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Deus, Pai presente

Deus, Pai presente

Já foi falado que Deus nunca se ausenta de nossas vidas. É bom insistir. Há vozes de poetas que cantam

Já foi falado que Deus nunca se ausenta de nossas vidas. É bom insistir. Há vozes de poetas que cantam a sensibilidade do Deus Pai, pois o espírito de Deus “sopra onde quer”. O poeta indiano Rabindranath Tagore cantou: “Deus se cansa dos grandes reinos, nunca das pequenas flores”. São palavras que fazem eco ao que Maria de Nazaré, ciente das maravilhas que Deus ia proporcionar à humanidade com a Encarnação do Filho, já tinha entoado há muitos anos: “Minha alma proclama a grandeza do Senhor… Ele dispersa os soberbos de coração, derruba do trono os poderosos e eleva os humildes, aos famintos enche de bens, e despede os ricos de mãos vazias” (Lc 1,46.51-52).

 

Mais uma vez podemos voltar ao Antigo Testamento para entendermos algo mais de como Deus quer ser visto por nós. Ao pedido de Moisés para que Deus revelasse seu nome e assim valorizasse a missão que lhe era confiada, a resposta foi: “Eu sou aquele que sou” (Ex 3,14). Javé não é um nome, é uma relação, tanto assim que faz questão de se apresentar como o “Deus dos antepassados de vocês, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó”. E conclui: “Esse é o meu nome para sempre, e assim eu serei lembrado de geração em geração” (Ex 3,15). Enfim, “Eu sou aquele que está presente”.

 

Em Isaias (52, 6), ouvimos: “O meu povo reconhecerá o meu nome; nesse dia [do resgate da escravidão e do exílio] compreenderá o que eu dizia: ‘Aqui estou’”. E logo adiante, no mesmo livro de Isaias, Deus confirma: “Você clamará, e Javé responderá; você chamará por socorro, e Javé responderá: ‘Estou aqui’. Isso se você tirar do seu meio o jugo, o gesto que ameaça e a linguagem injuriosa; se você der o seu pão ao faminto e matar a fome do oprimido” (Is 58,9-10). Aprende-se na Bíblia que Javé se manifesta sempre como o Deus de alguém. Não se declara Deus de uma terra, de uma instituição nacional. Ele é o Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó; é o Deus Pai de Jesus Cristo, nosso irmão que nos representa; portanto, é nosso Pai.

 

O anúncio do Reino de Deus é algo tão inesperado e incompreensível pela “razão humana” que só pode ser compreendido pela categoria do coração. Uma vez compreendido, entretanto, é um tesouro, riqueza verdadeira e inesgotável de quem o descobre. “O Reino do céu é um tesouro escondido no campo… é como uma pérola de grande valor”. Uma vez encontrados, para comprá-los vale a pena vender todos os bens, pois se tornaram supérfluos (Mt 13,44-46). Para acolhê-lo, o Reino requer disponibilidade. Ricos não seguem a Jesus, a não ser despojando-se de sua arrogância cevada pela riqueza. Também a religião, quando se torna monopólio de um grupo que, por meio dela, exerce poder opressivo sobre pessoas e consciências, torna-se alvo das palavras iradas de Jesus: “Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês fecham o Reino do Céu para os homens. Nem vocês entram, nem deixam entrar aqueles que o desejam” (Mt 23,13). Só Deus, o único Mestre verdadeiro e único Pai, “pois um só é o Pai de vocês, aquele que está no céu” (Mt 23,9), é quem merece a nossa confiança.

 

Trecho da Carta Pastoral “Creio em Deus Pai”, de Dom Washington Cruz. A carta pode ser lida, na íntegra,  A carta pode ser lida, na íntegra, aqui em nosso site

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