Nossa Igreja nos proporciona, dentro do Tempo Litúrgico, alguns momentos que servem para a nossa vivência de fé. Neste 2º Domingo da Páscoa celebramos o Domingo da Divina Misericórdia, promulgado pelo papa São João Paulo II, por ocasião do Jubileu do Ano 2000.
A devoção a Jesus Misericordioso foi espalhada no mundo por Santa Faustina, a quem o próprio Jesus apareceu de “maneira belíssima”, como ela mesma disse várias vezes em seu diário.
Padre Marcos Rogério, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Assunção, explica o sentido de celebrarmos o Domingo da Misericórdia no 2º Domingo da Páscoa. “Depois de celebrarmos a Páscoa, caminhamos rumo à misericórdia. Diante de Jesus ressuscitado, a misericórdia entra no coração como sinal de transformação.”
“A Igreja é sempre muito cautelosa quando se trata de revelações e, depois de muito tempo, apesar de tudo que Santa Faustina já escrevia sobre as manifestações e revelações, a Igreja foi cuidadosa e, ao estudar o diário escrito por ela, foi percebendo que de fato havia uma constância concreta da presença de Deus e que de fato ela tinha essas visões místicas. A Igreja, através do papa João Paulo II, reconhece as visões e nos dá esse grande presente”, conta o padre.
Santa Faustina Kowalska, a Apóstola da Misericórdia
Santa Faustina viveu o sofrimento em sua própria pele, em expiação dos pecados dela e dos outros. Ela nos ensina a rezar no Terço da Misericórdia: “Eterno Pai, eu vos ofereço o corpo e o sangue, a alma e a divindade de vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro”. Muitas vezes, como conhecemos na história de muitos santos que viviam uma vida religiosa, Santa Faustina não era compreendida por sua superiora, mas mesmo assim ela procurava obedecer ao Senhor. Repetidamente, Ele pedia a mortificação do corpo dela, o que não era compreendido pelas superioras e nem pelos confessores. Porém, ela sempre buscava obedecer ao Senhor e já tinha a sua graça alcançada.

Em seu diário, Santa Faustina conta todas as aparições de Jesus para ela. No número 36, a santa narra um encontro com Jesus, que lhe disse: “Tu descerás à terra e sofrerás muito, mas não por muito tempo, e cumprirás a Minha vontade e os Meus desejos e um fiel servo Meu te ajudará a cumpri-los. Agora reclina a tua cabeça sobre meu peito, sobre o Meu Coração, e tira dele a força e vigor para todos os sofrimentos, porque em nenhum lugar encontrarás alívio, ajuda ou consolo”. Neste diálogo, Jesus é realista com a santa falando para ela tudo que aconteceria e mostrando que toda a força para superar os desafios ela encontraria nele. E, por fim, Jesus lhe garantiu: “Eu estou contigo”.
A história conta que, no dia 22 de fevereiro de 1931, Jesus apareceu para ela em pé, com a túnica entreaberta na altura do coração de onde saíam grandes raios, um vermelho (sangue) e o outro azul (água). E foi assim que surgiu a imagem de Jesus Misericordioso. Depois dessa aparição, o Senhor ordenou que ela pintasse uma imagem de acordo com o que tinha visto e adicionasse a inscrição “Jesus, eu confio em vós”.
Santa Faustina foi beatificada em 1993 e canonizada em 2000. As duas celebrações foram presididas por São João Paulo II que, como ela, também era polonês.
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Marcos Paulo Mota