QUINTA-FEIRA DA 1ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Prezada irmã, prezado irmão. Nesta quinta-feira da primeira semana do tempo comum, nós escutamos um trecho da Carta aos Hebreus, carta escrita para cristãos de origem judaica que exorta seus destinatários a permanecerem fiéis a Cristo, o sumo sacerdote perfeito. Em Hebreus 3,7-14, o autor recorre ao Salmo 95, lembrando o episódio do êxodo em que o povo de Israel testou e provocou Deus no deserto (Meriba e Massa). O texto é uma advertência contra a dureza de coração e uma convocação para a perseverança na fé em Cristo.
O trecho começa com uma exortação, citando o Salmo 85: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações”. A palavra “hoje” enfatiza a urgência do chamado divino e reflete a atemporalidade do convite de Deus à obediência. Isto é, o convite de Deus à obediência não se restringe a este a àquele tempo, mas vale sempre. O exemplo negativo do povo no deserto – que viu as obras de Deus, mas escolheu desobedecer – serve como advertência. A dureza de coração (coração fechado à voz de Deus) impede a entrada no “descanso de Deus”, aqui entendido como a plenitude da comunhão com Ele.
Em seguida é feita uma advertência contra o engano do pecado (vv. 12-13). O autor conclama a comunidade a estar vigilante, evitando um coração “mau e infiel”, que se afasta do Deus vivo. A referência ao “engano do pecado” ressalta como o pecado obscurece a verdade e afasta o ser humano de Deus. Estimula-se à mútua exortação entre os membros da comunidade, sublinhando o papel do coletivo na preservação da fidelidade.
O chamado à perseverança na fé (v. 14) é apresentado como a condição para participar de Cristo. “Se nos mantivermos firmes até o fim” destaca a necessidade de constância, especialmente diante de provações. A comunhão com Cristo não é apenas um dom recebido, mas um compromisso a ser sustentado.
Em conclusão, este texto hoje proclamado sublinha a importância da escuta atenta à voz de Deus, da vigilância contra a incredulidade e do apoio mútuo na vida comunitária. A referência ao descanso de Deus aponta para a realização última da promessa divina, acessível pela fé e obediência. Hoje, este chamado ressoa na necessidade de viver a fé com constância, superando a tentação de indiferença espiritual ou de acomodação. O “hoje” de Deus nos convida a reavaliar nossa abertura à sua palavra e a cuidar uns dos outros na caminhada cristã. Perseverar na fé em um mundo cheio de distrações e desafios é uma resposta ativa ao amor de Deus. Movidos pelos apelos do Jubileu, aceitemos o convite para renovarmos nossa atenção à Palavra de Deus e ao cuidado dos irmãos.