto é, a véspera de sábado, veio José de Arimatéia, entrou decidido na casa de Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Pilatos, então, deu o cadáver a José, que retirou o corpo da cruz (Mc 15,42).

 

Sétima Dor – Maria deposita Jesus no Sepulcro: Os discípulos tiraram o corpo de Jesus e envolveram em faixas de linho com aromas, conforme é o costume de sepultar dos judeus. Havia perto do local, onde fora crucificado, um jardim, e no jardim um sepulcro novo onde ninguém ainda fora depositado. Foi ali que puseram Jesus (Jo 19,40-42a).

 

Maria Santíssima, a Virgem das Dores, aos pés do calvário, abraça toda a humanidade que padece, toda a criação que também padece em dores de parto. A Virgem Maria, Mãe do Deus vivo se vê aos pés da Cruz, se vê debaixo do Véu que se rasgou e ali, das mãos de Seu próprio Filho recebe toda a humanidade como seus filhos do coração, filhos que necessitam da sua doce, forte e materna proteção e intercessão, para que possamos vencer as dores do cotidiano para que possamos chegar confiantes ao nosso encontro com o Deus que ressuscitou no terceiro dia, e que nos dá vida por sua morte!

 

São João Paulo II fala da importância teológica do culto mariano: “Sendo assim, na economia redentora da graça, atuada sob a ação do Espírito Santo, existe uma correspondência singular entre o momento da Encarnação do Verbo e o momento do nascimento da Igreja. E a pessoa que une estes dois momentos é Maria: Maria em Nazaré e Maria no Cenáculo de Jerusalém. Em ambos os casos, a sua presença discreta, mas essencial, indica a via do «nascimento do Espírito». Assim, aquela que está presente no mistério de Cristo como Mãe, torna-se ― por vontade do Filho e por obra do Espírito Santo ― presente no mistério da Igreja. E também na Igreja continua a ser uma presença materna, como indicam as palavras pronunciadas na Cruz: «Mulher, eis o teu Filho»; «Eis a tua Mãe».”

 

(http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25031987_redemptoris-mater.html, último acesso em 02 de abril de 2019)

 

Nossa Senhora nos ajuda a refletir sobre o sofrimento de seu Filho Jesus para nos salvar. Devemos compreendê-lo com os olhos da fé e operar uma mudança radical em nossas vidas. Como Nossa Senhora nos ensinou a seguir Seu Filho Jesus e fazer tudo o que Ele nos disser, com Ela caminhemos nestes dias desta Semana pedindo as graças necessárias para abandonar a vida do pecado e, na graça santificante de Deus, renovados pelo Sacramento da Reconciliação, caminhemos para a Páscoa na certeza de que com o olhar materno de Maria iremos seguir e testemunhar o Ressuscitado!

 

 

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

 

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