O terceiro dia de Lectio Divina nos levou novamente a um ambiente de silêncio, de escuta à Palavra, de oração. Primeiro, pedimos a vinda do Espírito Santo, santificando nossos sentidos e nos ajudando a viver este momento de encontro com Deus e com os irmãos.

A leitura do Evangelho se inicia com a notícia dada a Jesus, pelos seus discípulos, de que Pilatos havia matado galileus, povo caro ao Senhor, de modo trágico e desrespeitoso. Jesus, então, antecipa-se aos discípulos no possível pensamento deles de que eram melhores do que aqueles que foram mortos. Ouvindo o Santo Evangelho, somos questionados, nós também, sobre a forma que encaramos os fatos da vida: se nos colocamos no lugar de nosso irmão que sofre ou se nos ensoberbamos, pensando que somos melhores por não estarmos sofrendo. Quando focamos no sofrimento alheio desta forma, esquecemo-nos, por vezes, de nossas próprias misérias. Mas o Senhor nos adverte: “Se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”. Somos, então, todos chamados à conversão, somos todos igualmente convidados a não mais pecar e seguir definitivamente a Jesus. Se isso não acontece em nossa vida, iremos também morrer e morrer tragicamente, pois morreremos longe da graça do Senhor.

Em seguida, o Senhor nos conta a parábola da figueira e do vinhateiro, aquele que cuida da vinha. Não dando frutos, o dono da vinha quer cortar a figueira, mas o vinhateiro insiste para que ele espere ainda um ano para que ela dê frutos. A figura da figueira representa, então, a nossa vida. O que eu tenho feito dela? Aproveito os dons que o Senhor me deu para produzir frutos de conversão em meu coração e ajudando o meu próximo? Ou estou apenas reclamando e vivendo de forma automática? Estou gastando a terra de forma infrutífera?

Dom João Justino nos mostrou que toda essa conversa com os discípulos ocorre enquanto Jesus toma o caminho até Jerusalém; esta caminhada é demorada e, ao fim dela, o Senhor quer alcançar o objetivo: podemos ver que o Senhor espera o nosso tempo de caminhada, o tempo de a figueira frutificar. Ele aguarda nosso amadurecimento e nossa conversão, mas também nos questiona se temos aproveitado este tempo. Convida-nos a colocarmos todas as nossas atividades e nossos pensamentos na presença de Deus, de modo a não esquecermos de produzir frutos de conversão constantemente. São muitos os instrumentos que o Senhor usa para estarmos junto a Ele: o Tempo de Quaresma, o Ato Penitencial celebrado a cada Eucaristia, o Sacramento da Confissão com o arrependimento de nossos pecados, a oração diária, os atos de serviço a nossos familiares e amigos. Usemos desses meios para nos lembrarmos que somos figueiras improdutivas e que a intimidade com o Senhor deve ser renovada a cada novo dia.

O nosso arcebispo sugere a tarefa de ler, durante esta semana, o capítulo 12 do Evangelho de Lucas (versículos de 1 a 53) para refletirmos sobre essa dinâmica da constante conversão, que é encontrar a justa medida de nos relacionarmos com Deus, com as pessoas e com as coisas.

Agradecemos ao Senhor por mais um dia de Lectio Divina, que nos propicia um período de reflexão silenciosa da Palavra de Deus, de retomada das rédeas de nossas vidas e da decisão de seguir a Cristo de modo efetivo, frutífero. Agradecemos, ainda, cada grupo que colaborou para este dia de Lectio: a Arquidiocese de Goiânia, a Pastoral Vocacional, o Coral da Lectio Divina, o Setor Juventude, todos os sacerdotes que atenderam confissões, cada pessoa em particular e, em especial, a disponibilidade do Grupo de Oração Jovem Santa Cruz, da Paróquia Santa Cruz, de Aparecida de Goiânia. Venha participar conosco no próximo sábado, às 19h30, na Paróquia Universitária!

Nathália de Podestà – Setor Juventude