TESTEMUNHO DA LUZ – DIA 27 DE FEVEREIRO DE 2025

QUINTA-FEIRA DA 7ª SEMANA DO TEMPO COMUM

Minha cara irmã, meu caro irmão. O texto da primeira leitura proclamado nesta quinta-feira da sétima semana do tempo comum é tomado do Livro do Eclesiástico 5,1-10 (gr. 1-8). Trata-se de uma advertência contra a presunção, a autoconfiança enganosa e a procrastinação no caminho da conversão. O autor denuncia a falsa segurança baseada nas riquezas e no pecado, exortando à prudência e à prontidão no retorno a Deus. O tema central é a urgência da conversão e a confiança genuína na misericórdia divina, sem cair na armadilha da complacência com o mal.

O texto inicia com um alerta: “Não confies em tuas riquezas e não digas: ‘Basta-me viver’” (5,1). Aqui, o autor critica a tentação de considerar a prosperidade material como garantia de segurança. Esse ensinamento ecoa a advertência bíblica sobre a incerteza das riquezas (cf. Pr 11,28; Mt 6,19-21). No versículo 2, o alerta se estende ao orgulho e à autossuficiência: quem se apoia em sua própria força para cometer o mal acabará sendo castigado. Já no versículo 3, o texto previne contra a ideia de que se pode pecar repetidamente sem consequências, pois Deus não deixa a injustiça impune.

A falsa confiança na misericórdia de Deus é um dos temas mais fortes desta passagem. O versículo 5 declara: “Não digas: ‘Grande é a misericórdia do Senhor; ele me perdoará a multidão dos meus pecados’”. O autor denuncia a distorção da bondade divina como desculpa para a negligência moral. Esse pensamento equivocado leva à procrastinação da conversão e ao endurecimento do coração (cf. Rm 2,4-5). Deus é misericordioso, mas também justo, e aquele que abusa da graça será surpreendido pelo julgamento divino.

O autor conclui com a urgência da conversão (Eclo 5,7-10), um chamado à prontidão: “Não demores em te converter ao Senhor e não adies de dia para dia” (5,8). Esse ensinamento ressalta que a vida é incerta e que a demora na conversão pode levar à perdição súbita. A advertência lembra a parábola do rico insensato (Lc 12,16-21), que confiava no futuro, mas foi surpreendido pela morte. Os versículos 9-10 ensinam a rejeitar a inconstância e a instabilidade no agir, enfatizando que quem vive de forma leviana e oportunista acabará tropeçando.

Esta passagem continua profundamente relevante para a espiritualidade cristã. Em uma cultura que frequentemente relativiza o pecado e adia decisões importantes, Eclesiástico 5 recorda que a conversão é um chamado urgente e inadiável. A confiança na misericórdia de Deus deve levar a uma mudança de vida, e não à acomodação no erro. Assim como Jesus exortou seus discípulos a estarem sempre vigilantes (Mt 25,1-13), este texto nos convida a viver com responsabilidade, arrependimento sincero e uma fé autêntica.