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29/11/2024
MENSAGEM PASTORAL AO POVO DE DEUS DA ARQUIDIOCESE DE GOIÂNIA SOBRE O ANO JUBILAR DE 2025
“A esperança não decepciona” (Rm 5, 5).
Amados irmãos e amadas irmãs,
Aproxima-se o ano 2025 da era cristã. Estamos para celebrar os 2025 anos do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Igreja, por meio do sucessor do Apóstolo Pedro, o Papa Francisco, nos convida a celebrar mais um Ano Jubilar, como tempo propício à renovação da fé no mistério da encarnação, à renovação do compromisso batismal e de pertença eclesial, à conversão sempre necessária em vista de melhor conformação de nossa história pessoal ao Evangelho da Vida.
O ano jubilar é um tempo especial para experimentar o amor salvífico de Deus. A celebração de um jubileu tem raízes bíblicas. No Livro do Levítico, por exemplo, encontra-se uma legislação: “Declarareis santo o quinquagésimo ano e, pela terra, proclamareis a remissão de todos os seus habitantes. Será para vós um jubileu” (Lv 25, 10a). Jesus mesmo anuncia o “ano da graça do Senhor” ao proclamar na sinagoga de Nazaré o texto do profeta Isaías (cf. Lc 4, 18-19). Este ano da graça é “o tempo favorável por excelência”, é “o dia da salvação” (cf. 2Cor 6, 2).
A história da Igreja registra que, desde o ano 1300, vários anos jubilares foram proclamados. Com certeza, estão presentes na memória recente de muitos de nós as celebrações do grande Jubileu do Ano 2000 e do Jubileu da Misericórdia em 2016. Quantas graças são vividas nesses tempos especiais!
O Jubileu da Esperança
Seguindo a tradição, o Papa Francisco proclamou o Jubileu Ordinário do Ano 2025 por meio da Bula intitulada “Spes non confundit” (SnC), ou seja, “A esperança não decepciona” (Rm 5, 5). A escuta atenta do Espírito Santo por meio dos sinais dos tempos, a sensibilidade com os dramas contemporâneos da humanidade e o seu discernimento de pastor da Igreja nesta etapa da história inspiraram o Papa Francisco propor à Igreja e ao mundo a celebração de um jubileu que tenha a “esperança” como sua palavra-chave. Abramos nosso coração às palavras do Papa Francisco, que escreve:
“Todos esperam. No coração de cada pessoa, encerra-se a esperança como desejo e expectativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã. Porém, esta imprevisibilidade do futuro faz surgir sentimentos por vezes contrapostos: desde a confiança ao medo, da serenidade ao desânimo, da certeza à dúvida. Muitas vezes encontramos pessoas desanimadas que olham, com ceticismo e pessimismo, para o futuro como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade. Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança! A Palavra de Deus ajuda-nos a encontrar as razões para isso. Deixemo-nos guiar pelo que o apóstolo Paulo escreve precisamente aos cristãos de Roma. «Uma vez que fomos justificados pela fé, estamos em paz com Deus por Nosso Senhor Jesus Cristo. Por Ele tivemos acesso, na fé, a esta graça na qual nos encontramos firmemente e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus (…). Ora a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5, 1-2.5)” (Bula Spes non confundit 1-2).
Queridos irmãos e irmãs desta Arquidiocese de Goiânia, a quantos a esperança há de ser novamente apresentada? A que situações a esperança há de ser anunciada? O Papa pede que “o primeiro sinal de esperança se traduza em paz para o mundo” (SnC 8). Lembra-nos de que “o desejo dos jovens de gerar novos filhos e filhas, como fruto da fecundidade do seu amor, dá futuro a toda a sociedade e é uma questão de esperança: depende da esperança e gera esperança” (SnC 9). E o Papa Francisco insiste nos sinais de esperança que haverão de ser oferecidos aos presos, privados de liberdade; aos doentes, que se encontram em casa ou no hospital; aos jovens, tão comumente apresentados como símbolos da esperança; aos migrantes; aos idosos, tantas vezes na solidão e no abandono; aos milhões de pobres, a quem muitas vezes falta o mínimo necessário para viver. E a tantos outros que cada um de nós poderia acrescentar.
