TERÇA-FEIRA DA 2ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Caríssima irmã, caríssimo irmão. Nesta terça-feira da segunda semana do tempo comum escutamos a proclamação do texto da Carta aos Hebreus 6,10-20. O texto de hoje faz parte de uma exortação para que os cristãos perseverem na fé e na esperança, confiando na fidelidade de Deus. O autor utiliza exemplos de promessas divinas cumpridas e a figura de Abraão como modelo de paciência e fé, culminando na certeza de que Jesus, o sumo sacerdote, nos abriu um caminho seguro para a comunhão plena com Deus.
Inicialmente o autor fala da justiça de Deus e da perseverança dos fiéis (vv. 10-12). Aqui se reforça que Deus não é injusto e reconhece-se as obras de amor realizadas pelos cristãos. A caridade e o serviço aos santos são apresentados como sinais de uma fé viva. Os destinatários são exortados a não desanimar, mas a imitar aqueles que, pela fé e paciência, herdam as promessas divinas.
Em seguida, Abraão é apresentado como modelo de esperança (vv. 13-15). Abraão é lembrado como exemplo de alguém que, confiando na promessa de Deus, perseverou e alcançou a bênção. A menção ao juramento de Deus a Abraão (cf. Gn 22,16-17) destaca a fidelidade divina e serve para fortalecer a confiança dos leitores.
Na sequência, o autor lembra a segurança da promessa divina (vv. 16-18). Deus, ao confirmar sua promessa com um juramento, oferece plena segurança aos fiéis. Essa dupla garantia – promessa e juramento – revela a imutabilidade do propósito de Deus. Assim, os cristãos, que buscam refúgio em Deus, podem se apegar firmemente à esperança oferecida por Ele.
Por fim, o texto fala da âncora da esperança e o papel de Jesus (vv. 19-20). A esperança cristã é comparada a uma âncora firme e segura, que penetra além do véu do santuário celestial. Jesus é apresentado como precursor, que entrou no santuário como sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, garantindo acesso à presença de Deus para os fiéis.
Este trecho ressalta a fidelidade de Deus em cumprir suas promessas e a necessidade de perseverança dos cristãos na fé. A figura de Abraão simboliza a paciência ativa e confiante, necessária para herdar as bênçãos divinas. O autor sublinha que Deus oferece segurança por meio de sua palavra e juramento, mostrando que a esperança cristã não é ilusória, mas está fundamentada na fidelidade divina. A metáfora da âncora aponta para a estabilidade e segurança que a esperança em Cristo traz, mesmo em meio às tribulações. Jesus, como sumo sacerdote, abriu o caminho para a comunhão com Deus, oferecendo aos fiéis uma garantia eterna de salvação.
O texto nos convida a viver com confiança na promessa de Deus e a perseverar na fé, mesmo em momentos de dificuldade. Abraão nos inspira a confiar no tempo de Deus e a esperar com paciência ativa. A certeza de que Jesus é nossa âncora nos motiva a manter firmes nossos olhos na meta celestial e a buscar uma vida de comunhão com Deus e serviço aos irmãos.