“Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe glória, porque se aproximam as núpcias do Cordeiro. Sua esposa está preparada” (Ap 19,7)

Depois de duas décadas da minha primeira visita à Basílica-Santuário de Nossa Senhora Aparecida, onde conheci uma igreja crua, revestida de tijolos aparentes, encontro uma igreja decorada de tijolo aparente e azulejaria, bela, catequética, repleta de imagens, a linguagem do Sagrado e de símbolos, a linguagem do homem.

Entre tantas descobertas na arte sacra, o guia Felipe revelou-me uma delicadeza simbólica do amor esponsal. No início do segundo conjunto de arcos, das quatro naves principais, há um jardim florido de açucenas (lírio branco, flor de lis). Essas flores simbolizam que a igreja está sempre ornada para o casamento, a Esposa do Cordeiro, a Igreja, com o Cristo, o Cordeiro.

A obra de Cláudio Pastro, na Basílica, foi elaborada unindo as mensagens de fé expressa nos Evangelhos e no Cântico dos Cânticos. É sabido que o amor esponsal, que encontramos no texto bíblico do Cântico dos Cânticos, vai além da arte sacra na Basílica, mas, em cada missa, celebramos as núpcias do Cordeiro, o Amado, o Cristo, com assembleia, a Igreja, a Amada. 

O símbolo da imagem da Igreja como Esposa de Cristo é considerado, na Constituição Dogmática Lumen Gentium, como uma das mais belas referências à Igreja. E esse amor esponsal encontramos nas cartas de São Paulo aos Efésios, na exortação dos deveres recíprocos entres os esposos.

Que possamos, em nossa vida comunitária, sempre celebrarmos as núpcias dos Amados: o Cristo e a Igreja.

Fabiana Longhi
Arquiteta
Especialista em Espaço Litúrgico e Arte Sacra
Longhi arquitetura – Arquitetura do Sagrado