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Migração e Acolhida

Migração e Acolhida

Onde está o teu irmão, tua irmã?

Iniciamos neste domingo, 14 de junho, a 35ª Semana do Migrante, que prossegue até o próximo dia 21, promovida pelo Serviço Pastoral do Migrante (SPM), que neste ano tem programação virtual e subsídios para reflexão e celebração ecumênica.

 

Adotando o tema “Migração e Acolhida” e o lema “Onde está o teu irmão, tua irmã?”, esta Semana do Migrante em 2020 expressa comunhão com o tema e o lema da Campanha da Fraternidade deste ano, na qual somos convidados a refletir sobre “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele (Lc 10,33-34)”

 

Em 2019, tivemos uma onda de migração e refúgio nunca vista nas últimas décadas, com a crise do capital no olho do furacão, gerando crises humanitárias, ambientais e guerras. Novas fronteiras agrícolas tornaram-se metas dos migrantes, geraram conflitos e minaram sonhos, nas caminhadas do povo de Deus. Moisés reinventa-se no mundo contemporâneo, na superação de muros, fronteiras, desumanização e impérios do medo e do ódio.

 

A seguir, são apresentados destaques do texto-base da semana, que divulga dados, análises e desafios sobre a realidade dos migrantes e refugiados. No mundo, são mais de 41 milhões de pessoas em deslocamento interno.

 

Acolher e Integrar

É fundamental, nesta Semana do Migrante, pensar o outro nessa alteridade evangélica, na espiritualidade encarnada e vivenciada nas experiências de acolhida, proteção, promoção e integração do migrante e refugiado. O próprio papa Francisco, que trouxe o lema do 106º Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados, em sua mensagem tradicional, “Como Jesus, forçado a fugir”, pede-nos para olhar o desafio dos deslocamentos internos, que no mundo são mais de 41 milhões de pessoas.

 

Na perspectiva da Pastoral dos Migrantes, o “caído” da parábola do Bom Samaritano representa todos os que, pelas mais diversas circunstâncias, se movem em busca de uma casa, de uma pátria ou de uma cidadania digna. Disso resulta que “o rosto dos migrantes, prófugos, refugiados, itinerantes, trabalhadores temporários, marítimos, entre outros, é o rosto que nos interpela e nos motiva a uma ação pastoral e sócio-transformadora”.

 

A coordenação colegiada do Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) conclama: “Unamo-nos, nesta oportunidade, para denunciarmos as situações de violação de direitos, de esbulhos de terra, de combate ao trabalho escravo, ao tráfico de pessoas e no combate à covid-19. Pensando que somos construtores de pontes e queremos romper os muros que nos afastam, sigamos firmes conjugando o verbo ‘esperançar’, pois, se cremos juntos no Cristo ressuscitado, somos juntos portadores dessa Boa-Nova”.

 

“Ver” e “julgar” em vista de um “Agir” mais eficaz e transformador:

I – Ver

Do ponto de vista sociológico, a Semana do Migrante deste ano procura chamar a atenção para o desafio da mobilidade humana: o vasto e complexo mundo das migrações. O texto-base visa iluminar, ao mesmo tempo, o tema “Migração e Acolhida” e o lema “Onde está teu irmão, tua irmã?” A sociedade encontra-se profundamente marcada pela mobilidade humana e tem sido desafiada a acolher, compartilhar, cuidar e integrar os migrantes e refugiados que atualmente alcançam cifras inimagináveis e representam um “lixo humano que nem as empresas, nem os sistemas políticos, nem os grandes líderes econômicos estão interessados em reciclar”.

 

II – Julgar

Em sintonia com a temática da Campanha da Fraternidade 2020, do ponto de vista bíblico e teológico-pastoral, o debate sobre o julgar e o agir busca iluminação na conhecida parábola do Bom Samaritano (Lc 10,25-37). A parábola reflete uma espécie de “pedagogia da prática de Jesus”. Pedagogia que, de uma forma geral, pode ser aplicada a qualquer pastoral social, mas nossa reflexão concentra-se sobre a Pastoral dos Migrantes. De forma mais concreta, vejamos os passos dessa pedagogia que procura “julgar” em vista de um “agir” mais eficaz e transformador.

O texto começa com uma pergunta: o que fazer para ter como herança a vida eterna? Trata-se de uma pergunta fundamental. É a pergunta pelo significado da existência humana, pela razão de viver, não na outra, mas nesta vida.

 

III – Agir

Primeiro, temos o “homem que descia de Jerusalém para Jericó”. Numa curva da estrada, aparecem os ladrões, que o roubaram e o deixaram ferido, à beira do caminho. A Pastoral dos Migrantes questiona quem são os que impedem o povo de seguir adiante, de realizar seus sonhos. Em outras palavras, quem são os responsáveis pela exclusão social que, nos dias atuais, condena amplos setores da população à violência, à pobreza e à fuga? Evidente que essas perguntas nos conduzem à economia de mercado e à filosofia neoliberal que, por um lado, concentra o saber, o poder e a riqueza e, por outro, faz crescer o número de vítimas “descartáveis” dessa competição desleal.

As três dimensões da ação pastoral desenvolvidas acima – sensibilidade, solidariedade e profetismo – somente se manterão vivas e equilibradas se forem acompanhadas por uma quarta: a mística libertadora. A espiritualidade será o sustento diante das muitas dificuldades na atuação social, política e transformadora.  Oração e ação formam um casamento indissociável, caminham de mãos dadas. E, se somos poucos, precisamos atuar como multiplicadores, multiplicadoras, suscitando lideranças, descentralizando, repartindo responsabilidades, sendo fermento na massa!

 

 

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