Minha prezada irmã, meu prezado irmão. Com minhas saudações vamos meditar o texto da primeira leitura da liturgia de hoje, quando celebramos a memória da Bem Aventurada Virgem Maria do Rosário. São Pio V institui esta memória depois da vitória obtida pelos cristãos na Batalha de Lepanto (Grécia) atribuída ao auxílio da Santa Mãe de Deus, invocada no dia 7 de outubro como Senhora do Rosário. Creio ser oportuno relembrar-nos das palavras de São João Paulo II acerca do próprio Rosário. Ele disse assim:
“O Rosário é um dos percursos tradicionais da oração cristã aplicada à contemplação do rosto de Cristo. São Paulo VI assim o descreveu: «Oração evangélica, centrada sobre o mistério da Encarnação redentora, o Rosário é, por isso mesmo, uma prece de orientação profundamente cristológica. Na verdade, o seu elemento mais característico – a repetição litânica do “Alegra-te, Maria” – torna-se também ele louvor incessante a Cristo, objetivo último do anúncio do Anjo e da saudação da mãe do Baptista: “Bendito o fruto do teu ventre” (Lc 1, 42).”
Da liturgia de hoje que tem textos próprios da escritura e das orações, escutamos a primeira leitura tomada do primeiro capítulo do Livro dos Atos dos Apóstolos. É uma referência a presença de Maria junto aos apóstolos, enquanto aguardavam o cumprimento da promessa do Pai, ou seja, o envio do Espírito Santo. Escute o texto novamente: “Depois que Jesus subiu ao céu, os apóstolos voltaram para Jerusalém, vindo do monte das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, a mais ou menos um quilômetro. Entraram na cidade e subiram para a sala de cima, onde costumavam ficar. Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão Zelota e Judas, filho de Tiago.”
Tratava-se de um ambiente de oração, de unidade entre os apóstolos e Maria, incluídas, ainda, algumas outras mulheres. As palavras que remetem à perseverança na oração nos colocam em sintonia com Maria, Mãe de Jesus e Nossa Senhora, que é modelo de perseverança na oração. Quem quiser aprender a orar deve frequentar a Escola de Maria. Confira o texto: “Todos eles perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus.”
Concluo a meditação de hoje com palavras do Papa Francisco sobre a comunhão de Maria conosco. Escute: “Como e mais do que todas as mães bondosas, Maria defende-nos nos perigos, preocupa-se conosco, até quando estamos ocupados com os nossos afazeres e perdemos o sentido do caminho, colocando em perigo não só a nossa saúde, mas a nossa salvação. Maria está presente reza por nós, reza por quem não ora. Reza conosco. Porquê? Porque Ela é a nossa Mãe!”
+ Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo Metropolitano de Goiânia