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Semana Santa em tempo de pandemia

Semana Santa em tempo de pandemia

Graça de celebrar em família

 

Neste domingo, 28 de março, a Igreja deu início à Semana Santa, que para nós é a Semana das Semanas do calendário litúrgico. Neste tempo, assim como já vivemos durante a Quaresma, é o momento de celebrar bem para nos prepararmos para a Páscoa do Senhor, a festa mais importante para nós, católicos. Com a Semana Santa vivenciamos os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. “Antes de tudo, essa semana é um reviver com Cristo, de forma espiritual, os momentos de sua Paixão, Morte e Ressurreição”, afirmou padre Cristiano Faria dos Santos, administrador paroquial da Paróquia Nossa Senhora Rainha da Paz, em Goiânia.

 

A Semana Santa faz memória dos principais acontecimentos da nossa fé, por meio dos quais Jesus Cristo salvou a humanidade. Acontece sempre a cada ano próximo à celebração da Festa Judaica dos Judeus, que é marcada pela lua cheia. A espiritualidade dessa semana é bem peculiar com partilhas da dor e da esperança vividos por Cristo. “Nós somos cidadãos na Terra, mas chamados à eternidade”, ressaltou padre Cristiano. Ao lado, ele elencou a espiritualidade dos principais dias desta semana de graça.

 

 

Espiritualidade da Semana Santa

Domingo de Ramos: tem como foco a entrada de Jesus em Jerusalém, que é marcada pela sua profunda humildade. As pessoas querem, de alguma forma, ressaltar a sua entrada e, por isso, pegam os ramos e os mantos que têm ali nas mãos. Com Jesus humilde, nós entramos na Semana Santa celebrando o Domingo de Ramos e, ao longo desta semana, nós vamos meditando todos os eventos que aconteceram em Jerusalém e que nos atingem na fé.

Quarta-feira Santa: celebramos, neste dia, uma tradicional liturgia chamada Procissão do Encontro em que Jesus dos Passos, assim dito, vive uma experiência de encontro com Nossa Senhora e essa imagem teológica é muitas vezes revivida na liturgia própria deste dia.

 

Quinta-feira Santa: o foco da Semana Santa está no Tríduo Pascal, que começa na quinta-feira na Missa da Ceia do Senhor. Essa é uma missa sempre vespertina, no início da noite, que recorda aquele dia em que Jesus chamou os discípulos a partilhar uma ceia e, dentro dessa ceia judaica, Jesus institui um novo sacramento, que é a Eucaristia, na qual Ele promete a presença real do próprio Cristo, nas espécies de pão e vinho, após a consagração. A Igreja já não come mais pão. Essa é a promessa de Jesus. Ela recebe o corpo e o sangue, a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Então, isso é celebrado de forma específica na Quinta-feira Santa, e termina-se a liturgia recordando que Jesus vai para o Getsêmani rezar. É uma noite de dor porque Jesus se prepara para salvar a humanidade. Então, esta noite termina, em muitas comunidades, com uma adoração ao Santíssimo, uma vigília que recorda esse momento de Jesus no Getsêmani.

Sexta-feira Santa: é o único dia em que a Igreja não celebra missa. Celebra-se um momento especial junto à cruz do Senhor. É a chamada Celebração da Paixão que, via de regra, é celebrada às 15h nas nossas comunidades. Lá, nós experimentamos a dor de Jesus, mas, por outro lado, entendemos a sua esperança. Veneramos a cruz nesse dia, mas com a esperança de que ela é sinal de vida eterna.

Sábado Santo e Domingo de Páscoa: a Igreja passa um dia de silêncio à espera do mistério e na noite o mistério se revela: Jesus ressuscitou, aleluia! Como vamos dizer na nossa liturgia. Então, do Domingo de Ramos ao Sábado Santo, a Igreja celebra esse mistério da Paixão e da Ressurreição de Jesus e a alegria do Sábado Santo se prolonga no Domingo, Dia do Senhor, e se estende por 50 dias, que é o Tempo Pascal. É a alegria da Igreja pela ressurreição do Senhor, mas, para chegar à ressurreição, precisaremos, necessariamente, passar pela Paixão e pela cruz. Essa é a característica da Semana Santa.

 

 

Semana Santa em tempo de pandemia

Embora não seja possível novamente celebrar a Semana Santa nas igrejas devido à pandemia, que chega ao triste número de 300 mil mortes no Brasil, é importante celebrá-la em casa com a família. Para isso, temos o auxílio dos meios de comunicação que, através das transmissões ao vivo, têm nos ajudado a viver a fé como é possível. Padre Cristiano assinalou que, caso se viaje nesta semana, é fundamental que não nos deixemos levar pelas distrações, pois não é feriadão. “Este é um tempo de oração. Deixemo-nos ser atingidos pela presença de Deus. Para isso, é necessário celebrar, viver algo importante que nós fazemos através dos ritos litúrgicos da Semana Santa, que exige de nós parar e viver esse tempo de espiritualidade através da liturgia”, explicou o padre.

A celebração com o povo é mais plena e, como tal, deve acontecer com toda a Igreja: sacerdotes, religiosos, cristãos leigos. Mas, devido às circunstâncias, precisamos participar das celebrações, mesmo que pela internet, por televisão ou rádio. “Nós podemos celebrar pelos meios de comunicação social porque a celebração nos envolve mesmo que tenha algo tecnológico no meio do caminho. Precisamos recordar que o Senhor está onde estamos porque ele mesmo prometeu: “estarei convosco todos os dias até o fim dos tempos” (Mt 28,20). Assim, a Igreja celebra, neste ano de 2021, mais um tempo de misericórdia em todo esse processo da Semana Santa.”

 

Os meios de comunicação, neste momento, são imprescindíveis e, por meio deles, disse padre Cristiano, finalizando a entrevista, podemos transformar nossas casas em igrejas para estarmos sempre com o Senhor. “Eu acredito que toda forma de comunicação se tornou importante nos tempos atuais. Nós transformamos nossas casas em escolas, transformamos nossas casas em escritórios e também podemos transformar nossas casas em igrejas. Na verdade, esse conceito é muito antigo, o conceito de Igreja doméstica. Então, nesta Semana Santa, é possível celebrar com a Igreja, mesmo se estivermos em isolamento, na perspectiva de que somos Igreja onde estivermos celebrando, onde estivermos vivendo o mistério da presença e da Palavra de Deus. Quantas comunidades não celebram a Palavra apenas porque não têm sacerdotes? Nós já estamos há pouco mais de um ano vivendo essa experiência, mas na confiança de que logo isso vai se resolver. Mas, por ora, com certeza, os meios de comunicação colaboram com a espiritualidade do cristão”, concluiu.

 

Fúlvio Costa

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