Em seu terceiro ano de pontificado, o Papa Francisco fez algo que não tinha acontecido. Ele permitiu que as dioceses pelo mundo inteiro criassem portas santas. A permissão veio através da Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, Misericordiae Vultus. Nesse documento, escrito no ano de 2015, além de anunciar o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, ele também autorizou os bispos das Igrejas particulares a criarem e abrirem uma Porta da Misericórdia.
No ano de 2015, a abertura das Portas Santas foi realizada no terceiro Domingo de Advento, em comunhão com a abertura da Porta da Basílica de Latrão, em Roma. “Estabeleço que no mesmo domingo, em cada Igreja particular – na Catedral, que é a Igreja-Mãe para todos os fiéis, ou na Concatedral ou então numa Igreja de significado especial – se abra igualmente, durante todo o Ano Santo, uma Porta da Misericórdia. Por opção do Ordinário, a mesma poderá ser aberta também nos Santuários, meta de muitos peregrinos que, frequentemente, nestes lugares sagrados, se sentem tocados no coração pela graça e encontram o caminho da conversão. Assim, cada Igreja particular estará diretamente envolvida na vivência deste Ano Santo, como um momento extraordinário de graça e renovação espiritual. Portanto, o Jubileu será celebrado, quer em Roma quer nas Igrejas particulares, como sinal visível da comunhão da Igreja inteira”.
Essa abertura foi de grande importância para os fiéis católicos, pois todos poderiam receber a indulgência plenária sem precisar ir à Roma. Além disso, o Papa abriu o ano Extraordinário da Misericórdia no aniversário de 50 anos da conclusão do Concílio do Vaticano II. “Com efeito, abrirei a Porta Santa no cinquentenário da conclusão do Concílio Ecuménico Vaticano II. A Igreja sente a necessidade de manter vivo aquele acontecimento”.
Na Bula, o Papa explica ainda sobre a importância dos Anos Santos. “A peregrinação é um sinal peculiar no Ano Santo, enquanto ícone do caminho que cada pessoa realiza na sua existência. A vida é uma peregrinação e o ser humano é viator, um peregrino que percorre uma estrada até à meta anelada. Também para chegar à Porta Santa, tanto em Roma como em cada um dos outros lugares, cada pessoa deverá fazer, segundo as próprias forças, uma peregrinação. Esta será sinal de que a própria misericórdia é uma meta a alcançar que exige empenho e sacrifício. Por isso, a peregrinação há de servir de estímulo à conversão: ao atravessar a Porta Santa, deixar-nos-emos abraçar pela misericórdia de Deus e comprometer-nos-emos a ser misericordiosos com os outros como o Pai o é conosco”, orienta ele.
Afinal, qual a importância do Ano da Misericórdia?
O papa explica na Bula. “Jesus declara que a misericórdia não é apenas o agir do Pai, mas torna-se o critério para individuar quem são os seus verdadeiros filhos. Em suma, somos chamados a viver de misericórdia, porque, primeiro, foi usada misericórdia para conosco”. E fala ainda que, “na Sagrada Escritura, como se vê, a misericórdia é a palavra-chave para indicar o agir de Deus para conosco”.
Na próxima edição, apresentaremos um pouco mais do ano da Misericórdia e das Portas Santas que estão na Arquidiocese de Goiânia.
Temos Porta Santa aberta no Brasil
A Porta Santa da Basílica do Senhor Bom Jesus, localizada em Iguape (SP), se abriu em razão do Ano Jubilar extraordinário, em virtude dos 375 anos do encontro da imagem do Senhor Bom Jesus. O Ano Jubilar se iniciou no dia 5 de fevereiro deste ano e se encerrará no dia 6 de janeiro de 2023.
Para que tal fato fosse possível, o bispo Dom Manoel Ferreira dos Santos Júnior pediu autorização para Santa Sé e manifestou sua vontade de “promover a renovação espiritual dos fiéis e incrementar sua vida na graça”.
Suzany Marques