Você está em:
23/10/2024
Quando é tempo de eleger
Neste mês de outubro, nós, eleitores brasileiros, somos convocados às urnas para o exercício cidadão da escolha de prefeitos e vereadores. Respeitando as regras democráticas, todos os municípios elegeram no início do mês os membros das câmaras municipais e a maioria das cidades elegeu o prefeito ou a prefeita. Em um número menor de cidades, incluindo várias capitais, os eleitores retornarão às urnas no próximo domingo, dia 27, para definir, no segundo turno, quem desejam que governe esses municípios. Em nosso Estado, haverá segundo turno na capital Goiânia, em Aparecida de Goiânia e em Anápolis.
A Igreja estimula seus membros a participarem da vida política. E votar é uma ação de fundamental importância na esfera democrática. Pelo voto, cada cidadão participa da responsabilidade de zelar pela qualidade política e governamental da sociedade. A ritualidade de ir às urnas expressa, para os cristãos católicos chamados à inserção na sociedade, a missão de cada um ser “sal da terra e luz do mundo”. Pontua o Compêndio de Doutrina Social da Igreja que, “no sistema democrático, a autoridade política é responsável diante do povo. Os organismos representativos devem estar submetidos a um efetivo controle por parte do corpo social. Esse controle é possível, antes de tudo, por meio de eleições livres que permitem a escolha, assim como a substituição dos representantes” (nº 408).
Por diversas vezes, e de muitos modos, a Igreja manifesta-se no sentido da educação sociopolítica, apresentando critérios para a escolha dos candidatos. Sejamos realistas. Em nenhuma situação existe o candidato perfeito. Mas predomina o jogo democrático e eleitoral do exercício da escolha. Nesta hora, é muito oportuno que os eleitores considerem criticamente a realidade de seu município. Perguntem-se como está a cidade? Como estão os serviços públicos? Como está a qualidade de vida dos cidadãos? Em seguida, importa delinear o perfil de governante que a cidade precisa, com especial peso para os traços de compromisso com o bem comum e o cuidado com os mais pobres e marginalizados. E, finalmente, há de escolher um nome entre os candidatos, com destacada atenção sobre o histórico de vida política e propostas de governo.
Não deixa de nos preocupar o alto índice de abstenção nas últimas eleições. Neste sentido, desejo reiterar a palavra dos bispos do Regional Centro Oeste da CNBB sobre as eleições 2024: “Esta é uma oportunidade de renovarmos nossa esperança e promovermos o bem comum dos municípios onde habitamos. Para isso, exerçamos o direito ao voto de modo consciente e livre. Participemos de modo justo, respeitando a dignidade das pessoas e a legalidade do processo eleitoral. O voto não tem preço e sim consequências para a vida de todos”.
Quando é tempo de eleger, compareçamos às urnas! Vamos valorizar a participação cidadã no pleito do próximo domingo. Nenhum eleitor se omita do seu compromisso de participar na edificação de uma cidade onde todos tenham seus direitos reconhecidos e se empenhem em seus deveres em favor do bem comum.
Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo Metropolitano de Goiânia e 1º Vice-Presidente da CNBB