Minha prezada irmã, meu prezado irmão. Nesta quarta-feira da segunda semana do tempo do advento, escutamos como primeira leitura da liturgia da missa o texto de Isaías 40,25-31 que faz parte do capítulo que inaugura o “Segundo Isaías” (capítulos 40-55). Todo o texto traz uma mensagem de consolo e esperança ao povo exilado na Babilônia. O texto exalta a transcendência e o poder de Deus, contrastando com a limitação humana, e reafirma que aqueles que confiam no Senhor encontram força renovada. Este trecho desafia o povo a abandonar dúvidas sobre Deus e a confiar em sua soberania e fidelidade.
Inicialmente, Deus desafia o povo a compará-lo a qualquer outra entidade: “Com quem haveis de me comparar, e a quem seria eu igual?”. Esta pergunta retórica reforça a incomparabilidade e a unicidade divinas. A criação é apresentada como testemunha de seu poder: Ele chama as estrelas pelo nome e sustenta a ordem do cosmos. A visão de Deus como criador transcendente sublinha sua soberania sobre toda a realidade e reafirma que nada escapa ao seu controle.
Em seguida o profeta repreende Israel por questionar a atenção de Deus ao seu sofrimento. Escute, novamente: “por que dizes, Jacó, e por que falas, Israel: ‘Minha vida ocultou-se da vista do Senhor?’…”. A resposta vem numa declaração sobre a eternidade e o poder divino: Deus não se cansa nem se fatiga, e sua sabedoria é insondável. Este chamado à confiança contrasta a limitação humana com a força e a fidelidade do Senhor, que nunca abandona seu povo.
Nos versículos 29 e 30, Deus é apresentado como fonte de força para os fracos e cansados. A metáfora das “asas como águia” simboliza a elevação e o vigor que provêm da confiança no Senhor. Jovens podem falhar e se fatigar, mas os que esperam no Senhor encontram forças renovadas. Este trecho reflete a dependência que Israel deve ter de Deus, uma mensagem que se aplica também aos cristãos: a confiança em Deus é fonte de perseverança e renovação espiritual.
Em conclusão, o texto de Isaías apresentado na liturgia de hoje proclama a grandeza incomparável de Deus, lembrando seu cuidado constante com a criação e com o povo. A mensagem é de esperança: aqueles que confiam no Senhor, mesmo em meio às adversidades, encontram força e renovação. Para os cristãos, este texto ressoa na confiança em Deus como sustentador e renovador, especialmente nos desafios da vida. Ele nos convida a superar dúvidas e a depositar nossa fé no Deus eterno, cuja força e sabedoria são inesgotáveis. É um convite a que renovemos nossa confiança n’Aquele que já veio e que virá, e que ao final do Advento terá seu Natal celebrado.