No dia 24 de janeiro, o papa divulgou a 56º Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Neste ano, o tema da mensagem é “Escutar com o ouvido do coração”, na qual o papa convida a todos a ouvir o próximo. O Santo Padre alerta, logo no início de sua palavra, que “Estamos perdendo a capacidade de ouvir a pessoa que temos à nossa frente, tanto na teia normal das relações quotidianas como nos debates sobre os assuntos mais importantes da convivência civil”.

No enredo da mensagem, Francisco diz que entre os cinco sentidos que o ser humano possui, o ouvido é o mais privilegiado por Deus. “Talvez por ser menos invasivo, mais discreto do que a vista, deixando consequentemente mais livre o ser humano.” O papa fala que, no fundo, escutar também é uma extensão do amor e que, além de ouvir, é importante praticar o que se escuta. “Deus ama o homem: por isso, lhe dirige a Palavra; por isso, ‘inclina o ouvido’ para o escutar. ”

Além disso, o papa alerta sobre o interesse de se ouvir com a finalidade de utilizar o que se escuta para as fofocas. “De fato, uma tentação sempre presente, mas que neste tempo da social web parece mais assanhada, é a de procurar saber e espiar, instrumentalizando os outros para os nossos interesses. ” E fala ainda que “Na realidade, em muitos diálogos, efetivamente não comunicamos; estamos simplesmente à espera que o outro acabe de falar para impor o nosso ponto de vista”. 

O Santo Papa deixa claro, na mensagem, que ouvir é o ingrediente principal para boa comunicação e também fala da importância de ouvir a si próprio, quando estamos em busca de uma verdadeira comunicação. Segundo o papa, nascemos para viver juntos, é isso que nos torna únicos na criação de Deus.

Por fim, Francisco fala da necessidade e da obrigação que nós, Igreja, temos de escutar e de escutar a nós mesmos e lembra que estamos passando por um processo sinodal. “Rezemos para que seja uma grande ocasião de escuta recíproca. Com efeito, a comunhão não é o resultado de estratégias e programas, mas edifica-se na escuta mútua entre irmãos e irmãs.”

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Suzany Marques