O Jubileu em Roma
O Santo Padre dará início solene ao Ano Jubilar para toda a Igreja na noite do dia 24 de dezembro, quando abrir a Porta Santa na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Nos dias seguintes, ele mesmo abrirá as Portas Santas nas outras três Basílicas Papais de Roma, a saber, São João do Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Fora dos Muros. Não haverá, como no Jubileu da Misericórdia, Portas Santas nas outras dioceses do mundo. Poucos fiéis poderão se deslocar de nossa Arquidiocese à Roma. Como noutros jubileus, a grande maioria do povo de Deus viverá os exercícios jubilares em suas dioceses.
O Jubileu na Arquidiocese de Goiânia
A Igreja de Goiânia há de viver intensamente o Ano Jubilar. Reconhecendo que são muitas as atividades de nossas comunidades, quisemos associar as celebrações jubilares a encontros que são comuns em nosso itinerário pastoral. Lembrem-se todos de que a peregrinação é elemento fundamental de todo o evento jubilar. Pôr-se a caminho é deixar-se tocar pelo movimento de busca do sentido da vida, de exercitar-se para ir ao encontro d’Aquele que veio ao nosso encontro, Jesus Cristo, Nosso Senhor. A Igreja ora com um dos prefácios do Advento: “Agora e em todos os tempos, ele vem ao nosso encontro, presente em cada pessoa humana, para que o acolhamos na fé e o testemunhemos na caridade, enquanto esperamos a feliz realização do seu Reino”. Toda peregrinação remete também aos irmãos e irmãs que encontramos, pois o Senhor neles se faz presente e, com eles, é que fazemos nossa peregrinação até a casa do Pai. Encontrar-se com os irmãos e com eles caminhar supõe uma vida reconciliada. Peregrinação e reconciliação (confissão dos pecados) andam juntas e são os principais exercícios do Ano Santo.
Para isso, é importante organizar as peregrinações, sejam pessoais sejam comunitárias. Neste sentido, estabelecemos as seguintes Igrejas e locais de acolhida dos peregrinos.
1. Catedral Metropolitana Nossa Senhora Auxiliadora (Goiânia);
2. Santuário Basílica Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Goiânia);
3. Santuário Basílica do Divino Pai Eterno (Trindade);
4. Santuário Basílica Sagrada Família (Goiânia);
5. Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora Aparecida (Aparecida de Goiânia);
6. Igreja Divino Pai Eterno – Igreja Matriz (Trindade);
7. Igreja Paroquial Nossa Senhora da Assunção (Goiânia);
8. Igreja Paroquial Nossa Senhora Aparecida e Santa Edwiges (Goiânia);
9. Igreja Paroquial Sant’Ana (Inhumas);
10. Igreja de Todos os Santos (Senador Canedo);
11. Vila São José Bento Cottolengo (Trindade);
12. Capela do Seminário Maior Interdiocesano São João Maria Vianney (Goiânia).
Os fiéis que se dirigirem a estes lugares em peregrinação e realizarem sua confissão sacramental, a comunhão eucarística e orações nas intenções do Papa poderão obter a indulgência deste Ano Santo. Ensina o Papa Francisco que “a indulgência permite-nos descobrir como é ilimitada a misericórdia de Deus” (SnC 23).
Especialmente durante o Ano Jubilar, intensifique-se, pessoal e comunitariamente, o ardor pela escuta da Palavra de Deus, o espírito penitente na confissão sacramental, a participação na celebração da Eucaristia, a oração de adoração eucarística, as obras de misericórdia, a oração do terço mariano, o estudo do Catecismo da Igreja Católica, dos documentos do Concílio Vaticano II e do Compêndio de Doutrina Social da Igreja.
Nossa programação
Como estabelecido na Bula Spes non Confundit, e já dito anteriormente, a abertura do Ano Jubilar será no dia 24 de dezembro de 2024, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, no Vaticano. No domingo seguinte, em todas as catedrais do mundo, os bispos deverão celebrar a abertura do Ano Jubilar nas dioceses.
Então, convocamos os fiéis da Arquidiocese de Goiânia para a celebração solene de abertura do Ano Jubilar, no dia 29 de dezembro de 2024, com a seguinte programação:
14h30 – Concentração na Paróquia São José (Setor Sul em Goiânia);
15h00 – Início da celebração, seguida de pequena peregrinação até a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Auxiliadora, onde terá continuidade a celebração da Santa Missa.
