2º Domingo da Quaresma
Contemplação do Mistério da Transfiguração do Senhor
Hoje a Sagrada Liturgia nos coloca diante de uma bela página dos Evangelhos, narrada pelos três Evangelhos Sinóticos, Mateus, Marcos e Lucas. A cena que contemplamos hoje sucede imediatamente o primeiro anúncio da paixão e o convite de Jesus para Segui-lo carregando a cruz.
Esse mistério, a transfiguração do Senhor, meditamos duas vezes ao longo do ano, na ocasião de hoje, 2º Domingo da Quaresma, e na Festa da Transfiguração, no dia 6 de agosto. Mas que proveito espiritual podemos tirar-lhe enquanto vivemos o tempo quaresmal, que geralmente se volta a temática da conversão e da paixão de Jesus?
Vivendo a quaresma, é muito belo perceber como Jesus se revela aos discípulos. Ele não esconde sua humanidade e as consequências de sua missão, que serão o sofrimento, os escárnios e cruz. Mas ao contrário, Jesus a anuncia, prepara os seus discípulos para essa realidade essencial e inevitável da vida.
Paradoxalmente, de maneira pedagógica, o relato da transfiguração também nos conduz a compreender quem Ele é, revelando-nos sua glória, sua divindade e que veio para cumprir a Lei, aqui representada por Moisés, e realizar todas as profecias, representadas por Elias.
Jesus é verdadeiro homem e para resgatar nossa humanidade precisa assumir a cruz, mas pode fazê-lo porque é Deus, porque é o Filho amado do Pai, ao qual nós devemos escutar.
Portanto, nesse caminho quaresmal, escutemos o convite de Jesus, saiamos de nossos afazeres, preocupações, medos, ansiedades e inseguranças para subir a montanha e encontrá-lo na oração, lugar no qual Ele se revela a nós e em que nós podemos conhecê-lo, tornando-nos mais próximos e íntimos Dele.
Ora, a verdadeira conversão quaresmal só é possível se de fato nos tornarmos amigos de Jesus, homens e mulheres apaixonados por Ele. Precisamos ser pessoas que desejam ofertar-lhe todo o seu tempo, sua vida, sua inteligência e vontade, sentimentos e afetos, para que Ele seja a nossa razão e sentido de viver. Portanto, rezemos, rezemos, rezemos, procuremos o Senhor enquanto Ele se deixa encontrar, enquanto se revela e se transfigura diante de nós!
2º Domingo da Quaresma, Ano B
Leituras:
Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18
Sl 115(116B),10.15.16-17.18-19 (R. Sl 114,9)
Rm 8,31b-34
Mc 9,2-10
PASSOS PARA A COMTEMPLAÇÃO
- Dispor-se para a oração: tomar consciência de si e do que vai fazer, invocar o Espírito Santo, tomar o texto sagrado e preparar-se para a oração.
- Oração Inicial: Senhor, que todas as minhas intenções, ações e operações sejam ordenadas ao serviço e louvor de Vossa Divina Majestade e dos meus irmãos (EE 46).
- Graça a ser pedida: dai-me o conhecimento interno (íntimo) de Jesus para que possa mais Amá-lo e Segui-lo.
- Leitura, contemplação e meditação do texto bíblico: ler, reler e compor a cena bíblica utilizando a imaginação e todos os sentidos, a fim de encontrar o Senhor através da contemplação.
- Colóquio: escrever ou fazer uma oração mental a respeito da meditação que realizou.
- Oração final: agradecer o seu encontro com Jesus Transfigurado e concluir com uma oração de sua preferência.
- Não deixe de fazer suas anotações.
Textos que você poderá visitar: Mt 17, 1-8
Lc 9, 28-36
Mc 8, 31-38
- Imagine Jesus subindo com os discípulos para a montanha, em um lugar à parte, para rezarem e estarem a sós.
- Parece que Jesus vê e sente a necessidade de que os seus discípulos tenham sempre um tempo de intimidade, estejam próximos e vivam momentos a sós com Ele.
- É na proximidade com os seus discípulos que Jesus se dá a conhecer. Nessa proximidade Ele se dá, se mostra e se revela.
- É também nesses momentos de proximidade que nós, discípulos, podemos conhecê-lo, fazer experiência de encontro pessoal com Ele. Portanto, faz-se necessário sair da multidão para escutá-lo e contemplá-lo, e a quaresma é uma boa ocasião para isto.
- Quando vivenciamos essa experiência de sermos encontrados e deixamos com que Ele nos encontre, naturalmente desejaremos permanecer em sua presença! “Mestre, bom é estarmos aqui” (Mc 8, 5a).
- Diante da glória de Deus, os três sinóticos destacam que os discípulos não sabiam o que dizer pois estavam tomados de medo. Portanto, nessa meditação, rezemos os nossos medos. Que medos trago em meu coração? Quais medos me afligem? Quais medos, situações, sentimentos e memórias que me paralisam? Conversemos com Jesus transfigurado sobre eles…