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Novo Diretório Geral para Catequese

Novo Diretório Geral para Catequese

Testemunho, Misericórdia e Diálogo: Processo de iniciação à vida cristã na era digital, responsabilidade de toda a Igreja
Foto da Catedral

Um novo documento para impulsionar a catequese na missão evangelizadora da Igreja

 

O Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização lançou o novo Diretório Geral para a Catequese. O documento, destinado a toda a Igreja, é resultado de longos anos de estudo e envolveu 12 especialistas de diferentes partes do mundo. A América Latina foi representada pelo Brasil, Colômbia e México. Os estudos começaram em 2016.

 

Quatro anos depois é apresentado o novo documento, aprovado pelo papa Francisco no dia 25 de junho, data em que a Igreja celebra a memória litúrgica de São Turíbio de Mongrovejo, que, no século XVI, deu um forte impulso à evangelização e à catequese.

 

Com 300 páginas, o novo diretório está dividido em três partes, 12 capítulos e 419 números. Testemunho, Misericórdia e Diálogo são seus pilares com os quais a Igreja é chamada a agir. Por ocasião do lançamento, o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, destacou que a peculiaridade do novo diretório é a estreita ligação entre a evangelização e a catequese. O documento, segundo ele, destaca a íntima união entre o primeiro anúncio e o amadurecimento da fé, à luz da cultura do encontro. Estão bastante presentes, no material, a cultura digital e a globalização da cultura, temas tão necessários e desafiantes à Igreja atualmente.

Dom Rino Fisichella

As três partes do documento

A primeira parte do diretório aborda “Catequese na missão evangelizadora da Igreja”, destacando a formação dos catequistas. A segunda parte, intitulada “O processo da Catequese”, realça a importância da família como parte integrante e ativa da evangelização. A terceira e última parte é dedicada à “catequese nas Igrejas particulares” e ressalta o papel das paróquias, definido como “exemplo de apostolado comunitário: catequese criativa e ensino da religião”.

 

Quanto aos pilares do documento, Dom Fisichella explicou cada um. “Testemunho, porque a Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração; misericórdia, por meio da qual a verdadeira catequese torna crível a proclamação da fé; diálogo, livre e gratuito, que não obriga, mas, partindo do amor, contribui para a construção da paz”.

 

No Brasil, no mesmo dia em que o diretório foi lançado em Roma, a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) fez uma formação ao vivo pelas redes sociais da conferência para falar sobre o novo documento. Irmã Izabel Patuzzo e padre Jânison de Sá, assessores da comissão, fizeram comentários pertinentes.

De acordo com a religiosa, um dos pontos fundamentais do documento é sua forte ligação com o pontificado e missionariedade do papa Francisco, pois suas exortações e encíclicas estão muito presentes. Logo na primeira parte do diretório, afirma-se que a catequese é um grande apoio e o elemento evangelizador da nossa Igreja. “No processo de evangelização, a catequese tem uma tarefa primordial no anúncio da palavra em levar a conversão e a contribuir para a formação de discípulos”, afirmou irmã Izabel. Há inúmeras citações da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium – sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual, do papa Francisco, e sobre o querigma, cujas citações estão nos números 57 a 60. É importante salientar que o novo diretório está em profunda sintonia com os anteriores. Várias categorias de pessoas e de grupos, que são os destinatários e protagonistas da catequese, como migrantes e pessoas com necessidades especiais também são contempladas. O novo diretório não faz uma ruptura com os anteriores, pelo contrário, ele vem reforçar a caminhada de iniciação à vida cristã.

 

Cultura digital

Padre Jânison de Sá, por sua vez, comentou que o novo diretório apresenta a catequese com uma proposta de transformação da realidade, que colabora na formação de novos cristãos sinceros, honestos e verdadeiros. A cultura digital presente no documento foi um ponto bastante enfatizado pelos assessores da CNBB, tema amplamente estudado na 2ª Semana Brasileira de Catequese, que aconteceu em 2018.

No novo diretório, o tema está citado nos números 359 a 361. “Na era digital, vinte anos podem ser comparados, sem exageros, a pelo menos meio século”, disse Dom Rino Fisichella sobre o tema cultura digital, no lançamento em Roma. Ele salientou que o documento nasceu da necessidade de levar em consideração “com grande realismo o novo que está surgido, com a tentativa de propor uma leitura que envolvesse a catequese”. Por isso, completou o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização: “o diretório não apresenta apenas os problemas inerentes à cultura digital, mas também sugere caminhos a serem tomados para que a catequese se torne uma proposta que encontre o interlocutor capaz de compreendê-la e ver sua adequação com seu próprio mundo”. O diretório apresenta ainda a cultura digital como natural e que mudou a linguagem e as hierarquias dos valores em escala global. Ressalta, porém, que essa cultura tem aspectos positivos, mas também seu “lado sombrio”, que pode causar solidão, manipulação, violência, cyberbullying, preconceito, ódio, e a catequese tem um trabalho importante a ser desenvolvido nesse campo.

 

Perguntas e respostas

Durante a live realizada pela Comissão de Catequese da CNBB, algumas perguntas foram feitas e respondidas pelos assessores. Confira abaixo.

Qual o objetivo do novo diretório? O documento é uma proposta para encorajar e sustentar todos que estão nesta grande missão de evangelizar pela catequese. “O diretório é uma contribuição para a grande missão da catequese e com ele pretende-se encorajar e sustentar todos aqueles que têm no coração o desejo de transmitir a fé, a palavra” (n. 427).

 

Como o documento será estudado e colocado em prática? O documento será estudado parte por parte, nos dias 11 e 25 de julho, às 14h, e nos dias 8 e 22 de agosto, também às 14h, pelas redes sociais da CNBB Nacional.

 

Teremos um novo diretório nacional de catequese? Ainda não se sabe. Precisamos, agora, acolher com alegria e com amor para conhecermos bem esse documento que nos é oferecido.

 

Fúlvio Costa

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