O Concílio Vaticano II e a Conferência de Medellín foram dois acontecimentos eclesiais que marcam a vida e o ministério de Dom Fernando Gomes dos Santos, reorientando, assim, o seu modo de ser e governar a Igreja. A partir desse momento da história ele faz a opção por uma eclesiologia mais encarnada na realidade do povo, comprometendo-se com os mais pobres e necessitados. Em Goiânia, Dom Fernando lançou o movimento Ação, Justiça e Paz, em 1968. Nesse lançamento, o arcebispo fez uma análise da conjuntura brasileira, apresentou a desigualdade entre pobres e ricos e conclamou os fiéis à ação, principalmente na busca por justiça e paz.

Outro acontecimento relevante no episcopado de Dom Fernando foi a experiência de reforma agrária realizada pela Igreja Católica na Fazenda Conceição, em Corumbá de Goiás, onde a terra foi distribuída a 50 famílias. A visão da Igreja era de fazer pequenas experiências de reformas em suas terras. Caso obtivesse êxito, o processo poderia ser expandido por todo o país. Dom Fernando teve uma forte atuação política, principalmente no campo social. Isso demonstrava o papel civilizador da Igreja em meio à sociedade.

A Igreja protagonizou esse processo de reforma agrária com a finalidade de realizar uma campanha de educação para motivar os diversos segmentos da sociedade: governo, proprietários de terras, famílias arrendadas a compreenderem o seu papel dentro do processo da reforma agrária. A Igreja Católica se apresentou como mediadora nas causas mais exigentes que a sociedade viveu nesse momento, com o desejo de cumprir também seu trabalho educativo.   

Uma marca indelével do episcopado de Dom Fernando foi o seu compromisso com a causa dos mais necessitados. O seu modo de proceder e governar a Igreja em Goiânia destacou a sua opção preferencial pelos pobres. Tudo isso foi evidenciado em suas ações após o Concílio Vaticano II.

Pe. Maximiliano Costa
Mestre em História