O mês de outubro é dedicado às missões, pelas quais somos convidados a rezar e para que Deus continue enviando pessoas para ajudar na evangelização dos povos. Os objetivos deste mês são incentivar a cooperação missionária no mundo e fazer com que o nosso coração missionário arda em chamas acesas e nos ajude a sermos cada vez mais discípulos e missionários de Jesus. O Documento de Aparecida, elaborado como conclusão da V Conferência do Episcopado Latino Americano e Caribenho, lembra-nos das pessoas que se dedicam ao trabalho missionário. “Ir ao encontro dos católicos afastados, que não professam a fé, pois estes seriam os mais vulneráveis ao proselitismo pentecostal. Por esse motivo faz-se necessário reabilitar a autêntica apologética que faziam os pais da Igreja como explicação da fé (Documento de Aparecida, 2007, n. 229).
O tema de reflexão neste ano, em todo o mundo, é “Jesus Cristo é missão” e sua inspiração bíblica foi retirada do livro dos Atos dos Apóstolos (At 4,20): “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos”. Em sua mensagem para o Dia Mundial das Missões, publicada em janeiro deste ano, o papa inicia: “Quando experimentamos a força do amor de Deus, quando reconhecemos a sua presença de Pai na nossa vida pessoal e comunitária, não podemos deixar de anunciar e partilhar o que vimos e ouvimos. A relação de Jesus com os seus discípulos, a sua humanidade que nos é revelada no mistério da Encarnação, no seu Evangelho e na sua Páscoa mostram-nos até que ponto Deus ama a nossa humanidade e assume as nossas alegrias e sofrimentos, os nossos anseios e angústias”.
O papa Pio XI instituiu o mês de outubro como Mês Missionário em 14 de abril de 1926 e, neste mesmo dia, decretou também o terceiro domingo de outubro como Dia Mundial das Missões. Essa data é celebrada em todos os países onde os católicos estão comprometidos com a evangelização e com a construção de um mundo mais justo, digno e pacífico. A cooperação missionária ocorre com oração, sacrifício, testemunho de vida, além da ajuda material aos projetos missionários.

A Campanha Missionária, que se realiza desde 1972, é organizada pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM), que contam com a parceria dos organismos integrantes do Conselho Missionário Nacional (Comina).
O papa Francisco destaca ainda o caráter especial da campanha que, neste ano, é realizada no contexto de pandemia da covid-19. “Neste tempo de pandemia, perante a tentação de mascarar e justificar a indiferença e a apatia em nome de um distanciamento social saudável, a missão de compaixão é urgentemente necessária por sua capacidade de fazer desse distanciamento recomendável uma oportunidade de encontro, cuidado e promoção.”
Santos Padroeiros
São Francisco Xavier
A Igreja que, na sua essência, é missionária, teve, no século XV e XVI, um grande impulso do Espírito Santo para evangelizar a América e o Oriente. No Oriente, São Francisco Xavier destacou-se com uma santidade que o levou à ousadia de fundar várias missões, a ponto de ser conhecido como “São Paulo do Oriente”.
Francisco nasceu no castelo de Xavier, na Espanha, em 7 de abril de 1506. Sofreu com a guerra, na qual aprendeu a nobreza e a valentia. Com 18 anos, foi para Paris estudar, tornando-se doutor e professor.

Vaidoso e ambicioso, buscava a glória para si mesmo até conhecer Inácio de Loyola, com quem fez amizade. Santo Inácio sempre repetia ao novo amigo: “Francisco, que adianta o homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma?”. Com o tempo e a intercessão de Inácio, o coração de Francisco foi cedendo ao amor de Jesus, até que entrou no verdadeiro processo de conversão. O resultado se vê no fato de ter se tornado cofundador da Companhia de Jesus. Esse grande santo missionário entrou no céu com 46 anos e percorreu grandes distâncias para anunciar o Evangelho. Se colocássemos suas viagens em uma linha, daríamos a volta na Terra três vezes. São Francisco Xavier, com 10 anos de apostolado, tornou-se merecidamente o Patrono Universal das Missões.
Santa Teresinha do Menino Jesus
No dia 1º de outubro, celebramos a memória litúrgica de Santa Teresinha do Menino Jesus, virgem, doutora da Igreja e copadroeira das missões. No Decreto Conciliar Ad Gentes (n. 6) afirma-se que “A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na ‘missão’ do Filho e do Espírito Santo”.

Em nosso “DNA espiritual” de batizados está impresso o nosso desígnio missionário, e Santa Teresinha do Menino Jesus, mesmo morando no Carmelo, viveu sua identidade missionária, rezando pelas vocações. De acordo com os relatos, aos domingos e dias de festa, a santa colocava seu pouco tempo disponível para prestar pequenos favores às suas irmãs do Carmelo. Santa Teresinha, ao saber que uma das madres, já de idade avançada, tinha alergia a perfume de flores, deixou de colocá-las diante da imagem do Menino Jesus, que ficava no claustro. Esse pequeno gesto demonstra o carinho e a atenção com a religiosa.
Marcos Paulo Mota