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Liturgia: fonte da vida da Igreja

Liturgia: fonte da vida da Igreja

Gestos corporais devem ser simples e estar a serviço do rito

 

A liturgia é extremamente importante na vida da Igreja. A Constituição Sacrosanctum Concilium do Concílio Vaticano II esclarece sobre o lugar da liturgia na Igreja. “A Liturgia é simultaneamente a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força”, ou seja, ela é cume e fonte da vida da Igreja. Padre Antônio Donizeth do Nascimento, administrador da Paróquia São José, explica que “tudo na vida da Igreja caminha e encontra o seu sentido último na liturgia. É a liturgia que plenifica o ‘ser’ e o ‘fazer’ da Igreja. É ela o ‘operar’ do Espírito Santo na santificação do ‘ser’ e do ‘agir’ da Igreja. A liturgia é cume e fonte, tudo caminha para lá e tudo procede de lá”.

 

No documento Sacrosanctum Concilium afirma-se que os ritos devem brilhar pela sua nobre simplicidade (cf. SC, 34). Na Carta Pastoral “O espírito Santo e a Igreja e Liturgia”, Dom Washington Cruz nos fala sobre a maneira com que os ritos devem ser celebrados. “A verdadeira arte de celebrar (difícil como para um maestro interpretar uma partitura) é usar bem os livros litúrgicos, inserindo-se na maravilhosa Tradição da Igreja” (O espírito Santo e a Igreja e Liturgia, 79). Dom Washington ainda declara, em sua carta, que a beleza dos ritos “deve transparecer a presença de Cristo no centro da liturgia” (O espírito Santo e a Igreja e Liturgia, 72).

 

Na Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, no número 40, podemos entender a importância dos gestos durante a celebração. “… A simplicidade dos gestos e a sobriedade dos sinais, situados na ordem e nos momentos previstos comunicam e cativam mais do que o artificialismo de adições inoportunas…”. Esses gestos e movimentos corporais, conforme padre Antônio Donizeth, devem “estar a serviço do rito e não ao contrário”. Na Instrução Geral do Missal Romano podemos entender um pouco mais sobre os gestos na celebração. “Os gestos e atitudes corporais, tanto do sacerdote, do diácono e dos ministros, como do povo, visam conseguir que toda a celebração brilhe pela beleza e nobre simplicidade, que se compreenda a significação verdadeira e plena das suas diversas partes e que se facilite a participação de todos” (Instrução Geral do Missal Romano, 40).

 

Dom Washington Cruz apresenta também, em sua Carta Pastoral, a forma como ficou consagrado o significado de cada posição pela reforma litúrgica. Vejamos os gestos: 
 

Sentado: É uma posição cômoda que favorece a catequese, boa para se ouvir as leituras, a homilia e para meditar. É a atitude de quem fica à vontade e ouve com satisfação, sem pressa de sair.
 

De pé: É uma posição de quem ouve com atenção e respeito, tendo muita consideração pela pessoa que fala. Indica prontidão e disposição do “orante”. A Bíblia diz: “Quando vos puserdes em pé para orar…” (Mc 11,25). Falando dos bem-aventurados, João vê uma multidão, de vestes brancas, “de pé, diante do Cordeiro”, que é Jesus (Ap 7,9).
 

De joelhos: Posição comum diante do Santíssimo Sacramento e durante a consagração do pão e do vinho. Significa adoração a Deus. São Paulo diz: “Ao nome de Jesus, se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra” (Fl 2,10). Rezar de joelhos é mais comum nas orações individuais. “Pedro, tendo mandado sair todos, pôs-se de joelhos para orar” (At 9,40).
 

Genuflexão: É um gesto de adoração a Jesus na Eucaristia. Fazemos quando entramos na igreja e dela saímos, se ali existe o sacrário. Também fazemos genuflexão diante do crucifixo na Sexta-feira Santa, em sinal de adoração (não é adoração à cruz, mas a Jesus que nela foi pregado). Na procissão de entrada, quem leva a cruz não faz a genuflexão, nem mostra a cruz ao povo. Simplesmente, coloca-a no cruciferário ou no respectivo pedestal apropriado.
 

Inclinação: Inclinar-se diante de alguém é sinal de grande respeito. É também adoração, diante do Santíssimo Sacramento. Os fiéis podem inclinar a cabeça para receber a bênção solene.
 

Mãos levantadas: É atitude dos “orantes”. Significa súplica e entrega a Deus. É o gesto aconselhado por Paulo a Timóteo: “Quero, pois, que os homens orem em qualquer lugar, levantando ao céu as mãos puras, sem ira e sem contendas” (1Tm 2,8).
 

Mãos juntas: Significam recolhimento interior, busca de Deus, fé, súplica, confiança e entrega da vida. É uma atitude reveladora de profunda piedade.
 

Prostração: Gesto muito antigo, bem ao gosto dos orientais. Estes se prostravam com o rosto na terra para orar. Assim fez Jesus no Horto das Oliveiras. Hoje essa atitude é própria de quem se consagra a Deus, como na ordenação sacerdotal. Significa morrer para o mundo e nascer para Deus com uma vida nova e uma nova missão.

 

Larissa Costa

 

 

 

 

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