Durante o ano jubilar, haverá diversas peregrinações com diferentes grupos de fiéis. Ao final desta mensagem está o calendário das celebrações. Um convite especial queremos fazer, desde já, a todos os fiéis para participarem da Romaria Arquidiocesana ao Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, no dia 5 de abril, quinto sábado da Quaresma, com início às 15h30. Como Peregrinos de Esperança, vamos a pé do Trevo do Pe. Pelágio até o Santuário de Trindade. Seremos uma multidão a proclamar juntos que a esperança em Jesus Cristo não engana nem decepciona.
Jubileu, os enfermos e os encarcerados
E como celebrar o Jubileu com os doentes que se encontram em casas ou nos hospitais? A visitação a eles seja um gesto de solidariedade e fraternidade. Confiamos aos párocos e administradores paroquiais que organizem com a Pastoral da Saúde celebrações jubilares nos hospitais e instituições similares de suas paróquias ao longo do Ano Santo. Os responsáveis pelos lugares de peregrinação – Santuários, Igrejas, Vila e Capela – preparem com esmero uma celebração eucarística com unção dos enfermos para o dia 11 de fevereiro, Dia Mundial do Enfermo. Por sua vez, a Pastoral Carcerária se encarregue de organizar nos presídios o Jubileu com os encarcerados, contando com a disponibilidade dos bispos e dos padres para a celebração da eucaristia.
Jubileu, os jovens e as vocações
Não se pode falar de esperança sem se lembrar dos jovens. O Papa Francisco, com muita sensibilidade, refere-se a eles nesses termos: “E de sinais de esperança também têm necessidade aqueles que, em si mesmos, a representam: os jovens. [...] que o Jubileu seja, na Igreja, ocasião para um impulso a favor deles: com renovada paixão, cuidemos dos adolescentes, dos estudantes, dos namorados, das gerações jovens! Mantenhamo-nos próximo dos jovens, alegria e esperança da Igreja e do mundo!” (SnC 12). A Arquidiocese de Goiânia aposta na evangelização da juventude e conta com o apoio de todos para que os jovens encontrem seu espaço nas comunidades e na vida da Igreja diocesana. Assim, também merece redobrado empenho de todos o apoio à Pastoral Vocacional. Quando se fala de vocação, o registro é sempre a esperança de um futuro feliz em razão de uma escolha madura e acertada.
Jubileu e o cuidado com a criação
Nos jubileus do Antigo Testamento, já se encontrava importante perspectiva ecológica. “Fazendo ecoar a palavra antiga dos profetas, o Jubileu lembra que os bens da terra se destinam a todos, e não a poucos privilegiados”, recorda-nos o Papa Francisco (SnC 16). Poderemos viver intensamente o apelo quaresmal à conversão, atentos ao sofrimento d’Aquele que transforma a “árvore da cruz” em “árvore da vida”, comprometendo-nos a cuidar da Casa Comum. Confessamos crer em Deus Pai todo poderoso criador de todas as coisas, as visíveis e as invisíveis. Uma consistente teologia da criação lembra-nos da responsabilidade com a ecologia integral. Não podemos destruir o que Deus criou e viu que era bom (cf. Gn 1, 31). Valorizemos devidamente a Campanha da Fraternidade 2025, com o tema Fraternidade e Ecologia Integral, em sintonia com o convite a sermos Peregrinos de Esperança.
Jubileu e a Unidade dos Cristãos
O Ano Santo de 2025, quando também se celebram os 1700 anos do Concílio de Nicéia, seja oportunidade de valorizarmos o Ecumenismo, fortalecendo a espiritualidade da comunhão em favor da unidade de todos os que professam a fé no Deus Uno e Trino, revelado por Nosso Senhor Jesus Cristo. Valorizemos, em especial, nos dias que antecedem a Solenidade de Pentecostes (1º a 7 de junho), a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos que tomará inspiração na pergunta de Jesus à Marta: “Crês nisso?” (Jo 11, 26).
Jubileu e a Bem-aventurada Mãe da Santa Esperança
A Igreja reconhece a Bem-aventurada Virgem Maria como Mãe da Santa Esperança. Reza devotamente a Salve Rainha e saúda a Mãe de Deus como “esperança nossa” (“spes nostra”). O Papa Francisco escreve: “Não é por acaso que a piedade popular continua a invocar a Virgem Santa como Stella Maris, um título expressivo da esperança segura de que, nas tempestuosas vicissitudes da vida, a Mãe de Deus vem em nosso auxílio, apoia-nos e convida-nos a ter fé e a continuar a esperar” (SnC 24). Nossa Arquidiocese de Goiânia fará sua 21ª Romaria ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida/SP, no dia 6 de setembro de 2025. Convidamos os grupos de romeiros a se organizarem para esta especial romaria no Ano Jubilar. Nós estaremos lá. E desde já confiamos à Mãe da Esperança todo o nosso peregrinar rumo ao Reino definitivo.
