SEGUNDA-FEIRA DA 3ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Querida irmã, querido irmão, nesta segunda-feira da terceira semana do tempo comum, lemos um trecho da Carta aos Hebreus, a saber, 9,15.24-28. O capítulo 9 da Carta aos Hebreus descreve o sistema sacrificial do Antigo Testamento e, em contraste, apresenta a obra redentora de Cristo, destacando a superioridade do sacrifício de Cristo em relação aos sacrifícios do templo. No texto de hoje, o autor explica a eficácia da morte de Cristo como sacrifício expiatório, ressaltando sua função mediadora na Nova Aliança, e como Ele entrou no “santuário celeste” para apresentar Seu próprio sacrifício diante de Deus, uma vez por todas.
O versículo 15 mostra Cristo como Mediador da Nova Aliança. Este versículo destaca que Cristo, por meio de sua morte, estabelece uma Nova Aliança entre Deus e os homens. A palavra “mediador” é central, pois, assim como Moisés foi o mediador da antiga aliança (Êx 24,3-8), Cristo agora é o mediador da Nova Aliança, uma aliança que, ao contrário da antiga, não exige sacrifícios contínuos, mas foi selada pelo sacrifício de Cristo. A morte de Cristo remete aos pecados cometidos sob a primeira aliança, e é por meio dessa morte que a redenção e a herança eterna são asseguradas para todos os chamados.
Os versículos 9,24-26 falam do Sacrifício de Cristo no Santuário Celeste. Aqui, o autor compara a obra de Cristo com o ritual do Antigo Testamento, onde o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos, no templo, levando o sangue de animais para expiar os pecados do povo (Lv 16). No entanto, Cristo não entra em um “santuário feito por mãos” – ou seja, no templo terreno –, mas no “próprio céu”, simbolizando que Sua obra é realizada no plano celestial e eterno. O autor sublinha que o sacrifício de Cristo foi único e definitivo. Se Cristo tivesse oferecido a Si mesmo repetidamente, isso indicaria que o sacrifício não seria suficiente, mas o fato de Ele oferecer Seu sacrifício “uma vez por todas” demonstra a perfeição e a suficiência de Sua obra redentora. *
Os versículos 9,27-28 apresentam o Sacrifício de Cristo para a Redenção e a expectativa do seu retorno. O autor faz um paralelo entre o destino humano e a obra redentora de Cristo. A morte é uma realidade para todos os homens, e depois dela vem o juízo. Da mesma forma, Cristo morreu uma vez, mas Ele virá novamente, não para lidar com o pecado (pois já o fez por meio de Sua primeira vinda), mas para trazer salvação definitiva para aqueles que aguardam sua volta. O retorno de Cristo é visto aqui como um evento esperado com esperança, que completará a obra da redenção, e o autor enfatiza que a segunda vinda será para a salvação final daqueles que são Seus.
Este trecho de Hebreus apresenta a obra de Cristo como superior e definitiva, em contraste com os sacrifícios repetitivos do Antigo Testamento. A morte de Cristo como sacrifício expiatório não é apenas um evento histórico, mas tem uma dimensão cósmica e eterna: Ele se apresenta no “santuário celestial”, uma realidade além do tempo e espaço humanos. Além disso, a promessa de Sua segunda vinda aponta para a culminação do plano divino de salvação. Nós o aguardamos com fé. Essa esperança escatológica é central para a vida cristã, pois nos chama a viver em vigilância e esperança, aguardando a plena manifestação da salvação que Cristo nos promete.