Após dois anos sem a presença dos devotos na Festa do Divino Pai Eterno, neste ano de 2022 a Romaria voltou a contar com a participação presencial dos fiéis, que vêm de várias partes do estado de Goiás e de todo o Brasil. O tema da festa desde ano é “Pai Eterno, fazei novas todas as coisas”. O padre João Paulo Santos, reitor do Santuário-Basílica do Divino Pai Eterno, escreveu o documento de apresentação do tema. “A partir deste tema, nos propomos a fazer um caminho de renovação iluminados pelas virtudes cristãs. Isto para dizer que nosso recomeço tem um ponto de partida. Recomeçamos, a partir de Deus, pela fé, esperança e caridade. Mas o recomeço exige de nós um empenho humano como resposta ao dom de Deus. Por isso, para nos renovar como humanidade, precisamos de prudência, compromisso com a justiça, a necessária temperança e a fortaleza que é a constância da fé”. Esse tema é uma súplica para que o Pai Eterno renove a nossa esperança em dias melhores, como rezamos na consagração, “confiamos em vossa bondade e poder”.

Cada dia da novena teve um tema principal sobre o qual cada celebrante pôde refletir com os romeiros: no 1º dia, “Do individualismo à solidariedade e fraternidade”; no 2º, “Recomeçar a partir da fé”; no 3º, “Recomeçar na esperança”; no 4º, “Recomeçar pelo amor”; no 5º, “Recomeçar na prudência”; no 6º, “Recomeçar a partir da justiça”; no 7º, “Recomeçar com temperança”; no 8º, “Recomeçar com fortaleza”, e, no último dia da festa, “Do isolamento ao encontro”.
Com a intenção de pedir ao Pai Eterno para que livre o mundo de todos os males, foram colocadas as bandeiras de 160 países na rampa do Santuário, representando a unidade dos povos que sofreram com a pandemia e as pessoas que perderam sua vida. Foi instalado também um painel de led, onde se exibiram fotos e nomes enviados pelos romeiros em homenagem às pessoas que faleceram vítimas da Covid-19. “Assim, não rezamos somente pelas mais de 670 mil pessoas que morreram no Brasil. Unidos em um só coração e no amor do Pai Eterno, rezamos também por todas as pessoas do mundo”, disse o padre Sidney Martins, prefeito de Liturgia do Santuário.

A Romaria deste ano fica marcada também pelo monumento em homenagem às vítimas da Covid. Segundo o artista Silvio Morais, criador do monumento, a Pira foi executada com utilização de chapas metálicas recortadas, soldadas e pintadas artesanalmente. “A idealização da forma nos remete a algo que ainda se mantém vivo, assim como uma flor que está prestes a se desabrochar. Remete também a algo que possui raízes profundas, assim como a vegetação do cerrado que brota sobre o chão queimado. A Pira se apoia em uma base quadrada e escura, preta, assim como nos aparenta ser o desconhecido, o medo, a morte”, de acordo com o artista, as pétalas do monumento representam os quatro cantos da Terra unidos por uma tragédia que causou o sofrimento comum.

No dia 3 de julho, Dom João Justino celebrará o encerramento da Festa do Divino Pai Eterno, na Praça Dom Antônio Ribeiro de Oliveira, às 17h30.
