A Comissão de Liturgia e Arte Sacra da Arquidiocese de Goiânia realizou, no dia 7 de março, na Cidade da Comunhão (CPDF), a Formação para Salmistas. O evento contou com a participação de aproximadamente 450 pessoas ligadas ao canto litúrgico das mais diversas paróquias e comunidades da Arquidiocese.
Padre João Batista de Lima, coordenador da Comissão de Liturgia e Arte Sacra, ministrou palestra sobre o tema “A relação do Salmista com a Palavra de Deus”. Em entrevista, ele explicou que o objetivo da formação foi levar as pessoas ligadas ao canto litúrgico a se debruçar sobre a responsabilidade de celebrar bem, especialmente na função litúrgica de salmista. “O salmista deve portar mais do que a habilidade de cantar. Ele precisa ter conhecimento técnico, mas também bíblico, para que a ação de cantar Salmos seja de fato uma ação litúrgica frutuosa e participativa”, explicou.
O salmista exerce um ministério, por isso é responsabilidade dele não só cantar, conforme padre João Batista. “Ele precisa conhecer os Salmos para poder fazer a função com plenitude, levando a assembleia a participar frutuosamente, ou seja, o papel do salmista é de um mistagogo, isto é, de conduzir para dentro do mistério, levando a pessoa a mergulhar no mistério celebrado por meio do Salmo”, afirmou.
Entendendo e executando os Salmos
Integrante da Comissão de Música e Liturgia, José Reinaldo Martins Filho, abordou o tema “Entendendo e executando os Salmos”. De acordo com ele, o ministério de salmista exige habilidades específicas para o seu desempenho. “O salmista precisa estar atento a muitos aspectos deste serviço, como a relação com a Palavra de Deus, a construção de uma espiritualidade sólida, o desenvolvimento de uma boa técnica vocal, até mesmo para questões mais voltadas para a prática pastoral, como a escolha da melodia mais adequada para o teor de cada Salmo. Enfim, o exercício de seu ministério envolve aspectos diferentes, tanto relativos ao âmbito teórico quanto ao prático”, pontuou.
Salmista e sua prática pastoral
Os aspectos práticos do ministério do salmista, como citou José Reinaldo, foram abordados por Marilurdes de Andrade. Em sua fala, ela explicou que muitos aspectos são importantes, sobretudo aqueles que ligam o gesto, o modo de se vestir, a fisionomia e a postura durante a entoação do Salmo. “É muito importante que o salmista saiba se portar no altar, que sua aparência visual, roupas e/ou maquiagem, não tire o foco do Salmo cantado. Além disso, a prática pastoral do salmista deve priorizar o canto do Salmo, esperando a resposta da assembleia”, esclareceu Marilurdes, que é voluntária dos cursos de Canto Litúrgico da Arquidiocese de Goiânia desde 1989.
O salmista e sua voz
Leonice Ângela, coordenadora da Equipe do Canto Litúrgico na Arquidiocese de Goiânia, falou com os participantes do encontro sobre “O salmista e sua voz”. Esse talvez seja um dos aspectos mais exigentes do ministério, unido à dimensão espiritual e ao conhecimento bíblico. “É muito importante a parte prática, que se refere ao preparo do salmista quanto ao cuidado de sua voz e de seu corpo, quanto à sua respiração para conseguir sustentar as notas musicais ao executar o Salmo e também quanto ao entendimento de seu principal instrumento de trabalho: a música. Sempre é tempo de aprender um pouco mais sobre as notas musicais”, ressaltou a musicista.
Fúlvio Costa