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Outrora éreis trevas, agora sois luz no Senhor

Outrora éreis trevas, agora sois luz no Senhor

Leitura Orante

4º Domingo da Quaresma

 

Na liturgia de hoje as aparências são sempre questionadas, pois para Deus é o coração do homem que Lhe agrada, ou seja, a reta intenção. A primeira leitura nos mostra que o aspecto físico de Eliabe, o filho mais velho de Jessé, fez com que Samuel se equivocasse sobre a vontade de Deus, mas é em Davi que, apesar de sua boa aparência, era ainda muito jovem para governar Israel em meio às constantes ameaças de guerra que o Senhor confia a seu povo. Deus escolhe um pastor de ovelhas, pois assim como o Pastor sabe apascentar, reunir o rebanho, o rei de Israel deveria saber unir o povo de Deus. Do mesmo modo, como os patriarcas Abraão, Isaac e Jacó eram pastores, também exigia que o rei de Israel fosse um pastor, como prefiguração do próprio Cristo que é o Bom Pastor, Aquele que conduz as ovelhas para os vales tranquilos, como nos diz o salmo, dando-lhes segurança e alimento e livrando-as de todos os perigos. Como Davi, Cristo também foi rejeitado de início, mas suas ovelhas o reconhecem e se deixam conduzir. É interessante como são trocados os papéis; primeiro Davi que é um pastor e se torna Rei; em Jesus vemos o oposto, é Rei e se torna pastor para que pudesse estar próximo do Povo, salvá-lo e conduzi-lo com suas próprias mãos.

 

Na segunda leitura, São Paulo, na carta aos Efésios, relembra a comunidade de que ela era, outrora, trevas e a convida a viver sob a luz de Cristo; a expressão correta é “luz no Senhor”, ou seja, ninguém consegue brilhar sozinho. É Jesus que nos ilumina e faz resplandecer sua face sobre nós, e se refletimos a luz de Cristo somos verdadeiros cristãos. É preciso que as nossas ações resplandeçam a imagem de Cristo: o dom da Bondade, Justiça, verdade não procedem de nós mesmos, mas de Jesus, como nos diz o Apóstolo: Cristo é a luz, Cristo é a bondade, Cristo é a justiça, a verdade revelada que nos ensina a sermos sua imagem para conseguirmos evitar as obras das trevas e a cegueira do Pecado (cf. Ef 5,8-14).

 

No evangelho, o autor sagrado manifesta a cegueira dos fariseus diante de Jesus. A cegueira do Pecado é maior que a do cego de nascença, pois a cegueira física é curável, mas a cegueira da obstinação do pecado não. É interessante que no começo do Evangelho é perguntado a Jesus quem pecou para que aquele homem tivesse nascido cego, e mais à frente os fariseus também condena a cegueira daquele homem, mas somente Jesus o acolhe, somente Jesus o enxerga como ele deveria ser enxergado. No início desse texto falamos das aparências, e só Jesus, que é Deus, sabe julgar corretamente; aos discípulos ele disse: aquele homem não tinha pecado, mas a sua situação era para que a glória de Deus se manifestasse nele. Aos fariseus, que enxergavam bem, disse: se fossem cegos não teria esse pecado, ou seja, as aparências enganam os homens, mas não a Deus. O cego, que era visto como pecador, foi digno de elevação, porém os fariseus, que eram bem vistos pela sociedade religiosa, foram considerados culpados e pecadores. Se não olharmos o outro com o olhar de Jesus as aparências deste mundo irão nos iludir quanto à verdade, e tal como Davi que no início não foi reconhecido como rei, também nós não iremos enxergar a grandeza e a realeza de Jesus que, como o Bom Pastor, vem nos apascentar.

 

 

Gilvan Macêdo Gomes

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