Finalmente, como indicado na Bula Spes non confundit, o Jubileu será encerrado nas dioceses no dia 28 de dezembro de 2025. Assim, nos reencontraremos na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Auxiliadora, naquela data, às 15h, para a Santa Missa de conclusão do Ano Jubilar 2025.
Contando com o empenho pessoal de todos os fiéis e com o empenho de todas as nossas comunidades, paróquias e demais instituições de nossa Arquidiocese, desejamos que seja o Ano Jubilar um verdadeiro e próprio “ano da graça do Senhor” para todos.
Goiânia, 1º de dezembro de 2024.
1º Domingo do Advento
+ João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
+ Danival Milagres Coelho
Bispo Auxiliar
+ Levi Bonatto
Bispo Auxiliar
Importante: Muito pode ajudar a compreensão e a vivência do Ano Jubilar a leitura, a meditação e o estudo da Bula Spes non confundit sobre a Proclamação do Jubileu Ordinário do ano 2025 e as Normas sobre Concessão da Indulgência durante o Jubileu Ordinário do Ano 2025, publicados pelas editoras católicas. Esses textos também se encontram disponíveis no site da Santa Sé. Indicamos, ainda, Jubileu 2025. Textos Litúrgicos, Edições CNBB.
PROGRAMAÇÃO DAS PEREGRINAÇÕES JUBILARES EM 2025 NA ARQUIDIOCESE DE GOIÂNIA
- Dos Enfermos – Todos os Santuários e Igrejas Jubilares (11 de fevereiro)
- Dos Colaboradores da Mitra – Jubileu dos Colaboradores (Funcionários) da Cúria, das Paróquias e das Instituições da Arquidiocese de Goiânia – Santuário Basílica Sagrada Família (28 de abril)
- Da Juventude – Caminho das 7 Igrejas (10 de maio)
- Da Educação – Santuário Basílica do Divino Pai Eterno (17 de maio)
- Dos Membros do Judiciário – Igreja Paroquial N. Sra. Aparecida e Santa Edwiges (19 de maio)
- Dos Devotos de Nossa Senhora – Evento “Totus Tuus” (31 de maio)
- Dos Comunicadores – Santuário Basílica N. Sra. do Perpétuo Socorro (1º de junho)
- Das Novas Comunidades – Santuário Arquidiocesano N. Sra. Aparecida (7 de junho)
- Das Forças Armadas – Santuário Basílica do Divino Pai Eterno (27 de junho)
- Dos Avôs, Avós e Idosos(as) – Igreja Paroquial Sant’Ana / Inhumas (26 de julho)
- Dos Seminaristas e Vocacionados(as) – Santuário Arquidiocesano N. Sra. Aparecida (2 de agosto)
- Dos Padres – Santuário N. Sra. da Abadia em Muquém (6 de agosto)
- Dos Diáconos – Igreja Todos os Santos / Senador Canedo (9 de agosto)
- Dos Religiosos e Religiosas – Santuário Divino Pai Eterno (16 de agosto)
- Dos Catequistas – Santuário do Divino Pai Eterno (17 de agosto)
- Dos Desportistas – Igreja Paroquial N. Sra. da Assunção (23 de agosto)
- Das Pessoas com Deficiência – Vila São José Bento Cottolengo / Trindade (27 de agosto)
- Das Famílias – Santuário Basílica Sagrada Família (31 de agosto)
- Dos Universitários – Paróquia Universitária São João Evangelista (13 de setembro)
- Jubileu na Casa da Mãe Aparecida – Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida (6 de setembro)
- Dos Empreendedores – Igreja Paroquial N. Sra. da Assunção (27 de setembro)
- Dos Educadores – Teatro Madre Esperança Garrido (9 de outubro)
- Das Crianças – Igreja Paroquial N. Sra. da Assunção (11 de outubro)
- Dos(as) Médicos(as) – Catedral Metropolitana N. Sra. Auxiliadora (18 de outubro)
- Dos Agentes Políticos – Igreja Matriz Divino Pai Eterno / Trindade (14 de novembro)
- Dos Pobres – Todos os Santuários Arquidiocesanos (16 de novembro)
- Dos Leigos e Leigas – Em todas as Sedes Paroquiais (23 de novembro)
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