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A Igreja é missão

A Igreja é missão

Com o mês de outubro vem um lembrete especial de que somos uma Igreja Missionária por natureza. Fomos “enviados” por

Com o mês de outubro vem um lembrete especial de que somos uma Igreja Missionária por natureza. Fomos “enviados” por Jesus, em virtude do nosso Batismo, a todo o mundo para pregar a Boa-Nova (cf. Mc 16,15). É claro que sabemos que muitos de nós não podem partir pessoalmente para terras distantes e, no entanto, ainda queremos cumprir o mandato do Senhor. Esta é uma oportunidade para a Igreja destacar a importância do empenho missionário por parte de todos os batizados, bem como as diversas iniciativas de evangelização que lhe estão associadas.

O Decreto Ad Gentes, promulgado pelo Concílio Vaticano II, lembra a todos os cristãos que compartilhamos uma missão. Por amor a Cristo e ao Evangelho, dedicamos este mês às Missões para que, de uma maneira especial, possamos ajudar aqueles que estão trabalhando nos campos estrangeiros de países em desenvolvimento do mundo e que trazem a Boa-Nova aos nossos irmãos e irmãs em terras distantes. Como nós, eles precisam ouvir que Deus os ama e está presente em suas lutas.

 

No terceiro domingo de outubro, a Igreja celebra o Dia Mundial das Missões. É um dia em que os católicos de todo o mundo oram e se sacrificam pelos missionários em mais de 1.150 territórios de missão que dependem desse apoio para compartilhar a mensagem do Evangelho. Essa observância essencial é um momento para sermos inspirados pelos missionários de nossa Igreja que servem aos filhos amados de Deus em lugares de pobreza, injustiça e até perseguição. Os grupos de sacerdotes, religiosos e missionários leigos tornam possível aos mais necessitados encontrar Cristo, os sacramentos e a Palavra viva de Deus e, assim, viver na esperança do céu.

 

Em um discurso por ocasião da Jornada Mundial das Missões em 2013, o Papa Francisco resumiu bem a direção em que devemos permanecer: “A Igreja não é uma organização assistencial, uma empresa ou uma ONG, mas uma comunidade de pessoas encorajadas pela ação do Espírito Santo, que viveram e vivem a maravilha do encontro com Jesus Cristo e desejam compartilhar esta experiência de profunda alegria”.

 

Animados pelo Ano Jubilar Missionário, a Campanha Missionária 2022 apresenta o tema “A Igreja é missão”, cuja inspiração bíblica é “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Esses tema e lema concluem o caminho de 3 anos no qual destacamos a natureza missionária da Igreja que não se reduz a uma dimensão ou em atividades.

 

 

Coleta Missionária

O Dia Mundial das Missões, instituído pelo Papa Pio XI em 1924 e confiado à Pontifícia Obra para a Propagação da Fé, é o ponto alto do mês. Celebrado todo penúltimo domingo de outubro, é um dia especial de oração e angariação de fundos para ajudar as várias iniciativas apoiadas pela Pontifícia Obra para a Propagação da Fé. A data é muito especial e importante para a Igreja Católica, pois, nela, os fiéis do mundo inteiro têm a oportunidade de aprofundar o entendimento sobre esse chamado tão particular que é feito a cada um deles: ser missionário.

 

O mês missionário nos convida a gestos concretos de solidariedade. Em todas as Igrejas do mundo realiza-se, no penúltimo final de semana de outubro (22 e 23), a Coleta Missionária, destinada de forma integral para a missão universal.

 

A coleta especial para o Dia Mundial das Missões é a resposta séria e generosa às necessidades dos outros. É uma maneira de ajudarmos o Papa Francisco em seus esforços para ajudar os missionários em todo o mundo.

 

Num momento em que as necessidades nas missões aumentaram substancialmente e a urgência dos pobres é ainda mais pronunciada, precisamos pedir ao Espírito Santo o dom da generosidade. Jesus convocou seus apóstolos e disse-lhes: “Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio” (Jo 20,21). Esse é o eterno desafio e privilégio de todos os servos da Igreja e de todos os fiéis. Oremos para que neste ano o Dia Mundial das Missões toque profundamente a cada um de nós e que estejamos unidos em prestar verdadeira assistência onde é mais necessária, pela causa de Cristo!

 

 

Padroeiros das Missões

 

O Papa Pio XI proclamou São Francisco Xavier, juntamente com Santa Teresinha do Menino Jesus, Padroeiro Universal das Missões. Ambos se diferenciam em muitos aspectos. São de séculos diferentes: Xavier do século 16, Teresinha do século 20. Xavier morreu com 46 anos de idade e Teresinha com apenas 24. Xavier percorreu distâncias, que completariam várias voltas ao redor do globo terrestre, Teresinha não saiu das grades do Carmelo de Lisieux.

Xavier pregava a Palavra de Deus, Teresinha a meditava com eficácia dentro do Corpo Místico de Cristo. Mas ambos tiveram um instinto irresistível para a oração. Pois ela é uma atração constante de Deus, que nos impulsiona para a ação redentora.

Ação sem oração é machadada no ar. Oração que não transborda para a ação apostólica é palavreado vazio. Se Francisco Xavier, o “gigante” do oriente, e Teresinha, a “criança” de Lisieux, são igualmente Padroeiros Universais das Missões, isso demonstra que os dois foram grandes missionários.

