Segundo um estudo realizado no ano de 2020 pela International Agency for Research on Cancer (IARC), o câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com cerca de 2,3 milhões casos estimados no ano. A pesquisa também apontou que, em 2020, o câncer de mama seria a causa mais frequente de morte entre as mulheres, com cerca de 684.996 óbitos. No Brasil, um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) mostrou que o câncer de mama feminino é o tipo de câncer que mais atinge as mulheres, depois do câncer de pele. As taxas são mais elevadas nas regiões Sul e Sudeste, e a menor taxa fica na região Norte.

Divina Aparecida foi acometida pelo câncer de mama no ano de 1998. Na época, ela tinha 40 anos, idade que é mais propensa ao desenvolvimento da doença segundo o INCA. A enfermidade foi descoberta no mês de agosto. “Acordei com dor e queimação na mama esquerda, toquei e senti um nódulo. Fui trabalhar, mas estava incomodada com aquela situação. Então, marquei com minha médica uma consulta no mesmo dia. Na hora do meu almoço, passei no consultório. Quando a médica tocou a mama, sentiu o nódulo e pediu uma ultrassonografia. Eu fiz e foi mostrado um nódulo no meio da mama”, explica.

De acordo com a mastologista, Dra. Aline Regina Nunes, o ideal é que a descoberta da doença seja logo no início, por meio da mamografia. Quando se descobre a partir do toque é sinal de que a moléstia está em uma proporção vultuosa. Após a descoberta do nódulo, Divina Aparecida iniciou seu tratamento no Hospital Araújo Jorge, referência no tratamento de câncer em Goiás. Ela lutou por algum tempo contra a doença e por conta de sua malignidade, precisou retirar a mama.

Com cerca de seis meses de tratamento, Divina Aparecida precisou de algumas sessões de quimioterapia e foi necessário fazer a reconstrução da mama. Nesse momento difícil, ela sentiu medo de ser abandonada, porém teve uma grande rede de apoio ao seu redor. “Meus amigos, minha família e o padre Luiz Augusto rezaram muito por minha cura, tanto física quanto emocional”, lembra.

Análise Médica

Dra. Aline Regina Nunes explica que existem alguns fatores que aumentam a probabilidade de desenvolvimento do câncer de mama. Segundo ela, o primeiro fator é ser mulher. “Só de ser mulher aumenta o risco entre 10% a 12%”. Além disso, o fator genético também influencia quando existe um histórico de parentes de primeiro grau que já tiveram câncer de mama. A pessoa precisa fazer os exames com antecedência a partir dos 30 anos. Além disso, menstruar muito cedo ou entrar na menopausa muito tarde também é um fator de risco.

De acordo com a médica, existem vários tipos de câncer de mama, o mais comum entre eles é o ductal. “Quase 80% são desse tipo, que acomete geralmente mulheres mais velhas. Nós conseguimos fazer um bom rastreamento através da mamografia e um diagnóstico precoce nas mulheres que fazem a mamografia regularmente”. Os menos frequentes são o medular, o lobular. O câncer de mama pode se desenvolver em qualquer idade. No entanto, “o risco aumenta com a idade, a partir dos 40 anos”, esclarece.

A prevenção pode ser feita precocemente. A médica explicou que é necessário “Reduzir o consumo de embutidos e de alimentos industrializados. Consumir alimentos integrais, aumentar o consumo de frutas e legumes. Além disso, é preciso praticar atividade física”. A médica fala ainda que amamentar também diminui o risco de se ter câncer de mama.

Veja abaixo como fazer o autoexame de mama

Suzany Marques