No próximo domingo, a Igreja inicia um novo ano litúrgico. Viveremos o Ano A, no qual refletiremos o Evangelho segundo São Mateus. O Evangelho de São Mateus tem seis grandes partes: 1ª. A Infância de Jesus (caps. 1 e 2); 2ª. Começo da missão de Jesus (3 e 4); 3ª. O Sermão da Montanha; 4ª. Ministério de Jesus na Galileia (8 a 18), no capítulo 13, Mateus narra sete Parábolas do Reino de Deus; 5ª. Ministério de Jesus na Judeia (19 a 25); 6ª. Paixão e Ressurreição de Jesus (26 a 28).

Nas missas durante a semana e aos domingos, escutaremos os relatos de São Mateus, que viveu junto com Jesus. Por isso, o seu Evangelho é o maior e mais detalhado dos quatro Evangelhos. Nas solenidades, como sempre acontece, o Evangelho refletido é o de São João.

O Advento é um tempo de característica dupla, é um tempo de preparação para o Tempo de Natal, que a Igreja faz memória da primeira vinda do Verbo Encarnado. É também um tempo que, através dessa lembrança, os fiéis celebrantes são convidados a se preparar para a segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por causa desta dupla característica, o Advento se apresenta como um momento de piedosa e alegre expectativa.

No Tempo do Advento a liturgia nos apresenta quatro figuras muito importantes para a nossa fé:

Isaías – É o profeta que, durante os tempos difíceis do exílio do povo eleito, levava a consolação e a esperança. A segunda parte do seu livro, dos capítulos 40-55 (Livro da Consolação), anuncia a libertação, fala de um novo e glorioso êxodo e da criação de uma nova Jerusalém, reanimando, assim, os exilados. As principais passagens deste livro são proclamadas durante o Tempo do Advento num anúncio perene de esperança para os homens de todos os tempos.

João Batista – É o último dos profetas e segundo o próprio Jesus, “mais que um profeta”, “o maior entre os que nasceram de mulher”. O mensageiro que veio diante d’Ele a fim de lhe preparar o caminho, anunciando a sua vinda (cf. Lc 7,26-28), pregando aos povos a conversão, pelo conhecimento da salvação e perdão dos pecados (Lc 1,76s).

A figura de João Batista, ao ser o precursor do Senhor e apontá-lo como presença já estabelecida no meio do povo, encarna todo o espírito do Advento. Por isso, ele ocupa um grande espaço na liturgia desse tempo, em especial no segundo e no terceiro domingos.

Maria – Não há melhor maneira de se viver o Advento que se unir a Maria como mãe, grávida de Jesus, esperando o seu nascimento. Assim como Deus precisou do sim de Maria, hoje, Ele também precisa do nosso sim para poder nascer e se manifestar no mundo. Assim como Maria se “preparou” para o nascimento de Jesus, a começar por renúncia e mudança de seus planos pessoais para sua vida inteira, nós precisamos nos preparar para vivenciar o Seu nascimento em nós mesmos e no mundo, também numa disposição de “Faça-se em mim segundo a sua Palavra” (Lc 1,38), permitindo uma conversão do nosso modo de pensar, da nossa mentalidade, do nosso modo de viver, agir.

Em Maria, encontramos a expectativa messiânica de todo o Antigo Testamento se realizando.

José – Nos textos bíblicos do Advento, destaca-se José, esposo de Maria, o homem justo e humilde que aceita a missão de ser o pai adotivo de Jesus. Ao ser da descendência de Davi e pai legal de Jesus, José tem um lugar especial na encarnação, permitindo que se cumpra em Jesus o título messiânico de “Filho de Davi”. José é justo por causa de sua fé, sendo modelo para os que querem entrar em diálogo e comunhão com Deus.

Fonte: Comunidade Shalom
Marcos Paulo Mota