 

Testemunhos

 

Monsenhor Daniel Lagni: pároco da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe. Foi diretor Nacional das Pontifícias Obras Missionárias entre os anos 2000 e 2011.

“Foi um período de muito trabalho, mas também de muita alegria de descobrir a dimensão universal da missão da Igreja, de conhecer novas culturas e realidades e valorizar as diferenças. A Igreja é, por sua natureza, missionária, isto é, deve partir para outros campos, não só limites geográficos, mas culturais e sociológicos. Nós, cristãos, na nossa pequenez, somos chamados a sermos testemunhas do Evangelho, lembrando o final do Evangelho de São Mateus: ‘Ide, pois, e fazei discípulos todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo’ (Mt 28,29), essa é a abrangência universal da missão. Não para o proselitismo, não para impor a ninguém uma ideologia, mas para anunciar Jesus Cristo, sua pessoa, sua palavra.”

 

Ir. Marinalva Maria Santana do Coração Imaculado: religiosa carmelita há 43 anos, Carmelo Santíssima Trindade e da Imaculada Conceição em Trindade.

“A vida da carmelita dentro do claustro, em tudo, encontra sentido e motivo para amar a Deus, sua Igreja e a humanidade que sofre. Não importa o que fazemos, e sim como fazemos. No Carmelo, coisas grandes não existem, ‘estrelas’ não existem. Tudo é pequeno, simples e escondido. No entanto, sabemos que o que fazemos com amor tudo se torna grande! E nossos pequenos sacrifícios chegarão aos confins da Terra. Temos sempre presentes os missionários e missionárias que tanto se sacrificam pelas almas. Também as famílias, a juventude, os bispos, os padres, os seminaristas, os governantes, ou seja, o mundo inteiro está presente em nossas orações.”

 

Ângelo Roger Sales da Silva: 25 anos, missionário da Comunidade Shalom há 6 anos.

“Quando descobri o quanto eu sou amado e o quanto a sua misericórdia age em mim, o meu desejo foi de fazer da minha vida um instrumento para que outros jovens também pudessem conhecer esse Amor de Deus. Confesso que conciliar estudo, trabalho, família e vocação não é fácil. Mas todas essas coisas ganham um novo sentido quando tudo isso eu faço por amor a Deus, dando o melhor para Ele.”

 

 

Pe. Genilson Sousa da Silva: Secretário Nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé- POPF.

“Celebrar o Dia Mundial das Missões recorda o que Vaticano II insistiu, que “a Igreja é de Deus e por natureza ela é missionária” (DG, 2). Nesse iluminar do Vaticano II, o Papa Francisco expressa na mensagem para o Dia Mundial das Missões deste ano que continua “a sonhar com uma igreja totalmente missionária, com o novo tempo de ação missionária entre as comunidades cristãs”. Somos todos missionários e missionárias a partir de Jesus Cristo e, desse modo, a nossa vida deve ser vivida em chave missionária, na espiritualidade orante e na solidariedade material, na sensibilidade a tantas realidades que são atendidas pelo fundo mundial de solidariedade, tendo o Papa como primeiro responsável pelo Dicastério para a Evangelização dos Povos.”

 

Ir. Miriam Salete Cunha Thomassim: religiosa há 38 anos, membro da Comunidade das Irmãs do Instituto Coração de Jesus. Há quase 5 anos em missão na Angola.

“É verdade que o nosso ser missionário não depende da distância que estamos, mas a experiência de deslocar-se de seu próprio país, de sua própria cultura e partilhar a experiência de Deus com outros povos, culturas diferentes, tem um sabor diferenciado. Minha missão se realiza numa área de fragilidade social, com pouca assistência no tocante às necessidades básicas de saneamento, condições dignas de moradia e alimentação. Fazemos a experiência com o povo da falta destes recursos, mas também compartilhamos sua fé, suas alegrias, suas tradições que enriquecem a Liturgia e a vida da Igreja. Sou muito grata e feliz por participar desta missão. Deus seja louvado!”

 

Monsenhor Lino Dalla Pozza: 92 anos, sacerdote incardinado na Arquidiocese de Vicenza – Itália, em 1961. Há 53 anos veio em missão para o Brasil.

“A vida é sempre uma missão. Quem é batizado, automaticamente é missionário. Então, a partir do batismo nós entramos na missão que nada mais é que ser testemunhas do Evangelho com nossa vida e para a vida do outro. Até quando? Até a morte. Durante todos estes anos, desde que saí da minha terra e vim para o Brasil, encontrei muitas pessoas, fui muito amado e continuo sendo amado até hoje, apesar de velho e insuficiente em muitos aspectos da vida, porque com a velhice vêm as limitações. Mas não tenho nada do que reclamar. Ao contrário, eu sou um padre muito feliz e muito realizado.”

 

Monsenhor João Daiber: 82 anos, sacerdote incardinado na Diocese de Camden-New Jersey – Estados Unidos, em 1967.

“Fui enviado para o Brasil por minha diocese de origem. Já faz 53 anos que estou aqui e me dediquei a quatro paróquias no Brasil. Uma na Diocese de Jataí, duas em Brasília e uma em Goiânia, Paróquia São José, no Setor Sul.”

 

 

Fernanda Freitas

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