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A Beleza da Liturgia – I

A Beleza da Liturgia – I

Monsenhor Piero Marini, mestre de cerimônias de São João Paulo II, de 1987 a 2005, fez uma dissertação sobre o

Monsenhor Piero Marini, mestre de cerimônias de São João Paulo II, de 1987 a 2005, fez uma dissertação sobre o tema “A beleza da Liturgia”. Parece-me muito interessante e formativa. Seleciono parte dela e ofereço aos irmãos e irmãs, para oportuna reflexão.

A liturgia não é uma espécie de mercadoria, não é o supermercado da Igreja! Sabemos que é, acima de tudo, obra de Deus, adoração, acolhimento, gratuidade. Para compreender a beleza da liturgia, é necessário partir da concepção da Igreja: “A Igreja é, em Cristo, de algum modo, o sacramento, isto é, o sinal, e o instrumento da união íntima com Deus e da unidade de todo o gênero humano” (LG n.1).

A Igreja, pois, mediante a missão de ser “sinal”, torna possível, de certo modo, a percepção de Cristo como sacramento da salvação. É precisamente a partir dessa sacramentalidade que se articulam os sacramentos propriamente ditos. O sacramento, ação da Igreja, é também ação de Cristo, porque a Igreja nada faz que Cristo não lhe tenha dito ou ensinado: “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19).

A liturgia é ação de Cristo e da Igreja; não depende essencialmente da esfera intelectual, mas repousa sobre o princípio da Encarnação e comporta uma dimensão estética. Assim, os nossos gestos, na celebração, são importantes porque são gestos de Jesus. Na celebração e nos gestos concretos que ela requer, a Igreja não faz mais do que prolongar e atualizar os gestos do Senhor Jesus.

Os gestos da liturgia têm, pois, em si mesmos a sua beleza e a sua estética, enquanto gestos de Cristo, antes mesmo da beleza acessória e secundária que possamos acrescentar. Os Evangelhos apresentam-nos a gestualidade concreta e humana de Jesus: caminha, abençoa, toca, cura, faz lodo, levanta os olhos ao céu, parte o pão, toma o cálice. São gestos que a liturgia retoma na celebração dos sacramentos.

Mas foi, sobretudo, na véspera da sua Paixão que Jesus ensinou os gestos que, por nosso lado, devemos realizar. Ele é o mestre da nossa educação litúrgica. A sua arte consiste em exprimir o essencial em poucas coisas. A significação da liturgia só se torna transparente na simplicidade e na sobriedade.

O que é que torna belo o gesto do Senhor? A decoração da sala? A maneira como a mesa foi preparada? A riqueza da toalha? Com certeza, tudo isso serve para sublinhar a beleza, como uma moldura põe em evidência a beleza de um quadro. Mas a verdadeira beleza é o gesto de amor salvífico: “amou-os até ao fim… tomou o pão”. É por isso que o gesto é belo. Quando repete o gesto de Cristo, a Igreja acha-o belo porque reconhece no gesto o amor do seu Senhor.

 

Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia

 

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