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História da Igreja em Goiás

História da Igreja em Goiás

A fundação da Escola de Enfermagem São Vicente de Paulo, o primeiro curso superior católico em Goiás

Com a fundação da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia em 1935, e a chegada das Irmãs Filhas da Caridade para dirigir o hospital em 1942, sob o desejo de Dom Emanuel Gomes de Oliveira, foi possível criar o primeiro curso superior católico em Goiás, o curso de enfermagem. As irmãs já tinham uma larga experiência na área da enfermagem no Rio de Janeiro de onde vieram, chegando em Goiânia somaram forças com o grupo dos vicentinos que já atuavam na Santa Casa.

 

Para a concretização do projeto foi formada uma comissão que encampou a ideia do bispo para que ela se tornasse realidade. São eles: Dr. Eduardo Jacobson, dona Gercina Borges e a Sociedade de São Vicente de Paulo, representada por Sr. Germano Roriz e pelo Provedor José Sêneca. Além do curso de Enfermagem, a Santa Casa acolheu, posteriormente, os cursos de Farmácia e Odontologia, em 1948.

 

Dom Emanuel não mediu esforços para que surgisse na capital do estado uma Escola de Enfermagem aos moldes da Escola Anna Nery do Rio de Janeiro. Com essa finalidade procurou o Conselho Nacional de Educação e apresentou a proposta da escola de enfermagem, onde obteve a aprovação para o funcionamento. O bispo tinha conhecimento do Decreto n. 20.109/31 do Governo Federal, que previa que as escolas de Enfermagem que fossem criadas após essa lei deveriam seguir o modelo da Escola Anna Nery, tanto na estrutura, como na organização, para obterem liberação para funcionarem. Essa escola era o padrão oficial para o ensino da enfermagem no Brasil. O decreto resguardava que essas escolas deveriam ser dirigidas por enfermeiras diplomadas. Não havendo, em Goiás, uma equipe qualificada como era exigida, o bispo recorreu às Irmãs da Caridade, que atenderiam a todos esses requisitos.

 

A partir de outubro de 1942 começou a funcionar a Escola de Enfermagem São Vicente de Paulo nas dependências da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia. A Escola de Enfermagem funcionava em um prédio de dois andares, com a porta principal pela Rua 4, no centro, e a porta dos fundos tendo acesso pelo parque arborizado e ajardinado. No primeiro andar (piso) funcionava a Secretaria da Escola, a sala de visita e a de estar, os dormitórios das alunas, banheiros, o refeitório, a cozinha e uma pequena lavanderia. No segundo andar ficava a dependência da Comunidade Religiosa das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo e de hóspedes.

 

Para ingressar na Escola de Enfermagem era necessário fazer um exame de admissão ou habilitação, que era composto por duas partes: entrevista e prova escrita. Só poderia fazer a prova escrita quem era aprovado na entrevista. O processo seletivo acontecia em março e agosto. O curso durava três anos, em período integral.

 

O curso era particular, logo, o acesso se restringia às famílias que possuíam mais condições financeiras. Algumas prefeituras, devido suas necessidades, concediam bolsas para formar suas enfermeiras, que depois pagariam as despesas através do seu trabalho. Em se tratando de um internato, apenas moças eram acolhidas. Além do curso regular superior, a escola oferecia o curso de Auxiliar de Enfermagem, que durava seis meses, de Atendente de Enfermagem, três meses, e de Servente Hospitalar, um mês. A Escola de Enfermagem recebeu o reconhecimento oficial por parte do Governo Federal, por meio do Decreto n. 15.495/1944.

 

Pe. Maximiliano Costa
Mestre em História

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