A Escola de Formação Fé e Política, uma iniciativa conjunta da Arquidiocese de Goiânia, PUC Goiás e Movimento Nacional Fé e Política, realizou sua aula inaugural no auditório da Escola de Formação de Professores e Humanidades (EFPH) na noite desta terça-feira, 28 de outubro. O encontro reuniu leigos, religiosos, docentes e estudantes interessados em compreender, à luz do Evangelho e da Doutrina Social da Igreja, os desafios e responsabilidades do cristão na vida pública.

A aula magna foi proferida pelo arcebispo metropolitano de Goiânia, Dom João Justino de Medeiros Silva, que abordou o tema central da Doutrina Social da Igreja. Em sua explanação, o bispo destacou a Doutrina como base ética e espiritual para a ação política e social dos cristãos.

“A fé cristã tem sempre uma incidência social. Nós partimos do mistério da encarnação — Deus quis ser um de nós. Jesus se comprometeu com as situações humanas e sociais. Ora, se Deus assumiu a história, os cristãos também são chamados a professar a fé, mas a viver esse desdobramento em compromisso com a sociedade”, afirmou.

Dom João Justino enfatizou que a política, entendida como busca do bem comum, é um campo essencial de testemunho cristão. “É fundamental que os leigos e leigas compreendam como devem atuar no mundo político, levando o testemunho da mensagem cristã. A fé deve ser fermento que transforma a massa e luz que ilumina os caminhos da sociedade”, destacou.

Formação para o engajamento e discernimento cristão

A coordenadora da Escola de Formação Fé e Política, Ana Rita Marcelo de Castro, explicou que a criação do curso nasceu da necessidade de oferecer um espaço de reflexão, atualização e aprofundamento sobre a relação entre fé e política, considerando a conjuntura atual e os desafios éticos e sociais do país.

“A escola surgiu da necessidade de construirmos um espaço de formação sobre os temas que ligam fé e política, para que possamos compreender a realidade em que vivemos e o papel que nós, cristãos, temos de incidir positivamente na sociedade”, afirmou.

Ana Rita destacou ainda que o curso pretende formar novas lideranças cristãs, aptas a ocupar espaços de decisão e a contribuir na construção de políticas públicas voltadas ao bem comum e à promoção da dignidade humana.

“Queremos que essa formação seja um espaço de acolhida e aperfeiçoamento, onde possamos repensar as formas de como as políticas públicas podem e devem ser efetuadas, buscando sempre o bem-viver”, ressaltou.

Com temas que vão da Doutrina Social da Igreja à comunicação e política, passando por meio ambiente, direitos humanos e campanhas da fraternidade, a programação se estenderá até agosto de 2026.

“Nossa escola vai se encerrar em agosto do próximo ano, e esperamos que este seja apenas o início de um processo contínuo de formação e integração. A ideia é que, a partir de 2026, possamos iniciar uma segunda etapa da escola”, adiantou a coordenadora.

Um espaço para o crescimento pessoal e comunitário

Entre os participantes da aula inaugural estava Luceni Gonçalves de Sousa, ministra extraordinária da Catedral Metropolitana de Goiânia, que destacou o desejo de aprofundar o conhecimento sobre o papel da Igreja na política e o compromisso dos cristãos com as transformações sociais. Para a aluna, o curso representa uma oportunidade de crescimento pessoal e espiritual.

“Fiquei sabendo do curso pelo Instagram de dom João Justino e resolvi participar para adquirir mais conhecimentos, tanto na fé quanto na política. A fé e a política andam juntas, e a gente tem sempre curiosidade de entender melhor a importância da Igreja na política e vice-versa”, disse.

É importante destacar que a Escola de Formação Fé e Política nasceu como uma resposta pastoral e educativa aos desafios contemporâneos e busca promover o diálogo entre fé, cidadania e justiça social. Ela está alinhada aos princípios da Doutrina Social da Igreja e ao magistério do Papa Francisco a fim de formar discípulos missionários conscientes de seu papel transformador na sociedade.

Fotos: Weslley Cruz

Matéria: Belisa Monteiro