Missa em Ação de Graças pelos 25 anos de sacerdócio do padre .José Gonçalves Pinheiro (conhecido pelos fiéis como Padre Zezão) será celebrada no próximo dia 31, às 18h, na Catedral Metropolitana, onde o padre serviu por três anos. Será celebrada missa também na Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe (onde ele é vigário paroquial atualmente), no dia 1º de setembro, às 10h.
Abaixo, leia o artigo do padre sobre a história da sua vocação:
Desejo celebrar estes 25 anos sacerdotais com o lema que escolhi na minha ordenação “Servir a Deus com alegria”. Quero contar um pouco da minha história. Nasci no dia 26 de agosto de 1956, num lugar chamado Pé de Pato, uns 12km de Iporá (GO), numa família humilde e muito pobre, com seis filhos, sendo eu o primeiro filho e único homem. Tive que trabalhar na roça até os 18 anos, com pouco estudo. Em 1974, mudamos para Iporá com uma situação de vida muito difícil.
Em 1976, arrisquei-me e vim sozinho, para Goiânia, tentar a sorte. Morei de favor com uma família e consegui emprego de faxineiro no supermercado Alô Brasil, na Avenida Anhanguera, onde trabalhei um ano e três meses, mas sem estudar.
Em 1978, saí desse emprego e fui trabalhar, na Paróquia Nossa Senhora das Graças, no Setor dos Funcionários, como faxineiro, durante nove meses. Nessa paróquia, conheci o padre José do Rosário, um religioso claretiano, que me encaminhou para o Seminário Santo Antônio Maria Claret, em Pouso Alegre, Sul de Minas, em 1979. Em 1982, fui morar em Belo Horizonte, onde terminei o Ensino Médio e prestei vestibular para Filosofia na PUC Minas. Em 1984, fiz o noviciado em Campinas (SP). Em 1985, retornei para BH, onde cursei Filosofia. Em 1988, prestei vestibular para Teologia no Instituto São Tomás de Aquino (ISTA).
Em 1989, resolvi sair da congregação, vim para Goiânia e me apresentei ao arcebispo Dom Antonio Ribeiro de Oliveira que me acolheu, junto com o padre José Vicente, no Seminário Santa Cruz.
Em 1992, terminei o curso de Teologia e fui acolhido pelo padre Daniel Lagni, na cidade de Vianópolis, onde me preparei para o diaconado e o sacerdócio. Em 1993, fui ordenado diácono, em Vianópolis, pelo então arcebispo de Goiânia, Dom Antonio Ribeiro de Oliveira. No ano seguinte, fui ordenado sacerdote por Dom Antonio, em Iporá, o primeiro padre ordenado naquela cidade.
Nessa trajetória toda, quero mencionar umas pessoas que foram fundamentais na minha vocação: meus pais, que sempre estiveram presentes com uma boa palavra e muita oração; o padre José Vicente e sua querida mãe dona Tita, que me acolheram no Seminário Santa Cruz. Padre Wiro marcou muito a minha vida, pois no primeiro momento não acreditou na minha vocação, por não ter estudo com quase 20 anos de idade. Somente depois, ele realmente viu que eu não estava brincando e se tornou um verdadeiro pai, apoiou-me em todos os sentidos. O padre Daniel, hoje mons. Daniel, que me acolheu em Vianópolis, me preparou para o diaconado e para o sacerdócio; estamos juntos até hoje. Muita gratidão a todas essas pessoas.
Olho para esse percurso e fico pensando como é grande a bondade de Deus ao nos chamar. Poucas pessoas acreditavam na minha vocação, mas em todas as dificuldades eu sentia que Deus me chamava; como a vocação de Isaías, parece que era desde o ventre de minha mãe.Na Paróquia Nossa Senhora das Graças, eu olhava as mãozinhas de Nossa Senhora e sentia que ela mandava que eu seguisse o seu Filho Jesus. Não tive dúvida, atendi ao apelo de minha Mãe. Hoje, celebro os 25 anos de sacerdote e descubro que a Mãe de Deus escolheu para minha vida a melhor vocação: servir a Deus com alegria.
Pe. José Gonçalves Pereira ( Pe. Zezão)
Vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe