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Peregrinos da paz olhando para o céu

Peregrinos da paz olhando para o céu

A recente visita do sucessor de Pedro ao Iraque deve ecoar em todas as pessoas de boa vontade como um

A recente visita do sucessor de Pedro ao Iraque deve ecoar em todas as pessoas de boa vontade como um recado de Deus. E isso não se deve apenas pelo ineditismo do fato, mas pela força que esta viagem apostólica representa. Sendo chefe de estado e líder religioso, Francisco escolheu ser peregrino da paz, um simples romeiro em tempos de pandemia.

 

Francisco vai como peregrino da paz a um país com uma história marcada por guerras. Os seus gestos e palavras são bálsamo para os muitos desafios enfrentados pelas minorias religiosas do país e que almejam o respeito recíproco. Talvez nunca consigamos mensurar a dor que é viver em um país marcado por tanto sofrimento ou o impacto de sair às ruas e encontrar os destroços da ganância, do fanatismo e da supremacia econômica, mas conseguimos ler em sua atitude a profecia necessária para o nosso tempo.

 

A região visitada, historicamente conhecida como Mesopotâmia, banhada pelas águas dos rios Tigre e Eufrates, abraça a proposta concreta da fraternidade e da amizade social da Fratelli Tutti. O simbolismo dessa visita reside na necessidade e na capacidade de dialogar, de ver que temos um horizonte comum e que todas as nações da Terra, independente de sua profissão de fé, são uma expressão de amor.

 

Por diversas vezes, durante a viagem, o papa Francisco retomou o chamado que Deus faz a Abrão: “olha para o céu e conta as estrelas, se fores capaz” (Gn 15,5). Ao tocar o chão do pai de todos nós, judeus, cristãos, muçulmanos e representantes de outras religiões se reuniram para rezar e regressar aos primórdios da obra de Deus junto à humanidade. Em seu discurso, o pontífice expressou que “o Céu não se cansou da terra: Deus ama cada povo, cada uma das suas filhas e cada um dos seus filhos! Nunca nos cansemos de olhar para o céu, de olhar para estas estrelas”.

 

Os crentes de hoje podem olhar para esta histórica visita e recuperar o brilho da esperança tantas vezes ofuscado pela irresponsabilidade dos que detêm o poder, do aumento do número de infectados e mortos pela covid-19, pelo distanciamento. A força dos passos de Francisco no Iraque são uma chave para entender os desafios do nosso tempo e promover a paz, que é fruto da justiça, com a fé, com o gesto e com a palavra. Mesmo quando a escuridão dos nossos dias parece abater-nos no abismo do cansaço, é preciso olhar para o céu, fitar bem forte, encontrar as estrelas e contá-las.

 

Marcus Tullius
Filósofo e publicitário. Coordenador geral da Pascom Brasil, membro do Grupo de Reflexão em Comunicação da CNBB e coordenador de conteúdos da TV Pai Eterno.

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