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Terça-feira da 26ª Semana do Tempo Comum

Terça-feira da 26ª Semana do Tempo Comum

Minha prezada irmã, meu prezado irmão. Hoje é terça-feira da vigésima sexta semana do tempo comum. A liturgia oferece a

Minha prezada irmã, meu prezado irmão. Hoje é terça-feira da vigésima sexta semana do tempo comum. A liturgia oferece a leitura de mais um texto domado do livro de Jó, livro sapiencial que trata de uma questão de relevante importância para a experiência de fé, ou seja, a pergunta sobre o sofrimento do inocente. Tenha presente que no tempo do autor do livro, predominava a doutrina tradicional da retribuição. Para essa doutrina, aquele que fazia o bem, com certeza Deus o retribuiria com muitas bênçãos.

 

Diferentemente, aquele que praticava o mal, este seria castigado com a perda de tudo. O livro começa narrando uma sequência de perdas irreparáveis. Jó perde todos os seus bens e todos os seus filhos e filhas. Como continuasse sem amaldiçoar a Deus, Satanás o fere com chagas malignas, desde a planta dos pés até o alto da cabeça. Sua mulher, também, o incentiva a pecar, dizendo-lhe: “Ainda continuas na integridade. Amaldiçoa a Deus e morre!”. É muito bela a resposta de Jó: “Falas como qualquer insensata. Se recebemos de Deus os bens, não devíamos receber também os males?”

 

Três amigos vêm visitá-lo e ali permanecem em silêncio por sete dias, como se já estivesse de luto. Então, chega-se ao texto de hoje. Do coração de Jó sobe um grito que ecoa dentro do enorme vazio que se instalou em seu coração repleto de perguntas. Um grande lamento. Escute: “Jó abriu a boca e amaldiçoou o seu dia, dizendo: "Maldito o dia em que nasci e a noite em que fui concebido. Por que não morri desde o ventre materno,
ou não expirei ao sair das entranhas? Por que me acolheu um regaço e seios uns me amamentaram?”

 

A passar por todos essas perdas e esses sofrimentos, melhor seria não ter nascido. É esta a lógica da palavra de Jó. Escute mais um pouco desse monólogo de Jó: “Ou, então, enterrado como aborto, eu agora não existiria, como crianças que nem chegaram a ver a luz. Ali acaba o tumulto dos ímpios, ali repousam os que esgotaram as forças. Por que foi dado à luz um infeliz e vida àqueles que têm a alma amargurada? … Por que, então, foi dado à luz o homem a quem seu próprio caminho está oculto, a quem Deus cercou de todos os lados?”

 

É um lamento repleto de porquês. Como ser humano dotado de espírito e inteligência, é perfeitamente compreensível que venham essas perguntas, nascidas no seio de uma dor imensa por tudo o que perdeu e por estar com o corpo completamente chagado. Jó concluiu seus lamentos no terceiro capítulo desse modo: “O que eu mais temia, aconteceu comigo; o que eu receava, me atingiu. Não dissimulo, não me calo, não me aquieto: caiu sobre mim a tormenta”. É preciso continuar a leitura do livro para compreender o desfecho dessa narrativa e sua mensagem.

 

 

+ Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo Metropolitano de Goiânia

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