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Não há comunicação real sem a presença do Espírito

Não há comunicação real sem a presença do Espírito

Muitas pessoas e muitos grupos começam suas atividades eclesiais no fazer. Na cultura popular, encontramos o ditado de que a

Muitas pessoas e muitos grupos começam suas atividades eclesiais no fazer. Na cultura popular, encontramos o ditado de que a necessidade faz o “sapo pular”. E, de fato, a pandemia fez muitas comunidades eclesiais sentirem a necessidade da Pastoral da Comunicação. Muitas pessoas, até de maneira improvisada, começaram a fazer transmissões de missas, criar posts para as mídias sociais e foram se envolvendo nas circunstâncias impostas pela pandemia. Mas que caldo podemos extrair dessa situação? Não podemos ficar eternamente no improviso e no amadorismo e absortos na lógica do fazer. É aqui que surge um alerta! Na pressa do fazer e na ânsia de produzir, corre-se o risco de se perder a dimensão espiritual, ainda mais necessária aos nossos dias.

 

As atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil apontam que é preciso superar a ideia de que o fazer já é uma forma de oração. Esse é um desafio a ser vencido por todas as pastorais e movimentos, mas a Pastoral da Comunicação corre o risco de se perder com facilidade diante do encantamento com a técnica, com as plataformas e com as múltiplas possibilidades oferecidas pela comunicação digital. Esse pseudofascínio pode levar facilmente à tentação do ativismo. E o grande risco, apontam as Diretrizes, é que “os agentes de pastoral correm o risco de se esquecer da dignidade batismal, como verdadeiros sujeitos eclesiais, reduzindo-se a meros voluntários” (CNBB, 2019, p. 55). Estando no mês vocacional, podemos compreender, com mais agudeza, que todo comunicador, todo agente de pastoral, é vocacionado a fazer essa experiência.

 

É sempre necessário recordar que somos discípulos-missionários, não somos apenas operadores de máquinas. E para operar um equipamento, para clicar uma foto, para fazer uma live, para escrever um texto… para realizar qualquer atividade comunicativa, é preciso estar imbuído do Espírito, para que sua ação leve a um testemunho. O Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil afirma que “o anúncio sempre deve ser acompanhado pelo testemunho” (CNBB, 2014, p. 161). Ora, o testemunho que o comunicador deve oferecer à sua comunidade parte de um encontro pessoal com a Pessoa de Jesus Cristo, que é renovado diariamente no exercício de seu ministério.

 

Não é à toa que a espiritualidade é um dos eixos da Pastoral da Comunicação. Ela dá sentido aos demais (formação, produção e articulação), constitui-se como o alicerce (CNBB, 2014, p. 164). Para viver a espiritualidade, é preciso ter sede. O agente da Pastoral da Comunicação deve ter a consciência da necessidade de intimidade com Deus, da necessidade de um encontro pessoal com o Criador, para criar raízes “na verdadeira e inesgotável fonte de onde emana o sentido profundo dessa mensagem comunicativa. A comunicação, portanto, torna-se experiência de graça, porque ‘o ser humano tem a possibilidade de fazer certa experiência do Absoluto que o transcende’” (CNBB, 2014, p. 45).

 

 

Marcus Tullius
Filósofo e publicitário. Coordenador geral da Pascom Brasil, membro do Grupo de Reflexão em Comunicação da CNBB e gerente de conteúdos da Tv Pai Eterno. Autor do livro Esperançar: a missão do agente da Pastoral da Comunicação, pela Editora Paulus.

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