Papa Francisco institui Ministério do Catequista

O papa Francisco instituiu, no dia 10 de maio de 2021, memória litúrgica de São João de Ávila, presbítero e doutor da Igreja, o Ministério do Catequista, através do Motu Proprio Antiquum Ministerium. Como tudo no pontificado de Francisco, a escolha da data foi significativa, pois foi o santo que escreveu o Catecismo “Doutrina Cristã” em 1554, o que nos leva a pensar que a escolha da data para se divulgar este Motu Proprio tem a finalidade de pedir a intercessão de São João de Ávila, além de ser inspiração, com seu testemunho, aos catequistas no apostolado catequético com a oração, no estudo da teologia e na comunicação simples da fé.

No texto do Motu Próprio (n. 2), o papa Francisco explicou um dos motivos da instituição desse novo ministério. “A Igreja quis reconhecer este serviço como expressão concreta do carisma pessoal, que tanto favoreceu o exercício da sua missão evangelizadora. Olhar para a vida das primeiras comunidades cristãs, que se empenharam na difusão e progresso do Evangelho, estimula também hoje a Igreja a perceber quais possam ser as novas expressões para continuarmos a permanecer fiéis à Palavra do Senhor, a fim de fazer chegar o seu Evangelho a toda a criatura.”

Outra coisa importante que o Santo Padre fala nesse documento é sobre os muitos membros que a nossa Igreja possui para que seja viva e fecunda como ele mesmo nos pede: “sermos uma Igreja em saída para evangelizar todos os povos”. Com isso, o papa Francisco explica que o catequista não deve assumir funções litúrgicas ou pastorais ou de responsabilidades de outros ministérios, mas o seu ministério se revela a partir do seu testemunho como “um mestre e mistagogo, acompanhante e pedagogo que instrui em nome da Igreja” (AA, n. 6). Segundo Pe. Elizeu da Conceição, em seu artigo sobre o Motu Proprio, publicado na Revista Vida Pastoral, “Os catequistas não vão suprir a falta de sacerdotes ou de religiosos e religiosas na Igreja; também não suprirão a falta de ministros extraordinários da Eucaristia, pois cada ministério tem sua função, beleza e vocação”.

No dia 23 de janeiro, a Igreja celebrou o Domingo dedicado à Palavra de Deus, numa celebração na Basílica de São Pedro, em Roma, presidida pelo papa Francisco. Foram instituídos oito catequistas, entre eles dois brasileiros, da cidade de Luziânia, no estado de Goiás.

Regina de Sousa, uma das pessoas instituídas pelo papa, explicou como o convite chegou à Diocese de Luziânia. “O Vaticano enviou o convite para Dom Waldemar, que, após uma reunião no Conselho Presbiteral da Diocese de Luziânia, resolveu acolher o nome dos dois catequistas para serem instituídos como ministros da catequese. A diocese ficou conhecida pelo trabalho realizado na Iniciação à Vida Cristã, em que os dois catequistas são formadores.

A seguir, apresentamos o texto de Fabiana Costa, do Setor de Comunicação da Diocese de Luziânia, que traz mais detalhes desta instituição.

Para a alegria da nossa Diocese de Luziânia, Regina de Sousa Silva e Wanderson Saavedra Correia representaram o Brasil, nosso estado goiano e, claro, toda a diocese. Regina e Wanderson são catequistas há 11 anos. Ela é da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no Céu Azul, em Valparaíso de Goiás, coordenadora paroquial de catequese e animadora da forania de Valparaíso. Já Wanderson é da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Luziânia, e animador da forania local. É também membro da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB Centro-Oeste.Nossos dois entusiastas, formadores e catequistas, receberam uma cruz, lembrando a cruz pastoral usada primeiramente por São Paulo VI e, depois, por São João Paulo II, para reavivar o caráter missionário do serviço que se preparam para administrar. Papa Francisco enfatizou: “por isso, apaixonemo-nos pela Sagrada Escritura, deixemo-nos interpelar profundamente pela Palavra, que desvenda a novidade de Deus e leva-nos a amar incansavelmente os outros. Voltemos a colocar a Palavra de Deus no centro da pastoral e da vida da Igreja! Vamos ouvi-la, rezá-la e colocá-la em prática”.

Emocionados com o momento que viveram, Regina ressaltou: “Uma grande honra representar nosso país e, principalmente, a todos os catequistas brasileiros, homens e mulheres que, obedientes à ação do Espírito Santo, dedicam suas vidas a este serviço essencial para a Igreja”. Wanderson completou: “Tão importante poder representar e mostrar a importância da Iniciação à Vida Cristã em nossa diocese e no mundo. Então, a palavra é gratidão, muita gratidão”.

E para falar em nome da Diocese de Luziânia, o bispo Dom Waldemar Passini Dalbello: “Estou muito agradecido ao papa Francisco por criar o Ministério de Catequista, possibilitando instituir irmãos e irmãs nossos que já se dedicam à catequese. Um ministério instituído comunica a graça para uma missão especial nas comunidades. Os catequistas que recebem este ministério são confirmados pela Igreja e renovam suas forças para se dedicarem à partilha do conhecimento da fé cristã-católica, da experiência comunitária e da espiritualidade cristãs com outros irmãos e irmãs, crianças, jovens e adultos. A Diocese de Luziânia abre ‘suas portas’ a esse antigo ministério, mas sempre atual, com alegria e esperança. Com a instituição dos catequistas Wanderson e Regina pelo papa Francisco, em Roma, sentimo-nos todos exortados a progredir na missão evangelizadora, nesta querida porção do Povo de Deus a nós confiada”.

Com certeza, um dia de festa na Diocese de Luziânia e, claro, em todo nosso país com os novos ministros da catequese, Regina e Wanderson.

Marcos Paulo
Fabiana Costa-Setor de Comunicação da Diocese de Luziânia