Querida irmã, querido irmão, entramos na segunda semana do advento. Também hoje a primeira leitura é tomada do livro da profecia de Isaías. O capítulo 35 de Isaías apresenta uma visão de esperança e restauração, prometendo uma renovação completa da criação e a redenção do povo de Deus. Este capítulo é parte do “Livro da Consolação” (Is 34-35), que oferece um contraste à destruição descrita anteriormente, celebrando a vitória de Deus e o retorno jubiloso dos exilados a Sião. O texto contém elementos escatológicos (isto é, sobre a ação graciosa de Deus no tempo definitivo) que apontam para a plenitude da salvação divina.
A leitura de hoje começa mencionando a criação, representada pelo deserto e pela terra seca, que se transforma em um lugar fértil e cheio de vida. Esta renovação simboliza a restauração da ordem divina, onde até mesmo os lugares áridos participam da glória de Deus. O esplendor do Carmelo e do Sarom evoca a beleza e a abundância que marcam a presença de Deus. A natureza rejuvenescida reflete a obra salvífica que transforma tanto o mundo físico quanto espiritual. Com essa metáfora em mente, o profeta encoraja aqueles que estão cansados e desanimados: “Fortalecei as mãos enfraquecidas, firmem-se os joelhos vacilantes”, diz o texto. Esta exortação dirige-se aos exilados e aos fracos na fé, apontando para a intervenção divina que traz força e renovação. A frase “eis o vosso Deus” reforça a confiança em Deus como salvador, que virá com poder e justiça para retribuir aos inimigos e redimir os seus.
Os versículos 5 e 6 expressam a cura da humanidade: Os cegos veem, os surdos ouvem, os coxos andam e os mudos cantam. Estes milagres representam a restauração completa da humanidade, tanto física quanto espiritualmente. No contexto cristão, essas imagens apontam para os milagres de Jesus e sua missão como cumprimento da promessa messiânica.
A transformação da natureza – desertos jorrando águas – simboliza a renovação abundante da vida, refletindo a nova criação trazida pela ação divina. Retomando a imagem da natureza, o texto aponta para o deserto tornando-se um lugar de águas e pastagens, um caminho sagrado emerge, e nele somente os redimidos caminharão. Este caminho simboliza a segurança e a santidade na jornada de volta para Deus. Não haverá perigo ou ameaça, pois a presença de Deus garante proteção e paz. A exclusão do “impuro” ressalta a necessidade de santidade para trilhar este caminho. O capítulo culmina com a visão de um povo redimido que retorna a Sião, a cidade de Deus, em alegria perpétua.
Em conclusão, Isaías 35,1-10 é uma mensagem de esperança e restauração, apontando para o poder redentor de Deus que transforma tanto a criação quanto a humanidade. No cristianismo, este texto encontra seu cumprimento em Cristo, o Messias, que realiza milagres, oferece cura e abre o caminho para a comunhão eterna com Deus. Ele desafia os crentes a viverem com esperança, firmes na fé e confiantes na promessa de uma alegria plena e duradoura na presença de Deus. Para os dias atuais, este texto inspira perseverança em meio às dificuldades, destacando que Deus age para renovar e salvar aqueles que o buscam.