Para ressuscitar com Cristo, é necessário morrer com Cristo, isto é, “exilarmo-nos do corpo para irmos habitar junto do Senhor” (2Cor 5, 8). De acordo com a Instrução Ad resurgendum cum Christo a propósito da sepultura dos defuntos e da conservação das cinzas da cremação, quando se enterra o corpo do fiel defunto, a Igreja confirma a fé na ressurreição da carne.
Sendo assim a Igreja continua a preferir a sepultura dos corpos, mas a cremação não é proibida, como declara o cân. 1176 § 3, “A Igreja recomenda vivamente que se conserve o piedoso costume de sepultar os corpos dos defuntos; mas não proíbe a cremação, a não ser que tenha sido preferida por razões contrárias à doutrina cristã”.
A Instrução Ad resurgendum cum Christo ressalta ainda que a escolha da cremação “não deve ser contrária à vontade explícita ou razoavelmente presumível do fiel defunto, a Igreja não vê razões doutrinais para impedir tal práxis; uma vez que a cremação do cadáver não toca o espírito e não impede à onipotência divina de ressuscitar o corpo”. (Cf. Suprema e Sagrada Congregação do Santo Ofício, Instrução Piam et constantem, de 5 de julho de 1963: AAS 56 (1964), 822.).
Independente das motivações do fiel a respeito da cremação, desde que não seja por razões contrárias à doutrina cristã, a Instrução Ad resurgendum cum Christo diz que “as cinzas do defunto devem ser conservadas, por norma, num lugar sagrado, isto é, no cemitério ou, se for o caso, numa igreja ou num lugar especialmente dedicado a esse fim, determinado pela autoridade eclesiástica”.
Para a Igreja, conservar as cinzas em um lugar sagrado evita que o fiel defunto se afaste da oração e da lembrança dos parentes e da comunidade cristã. Também evita que os restos mortais do fiel defunto passe por práticas supersticiosas. Por isso, não é permitida a conservação das cinzas em casas ou em lugares inadequados.
Os mortos fazem parte da Igreja, que crê na ressurreição “dos que peregrinam na terra, dos defuntos que estão levando a cabo a sua purificação e dos bem-aventurados do céu: formam todos uma só Igreja” .(Catecismo da Igreja Católica, n.962)
Gabriela Rodrigues
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