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08/07/2022

O afresco da Última Ceia

O EDIFÍCIO RELIGIOSO E SUAS CURIOSIDADES

O afresco da Última Ceia - Notícias - Arquidiocese de Goiânia

Na famosa capital do design e da moda, Milão, no refeitório do convento dominicano de Santa Maria delle Grazie, está uma das obras mais representativas do grande artista renascentista, Leonardo da Vinci. Assim, uma dentre as mais preciosas obras de arte sacra, o afresco da Última Ceia.

 

A obra, encomendada pelo mecenas Ludovico Sforza, o Duque de Milão, exigiu dedicação e trabalho duro de seu autor por três anos ininterruptos (1495-1498).

 

A estabilidade e o equilíbrio que é visível nesta obra foi possível graças à técnica do ponto de fuga central. Além disso, o artista começou a composição pelos personagens e depois fez o ambiente como amparo à cena da Última Ceia.

 

“O ponto de fuga está atrás da cabeça de Cristo, exatamente no centro da pintura que, desse modo, fica cheia de significação simbólica. Evidente, também, é a função simbólica da abertura principal na parede ao fundo, seu frontão é o equivalente arquitetônico de uma auréola. Assim, temos a ver o cenário quase que inteiramente em relação às figuras, e não com o uma entidade preexistente.” (H. S. Jasnon, Anthony F. Janson, 1996).

 

O tema revela o momento em que Jesus anuncia a futura traição de um dos doze apóstolos que o seguiam. Na imagem, percebe-se que o anúncio abala a todos e a expressão facial de surpresa dos presentes é visível, menos a de Judas, única figura apoiada sobre a mesa, com um semblante desafiador e obscuro.

 

Leonardo da Vinci escreveu em seu caderno de anotações que o objetivo primeiro era “retratar a intenção da alma humana através dos gestos e movimentos de seus membros – uma máxima que não se refere a estados emocionais momentâneos, mas à vida interior do homem em sua totalidade.” (H. S. Jasnon, Anthony F. Janson, 1996).

 

Apesar dos vários processos de restauração, o afresco pintado em óleo e têmpera sobre gesso não aderiu bem à parede e antes de ser finalizada já revelava um grave problema, a deterioração. Mas, para os especialistas, o que ficou é suficiente para compreendermos técnica, beleza e a sua relevância simbólica para o mundo cristão.

 

Fabiana Longhi - Arquiteta

Especialista em Espaço Litúrgico e Arte Sacra

Longhi arquitetura – Arquitetura do Sagrado

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